Cap.
1 – O contrato
− Mas que…? –
disse olhando de um gêmeo a outro.
− Tenten,
esse é o meu oji, Hizashi, pai do…
− Você ta
morto! – exclamei sem crer no que meus olhos viam.
− Estava,
fui… hm… ressuscitado, Srta. Mitsashi… e você deve ser a namoradinha do Neji,
que Hanabi me contou?
− Eu o que? –
perguntei olhando a mais nova das Hyuuga – Você disse o que sobre mim,
pirralha?
− Hey! – ela
reclamou e seu otoosan a cortou.
− Eles não
formalizaram nada, Hizashi, mas…
− Mas o que?
E o que você quer comigo? Me deixe em paz, entendeu?
− Tenten,
quero que venha ao clã, quando você quiser, para conversarmos. Tenho duas
propostas e uma delas envolve algo que seu oto fez quando soubemos da Kyuubi…
− Agora vai
me cobrar pelo que os outros fizeram? Tudo bem, o que meu pai fez? Te ofendeu?
− Nada disso,
é mais importante. Venha a minha casa e conversaremos, todos nós.
[…]
− Então? –
perguntei sem delongas. Hinata estava presente também, o que tornava tudo muito
sério.
− Gostaria
que lecionasse para os nossos aspirantes a ninjas.
− Tudo bem,
não me importo. – disse, eu já esperava que ele pedisse, seria como cobrir a
falta de Neji.
− E agora…
seu oto firmou um contrato conosco. Você tinha pouco mais de um ano quando
aconteceu. – Hiashi afirmou. Seu irmão se mexeu desconfortável, enquanto
entrava na sala um senhor.
− Um
casamento. – Hinata me assegurou, suspeitando que eu não havia chego na
conclusão.
− E? –
perguntei descontraída.
− O contrato
era entre a primogênita dele e do meu primeiro filho homem. Como você sabe, eu
não tenho nenhum.
− E daí? Quer
me casar com a Hinata agora? – trocei.
− Quero que
se case com meu irmão e que produzam um segundo gênio. Meu queixo caiu.
− Lógico que
não! – recusei na hora, horrorizada e ofendida. Ele pensa que eu sou o que? Uma
concubina?
− Não precisa
ser agora. – o velho disse, como se eu não tivesse interrompido. – Você é nova
demais para uma gravidez eficaz, talvez daqui a dois ou três anos.
− Nunca! –
disse irritada e me levantei irada.
− Tenten!
Sete
anos depois…
− Muito bem,
eu sei que estão animados com o torneio, mas preciso que levem isso para casa e
peçam aos seus pais que assinem. – disse aos meus alunos no clã Hyuuga.
Depois que
Neji morreu e que conseguimos vencer a guerra com muitas perdas importantes e
algumas coisas desconexas que ainda não faziam muito sentido, recebi uma
proposta de Hyuuga Hiashi. Ensinar os Hyuuga a trabalhar com armas tão bem
quanto eu. Um talento do meu extinto clã, mas que eu podia compartilhar sem
medo.
Infelizmente,
alguns desaparecimentos foram computados no hospital, entre eles, a minha irmã
e até hoje metade deles ainda não haviam retornado. Nem mesmo sabíamos se eles
estavam vivos ou mortos, mas com minha experiência eu sabia que minha irmã já
estava morta a muito tempo.
Claro que
Hinata acabou se tornando mesmo a sucessora de Hiashi, depois de tudo o que ele
viu que ela era capaz, acho que todos sabiam que não ia demorar. Achei a maior gentileza
ela me convidar para o casamento dela com o novo Hokage e mais ainda, me chamar
para ser madrinha de seu filho, que hoje estava assistindo da janela do dojo,
escondido.
