Cap. 2 – Chie Hyuuga
Eu conheci
Chie Hyuuga quando tinha 07 anos e vim à casa de um dos meus amigos da
academia. Ele tinha dito “Você não pode acertar aros que você não conhece” e eu
disse que podia. E eu pude. Isso deixou Chie, a mãe desse amigo precioso,
louca, irada, irritada! Como alguém de um clã pequeno podia ser melhor que
muitos jounins de seu grande e glamoroso clã Hyuuga? Até ela descobrir o meu
sobrenome e me enxotar de sua casa. Eu sempre fui tratada assim por ela, e com
o passar dos anos, eu deixei de ser a menina chorona que corre da bruxa má,
para ser uma bruxa também.
Sabe aquela
historia: de tanto cair aprendi a derrubar? É exatamente isso. Talvez fosse
isso, derrubando ela um pouco, beijando o marido dela. Mas… quando eu pus os
meus olhos nos olhos dele, 7 anos depois, eu sabia que estava, mais uma vez,
fazendo a coisa errada. Como é que eu sempre faço a coisa errada? Será que eu
estou ficando louca?
− Musuko? –
Hizashi perguntou antes de mim e eu percebi que não estava ficando louca. Tudo
girou e de repente ficou escuro.
[…]
− Finalmente
você acordou. – ouvi Hizashi dizer. Olhei a janela do meu quarto, mas só havia
uma parede.
− Está de
noite, se é o que quer saber. – ele disse sério e formal. – Se quiser comer
algo, ainda está em tempo de jantar com todo mundo.
− Certo. –
respondi, me levantando, ansiosa por ver Neji de novo e ter certeza que não
tinha ficado louca.
Sufoquei uma
exclamação quando o vi, sentado na mesa, ao lado de Hinata que lhe atualizava
sobre tudo, explicando que Naruto devia estar chegando, que ele não perdia a
janta em família e que este era o seu segundo bebê. Estanquei na escada, apenas
observando aquilo como se fosse irreal.
− Sentiu a
minha falta, Tenten? – ele disse, testando o meu pouco controle e não pude mais
controlar-me. O abracei como abraçava a minha irmã, depois de uma missão. Cheia
de saudades contidas. Minha surpresa foi ele me corresponder.
− Onde você
estava seu grande idiota? – perguntei depois de soltá-lo.
− Então agora
você é professora daqui? Como assim? – ele perguntou, ligeiramente curioso.
− Nem
pergunta! – disse exasperada.
− Caham! –
chamou a minha atenção. Era uma garota linda e com uma criança ao lado que
tinha puxado ela totalmente. Olhei Neji com uma interrogação, por algum motivo
aquilo me incomodou muito.
− Conheça
Aiko, minha tsuma. – ele disse sem muito entusiasmo, como sempre.
− Muito
prazer. – disse-lhe friamente. – Quando casaram? – perguntei, me sentando.
− Ainda não
casamos. Ele não sabia onde estava sua família, mas foi inevitável a atração,
não é querido?
− Eu não
colocaria assim, mas, sim. Há pouco tempo, estava na lavoura do meu sogro,
Hanabi, e caí. – ele continuou a conversa em que estava antes de eu aparecer –
A batida na cabeça me fez ter uma série de lembranças, e com elas, me lembrei
de voltar. Claro que não ia deixar Aiko e a Cho dependendo da própria sorte.
Eu nunca
tinha escutado ele falar tanto, não sobre sua vida. Mas como sua prima mais
nova era pior do que o Naruto quando queria, eu o entendi. Eu estava
transbordando felicidade e algo ruim pelas meninas.
Naruto
finalmente chegou e estancou na porta.
− É você
mesmo? – ele perguntou alto demais.
− Baka!
Porque está sempre gritando? – Hanabi reclamou.
− É um
mistério, Hana. – disse-lhe e rimos. Nesses 7 anos eu tinha ficado mais próxima
de Hinata e Hanabi do que estive de pessoas em toda a minha vida.
− Tenten,
quando for para casa, me avise. Quero falar com você, a sós e faço isso te
levando para casa.
− Hm… -
respondi desconfortável – Eu moro aqui, agora… - disse-lhe. Ouvi uma exclamação
desaprovadora e não foi preciso olhar para ver que era a Chie.
− Aqui? – ele
perguntou.
− Ne! –
respondi desanimada. E agora? O que eu devia fazer? Ele estava de volta, eu não
precisava mais fazer um segundo Neji, precisava?
