─
Dona Sue, será muito simples – Carlisle começou a explicar – Vamos abrir uma
parte do cérebro dela, enfiar um tubo e puxar o tumor e todas as protuberâncias
que existirem. Fecharemos e ela deverá ficar de repouso uns dias. Depois vou
passar uns remédios para ajudar na cicatrização e para evitar a criação de
outros tumores.
─
Isso não vai fazer mal ao meu neto, vai?
─
Mais ou menos, como já expliquei antes. – Nahuel disse sentado no sofá do
escritório. – As chances são poucas, mas é uma criança pura, ambos os pais
lobos, então eu acredito que o feto vá sobreviver.
─
Sue eu sei que é uma situação complicada. – Carlisle disse baixo – Mas Bella
sobreviveu a um parto de um hibrido, a sua filha pode. O corpo dela é
totalmente compatível com a criança, por causa da metamorfose, se o bebê
precisar, o corpo vai se modificar totalmente para ele.
─
Só estou preocupada com a minha filhinha. – mamãe passou a mão no meu braço.
─
Tudo vai dar certo. Na pior das hipóteses ela terá um aborto espontâneo. –
Nahuel respondeu.
─
Qualquer coisa, eu volto a repetir, qualquer coisa que você sentir, Leah, ligue
para mim. – Carlisle falou muito sério – É de extrema importância, se você quer
que seu filho continue vivo.
─
Certo… hum… então já tem certeza, não é?
─
Mais ou menos. Temos que esperar. De qualquer forma, estamos te tratando como
uma gestante com câncer. Suas doses são menores agora.
─
Eu percebi…
─
Então nos vemos na sexta-feira, para a cirurgia. – Nahuel encerrou nos levando
até à porta.
Já
fazia algumas horas que eu estava em casa. Emily estava comigo, havia deixado
os filhos com o marido.
─
Então… o que era de tão importante? – ela perguntou, se sentando na cadeira da
cozinha.
─
Acho que estou gravida. – respondi-lhe rápido, quem sabe assim ela não surtava?
─
Ah! Eu não posso acreditar! – ela comentou quase
gritando.
O
que ela falou depois eu nunca cheguei a saber, porque a voz começou a se tornar
um eco e a minha vista ficar turva.
─
Emi… ─ eu ofeguei antes de ser presa na escuridão.
Eu
me senti flutuar. Parecia que eu estava em volta de água. Eu estava tão leve
que era quase como se não houvesse ar ou gravidade, apenas eu no universo.
Um
som repetitivo de “pi-pi-pi” ficou na minha mente se tornando cada vez mais
alto. Eu senti como se estivesse caindo, caindo em um lago negro e pesado.
Eu
não conseguia submergir. A respiração ficou presa. Eu estava sufocando, mas eu
não conseguia gritar por socorro.
O
barulho irritante parou. Foi apenas um momento, eu ouvi uma voz dizer no meu
ouvido: fique conosco! Eu podia ir embora agora? Eu me pergunto, eu tinha que
ficar? Havia algo que me impedia de ir? Nada me prendia o suficiente.
Eu
nem me lembrava de ter qualquer problema para resolver. Eu podia ir sem
problemas. Eu ouvi um choro infantil. Um choro que eu conhecia, mas ao mesmo
tempo, um choro que eu queria ouvir novamente.
O
ar voltou e queimou nos meus pulmões e em todo o caminho e eu vi a luz me
cegar.
Eu
estava ofegante quando meus olhos se ajustaram. Jacob estava comigo em seus
braços, literalmente. Minha cabeça estava muito pesada, mas ele a segurou quando
ela ameaçou cair molemente.
─
Minha. – ele rosnou para algo que eu não vi. – Como pode me preocupar desse
jeito? – ele perguntou olhando nos meus olhos.
─
O que houve? – perguntei, minha boca queimando por um pouco de água.
─
Você desmaiou e teve um acesso de convulsões. – Carlisle respondeu do outro
lado da sala, ajustando a minha medicação. – Sam veio à minha casa rapidamente
e pudemos controlar tudo.
─
Fizemos a cirurgia e retiramos o tumor antes do previsto, claro que esperávamos
ter algum tempo para averiguar o feto, mas não houve. Você sofreu duas paradas
cardíacas na cirurgia. – Nahuel disse atrás de mim, eu ouvi sua voz e soube que
Jake tinha rosnado para ele.
─
O bebê? – perguntei molhando os lábios com a língua. Jake me deu um copo com
água e eu bebi agradecida.
─
Está bem dentro do que esperávamos. Ele não respondia, então abrimos o seu
útero. Havia muito mais liquido amniótico do que deveria, de certo, uma
resposta aos medicamentos evasivos que você estava tomando. – Carlisle me
explicou calmamente, mas eu não estava nenhum pouco calma.
─
Não precisa ficar nervosa, ele está bem. – Jake respondeu enchendo com água meu
copo novamente.
Alguém
entrou no quarto sem cerimonia. Eu só a vi quando ela entrou no meu campo de
visão, usava um macacão com uma alça caída. Uma blusa de rendas rosa por baixo
que destacava a cor branco-dourada da pele. Ela estava muito bonita, mas nesse
momento, Jacob era meu.
─
Jake, você já terminou? Preciso da sua ajuda! – ela fez dengo, bufei. Mais que
pirralha mimada!
─
Eu… Nessie, minha mulher precisa de mim agora. – ele respondeu, mas ele não
estava convicto disso.
─
Vai lá, eu vou ficar bem. – eu respondi com uma carranca. Eu sabia que ele
sofrer por ficar comigo não era a melhor coisa agora.
─
Tem certeza? – ele perguntou me olhando profundamente, vi Nessie fazer uma cara
emburrada. Eu podia dizer “não… fica?” mas eu queria que ele estivesse bem para
nós.
─
Tenho. – lhe dei um sorriso amarelo. – Minha prima está em casa? Ela deve ter
ficado uma arara comigo! Odeia falar sozinha. – ele riu e fez um carinho na
minha bochecha, foi muito gostoso.
─
Nessie, eu acho que vou ficar. – ele disse se virando. Ela fez uma cara de
cachorro sem dono muito falsa no meu gosto. – Minha mulher e meu filho precisam
de mim.
─
Mas… mas! Eu também! E eu sou o seu objeto de imprinting! Eu quero que você me
acompanhe! É importante! – ela fez chilique. Fechei os olhos conforme a voz
fina ia aumentando de volume e me irritando.
─
Jake, vai! – eu lhe disse – Ainda estarei aqui quando você voltar.
─
Qualquer coisa – ele disse olhando Carlisle – Me ligue. Eu venho correndo.
─
Você será o primeiro a saber. – Carlisle disse, saindo da sala junto com a neta
e meu Jake.
Encostei-me
na cabeceira da cama quando ele saiu. Até quando ela ia jogar isso na cara
dele? Até ele me deixar?
─
Nessie não é ruim. – Nahuel disse algum tempo depois. Eu nem percebi que ele
ainda estava aqui. – Ela só é um pouco mimada. Vai ser uma boa pessoa quando
for mais madura.
─
Nahuel, seja sincero, Nessie tem dado em cima do meu marido, não tem?
─
Quê? Ah… puff! – ele disse aderindo uma cor mais escura. – Nessie quer uns
conselhos. Ela acha que ele é um ótimo amigo.
─
Sei. – respondi com uma carranca. Eu sabia que tipo de amigo ela queria.
To
Be Continued…
Essa
Nessie merece umas porradas u_ú
O
que acharam deste? Acham que ela se livrou do câncer definitivamente?
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