− Além disso,
é necessário vocês saberem que podem não voltar vivos e que podem ainda, não se
tornar chunnin. A primeira etapa da prova é uma prova escrita, por isso,
estudem muito a respeito de tudo. A segunda e a terceira eu não tenho permissão
para comentar, mas desejo-lhes muita sorte. Então, nós vamos… − um ANBU
apareceu no dojo e me entregou um pergaminho. Guardei-o no bolso. – Aonde eu
estava? Ah sim, então nós vamos treinar hoje taijutsu ou deseja pessoal, quero
duplas…
Abri o
pergaminho e comecei a ler: “Hoje, as 18:00 no portão da vila. Traga suas
armas, missão do time Gai”.
− Mas o que…?
– me perguntei, esquecendo-me da aula. Vi Hiashi da porta, segurando a mão de
seu neto, observando os jovens desajeitados. – Algum problema, Hiashi-sama? –
perguntei-lhe.
− Nada com o
que se preocupar, Tenten-dono. – ele me respondeu – Gostaria que considerasse a
minha outra proposta.
Sim havia
uma, mas eu não consideraria porra nenhuma!
− Não tenho
interesse nela.
− Mesmo 7
anos após a morte dele?
− Mesmo 7
anos depois. Minha resposta ainda é não.
− Você já
mora aqui,qual o problema em realizar o meu sonho? O sonho deste clã? – ele
perguntou, fazendo menção aos poderes simplórios desses jovens se comparados a
Neji em sua idade.
− Eu… eu só
aceitei porque a Hokage me obrigou e o senhor sabe, alem do mais, tenho outros
planos. Sinto muito, mas ainda é não.
− Do que o
ojisan e a obaasan tão falando? – perguntou o menino de 5 anos, filho de
Hinata.
− Assunto de
gente grande, Hikaru-kun.
− Nunca me
falam nada de gente grande! – ele emburrou, igualzinho o pai.
− Quer saber
de um segredo, então? – Tenten perguntou na altura do menino. Ele afirmou,
feliz – A segunda missão vai ser numa floresta, mas você não pode contar para
ninguém! – ela advertiu e ele prometeu de dedinho.
[…]
− A missão
era me tirar do clã Hyuuga e me levar ao Ichiraku? – indaguei incrédula.
− Não,
Te-chan! – disse-me a namorada do Lee. – Era você ficar para jantar! Você nunca
fica!
É, eu não
ficava mais. Eu não queria outros laços que me fariam sofrer, o que eu ainda
sofria pelo Neji e pela minha irmã. Minha família devastada de uma só vez.
Ninguém se recupera disso.
− E qual a
novidade? – perguntei, depois de fazermos o pedido.
− Vamos nos
casar! – Amaterasu me disse.
− Daqui a
duas semanas! Né, Ama?
− Meio rápido
não é não? – perguntei estranhando.
− É
necessário… e por isso eu quero que você fique bem atenta! Eu não quero que se
magoe, mas…
− Queremos
que seja madrinha do bebê, já que as irmãs da Ama serão madrinhas de casamento.
− Eu fico…!
Poxa, honrada! – disse feliz pelos dois.
− Tenten…
quando você vai sair com alguém? – Gai me perguntou, me pegando de surpresa.
Mas eu não precisei responder, Anko estava vindo e o sensei ficou de quatro,
como sempre, pela esposa.
− Olá,
vermes. Oi minha lombriga! – ela disse carinhosamente
para o sensei e o beijou, como já estávamos acostumados, voltamos a
conversar.
[…]
− Você não é
oca. – Hinata me disse, entrando na minha casa lentamente, assim como sua
barriga proeminente lhe permitia. Nos últimos dias ela estava me enlouquecendo,
provavelmente a mando do pai ou do tio. – Só tem que deixar alguém fazer o seu
corpo funcionar! Você nem amava o meu primo! Quer dizer… como homem eu digo… ou
amava?
− Hina, eu
perdi muita coisa de uma vez só e as pessoas não se recuperam assim de uma
coisa dessas. Além do mais, eu não tenho intenção nenhuma de ser a concubina do
seu tio.
− É esposa e
não concubina. – ele disse, das sombras. Nos últimos anos ele tinha ficado
quase como um pai, sempre me espreitando, mas nunca tentando mais do que me
proteger. – E é uma idéia louca, eu concordo.