Algumas
semanas depois…
Hiashi não me
chamou para conversar mais e tampouco Hizashi se manteve longe. Parecia até que
eu era algum premio para ele ostentar na cara dos homens do clã. Eu me senti
mal com isso, e gostava de fingir que era só isso que me incomodava. Mas não.
Se eu fosse sincera,
eu estava muito feliz com Neji de volta. Eu não me sentia mais tão mal, parecia
que era possível ter esperança. Quem sabe minha irmã não estava por aí? Sem
memória em algum lugar… quem sabe?
Mas eu estava
com tanto na cabeça que nem mesmo o torneio que corria solto e que eu estava
auxiliando como observadora, estavam me dando alguma paz de espírito. Isso
costumava funcionar…
Neji estava
mudado. Isso estava me enlouquecendo. Ele ainda era frio, calculista, poucas
palavras, não dava satisfações pra mãe ou pra esposa, mas com a filha, naquele
momento intimo, ele era outro. Eu podia ver o orgulho que ele tinha dela, mesmo
que, estranhamente, ela tivesse os olhos da mãe e não do pai.
Eu costumava
questioná-lo sobre isso, mas ele ficou tão bravo comigo que eu nem toquei mais
no assunto. Eu não precisava, afinal, cada vez mais, ela se mostrava como
Hinata, sem talentos aparentes para a luta. Ele ficava frustrado, mas eu ia lá
e dizia: “Muito bom, agora vamos de novo?” e ele aceitava a minha ajuda em treinar
a própria filha.
Em
contrapartida Chie parecia feliz da vida com a nora e costumava insinuar como
era bom que Neji tivesse arrumado uma mulher de verdade antes que lhe fosse
imposto um casamento forçado, ao que, eu esperava, ela não estivesse se referindo
à mim.
Hinata dizia
que era só porque ela estava feliz de ter uma netinha tão adorável, eu fingia
acreditar. Na verdade, eu estava meio mordida. Eu queria um homem também. Mas
eu ainda não conseguia querer o pai de Neji. Eu não o permiti me tocar outra
vez.
Em
contrapartida, Hizashi parecia cada vez mais obcecado por mim. Ele me dava
flores, bombons, presentes e aparecia nos meus treinos individuais e nas aulas.
Ele queria me levar a passeios que eu recusava e pagar jantares que eu jamais
aceitei. Neji nunca disse uma palavra, mas eu sentia que isso o incomodava
também. Nenhuma até hoje.
− Oi! –
cumprimentei, entrando no dojo. Só Neji estava aqui, o que estranhei.
− Tenten, eu
vou perguntar só uma vez. Você ta transando com meu pai?
− Não! –
respondi num fôlego só. – Seu tio veio com um papo de deveres e que eu devia
fazer um segundo Neji, mas aquele dia que você pegou a gente, foi o primeiro
beijo, mas não aconteceu de novo! – respondi ante o olhar indagador dele.
− Otoosan
parece gostar bastante de você. – ele constatou.
− Eu não
gosto dele desse jeito. Alem do mais, acho que ele só quer se equiparar ao seu
tio.
− Entendo… e
você? Tem outra… hm… pessoa?
− Não. – eu
ri – Eu nunca me apaixonei.
− Hm… − a
porta do dojo se abriu revelando Aiko e Cho.
− Vamos fazer
um treino conjunto? – perguntei, arrumando o meu cabelo que tinha soltado no
vento de começo de inverno.
− Eu só vim
assistir. – Aiko me esclareceu, num tom que deixava claro que ela achava idiota
estar nesse dojo em que o frio entrava sem dó nem piedade pelas frestas e fazia
arrepiar até os cabelos da alma.
− Vamos
começar com um aquecimento, então? – sugeri, Neji disse algo a Aiko muito baixo
e ela ficou muito irritada. Mas antes que pudéssemos realmente começar, um dos
alunos da academia dos Hyuuga veio com um pergaminho na mão, totalmente sério.
Ele me
entregou sem dar a mínima para a mão aberta de Neji e eu li rápido enquanto meu
coração se quebrava cada vez mais.
− Kuso! Neji,
arrume suas coisas, vamos nos encontrar com o time Kurenai, eles estão no
portão nos esperando.
− O que
houve?
− Sua prima
foi seqüestrada.
To be
continued…
N//A: Eer… o
que dizer deste? Emoções a flor da pele? Ah não fiquem bravas com o Neji, ele
tinha que ter alguma coisa pra se distrair! (LOL)
Espero que estejam
gostando!
Dicionário:
Aiko – Filha
do amor
Tsuma –
Esposa (formal).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por comentar! Me deixa muito feliz *o*
Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.