− Tio! –
Hinata disse bufando – Eu também acho loucura vocês dois. – ela admitiu – Mas
papai estava tão animado com a perspectiva!
− Hina você
tem que aprender a não ceder aos desejos do seu Oto. – disse-lhe sinceramente
um pouco menos arredia com os dois.
− Hina! Hina!
– Hanabi entrou correndo, ofegante – Você não vai acreditar em quem voltou!
− Vamos lá
ver então! – Hinata disse, eu me levantaria, mas Hizashi segurou a minha mão e
eu fiquei para escutá-lo.
− Você sabe
que é linda, certo? Que enlouqueceria qualquer homem? Mesmo um Hyuuga?
− Sei… -
respondi sem graça.
− Qual o meu
problema então?
Eu não
acredito que estou tendo essa conversa com o pai do meu melhor amigo.
− Você foi
casado!
− Minha
esposa morreu há muitos anos. Quando Neji se foi ela ficou amarga e…
− Eu tenho a
mesma idade que seu filho teria se estivesse…!
− E seus
deveres?
Mordi o lábio
inferior, pensando. Pelo menos tentando. Eu não podia negar que Hizashi era
tremendamente lindo, charmoso e respeitoso. Ele me deu 7 anos! E eu nem tinha
alguém para usar de desculpa.
− Eu não
tenho que cumprir se o Hiashi-sama não tem filhos homens.
− Você ouviu
algo do que meu pai te disse nesses 7 anos?
Oh! E como eu
tinha ouvido!
− Ouvi, mas…
− Então o que
vai fazer?
− Eu não sei!
Eu não quero o senhor!
− Não é uma
questão de querer, mas sim do que é preciso. – ele respondeu, sério, fitando a
parede, longe.
− O que eu
devo fazer, Hizashi-sama? – perguntei insegura.
Ele acariciou
o meu braço mais próximo dele, que eu nem percebi, estava rígido no sofá. Minha
respiração pesou um pouco, me acalmei. Era possível ouvir uma agitação lá fora,
mas quando ele tocou a minha bochecha, puxando o meu rosto para si, minha mente
ficou branca.
Seus lábios
se chocaram contra os meus, ávidos e cheios de algo que não identifiquei, seu
corpo não pesou sobre o meu, apenas um pouco e uma de suas mãos queria me puxar
ainda mais para ele. Eu não conseguia pensar, então deixei o meu corpo me guiar
como em outros momentos de batalha onde ele agia sozinho, como se minha mente
não pertencesse ao momento.
Não estávamos
deitados, mas a posição era estranha, pensei quando paramos para respirar. Eu
me sentia estranha. Eu não me sentia bem ou atraída por este homem, eu só me
sentia estranha.
− Algo
errado? – ele me perguntou, neguei.
− Faça de
novo. – pedi, precisava saber se era porque era o primeiro ou se era porque era
ele.
− Ah… o que?
– ele perguntou confuso. Bufei envergonhada e eu mesma o beijei. Dessa vez foi
muito mais forte, ele meio que me levantou com ele, me puxando para o meu
quarto. Paramos na parede, chocamos contra ela, enquanto ouvi um correr de
porta, o empurrei na hora, para receber o visitante.
Meus olhos
caíram sobre o casal e eu fiquei sem palavras. Por um momento questionei minha
sanidade mental.
− Musuko? –
ouvi Hizashi perguntar e tudo ficou escuro.
To be
continued!
N//A: Quem
será que chegou? Aposto que vocês sabem, são espertos ^^~
PS: Conforme
eu vou postando e escrevendo, eu vou fazendo jornais explicando uma coisa ou outra
que não foi entendida completamente, se quiserem dar uma checada, ficarei feliz
*o*
Dicionário:
Oji – Tio/Avô
Dojo – Sala
de treino
Taijutsu –
Estilo de luta corpo a corpo
Sama/Dono/San/Chan
– Designação formal de respeito
Hikaru –
Brilhante, luz
Musuko –
Filho (forma carinhosa)
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Obrigada por comentar! Me deixa muito feliz *o*
Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.