quarta-feira, 3 de julho de 2013

[Vermelho] Capítulo 02 - Chie Hyuuga

Cap. 2 – Chie Hyuuga
Eu conheci Chie Hyuuga quando tinha 07 anos e vim à casa de um dos meus amigos da academia. Ele tinha dito “Você não pode acertar aros que você não conhece” e eu disse que podia. E eu pude. Isso deixou Chie, a mãe desse amigo precioso, louca, irada, irritada! Como alguém de um clã pequeno podia ser melhor que muitos jounins de seu grande e glamoroso clã Hyuuga? Até ela descobrir o meu sobrenome e me enxotar de sua casa. Eu sempre fui tratada assim por ela, e com o passar dos anos, eu deixei de ser a menina chorona que corre da bruxa má, para ser uma bruxa também.
Sabe aquela historia: de tanto cair aprendi a derrubar? É exatamente isso. Talvez fosse isso, derrubando ela um pouco, beijando o marido dela. Mas… quando eu pus os meus olhos nos olhos dele, 7 anos depois, eu sabia que estava, mais uma vez, fazendo a coisa errada. Como é que eu sempre faço a coisa errada? Será que eu estou ficando louca?
− Musuko? – Hizashi perguntou antes de mim e eu percebi que não estava ficando louca. Tudo girou e de repente ficou escuro.
[…]
− Finalmente você acordou. – ouvi Hizashi dizer. Olhei a janela do meu quarto, mas só havia uma parede.
− Está de noite, se é o que quer saber. – ele disse sério e formal. – Se quiser comer algo, ainda está em tempo de jantar com todo mundo.
− Certo. – respondi, me levantando, ansiosa por ver Neji de novo e ter certeza que não tinha ficado louca.
Sufoquei uma exclamação quando o vi, sentado na mesa, ao lado de Hinata que lhe atualizava sobre tudo, explicando que Naruto devia estar chegando, que ele não perdia a janta em família e que este era o seu segundo bebê. Estanquei na escada, apenas observando aquilo como se fosse irreal.
− Sentiu a minha falta, Tenten? – ele disse, testando o meu pouco controle e não pude mais controlar-me. O abracei como abraçava a minha irmã, depois de uma missão. Cheia de saudades contidas. Minha surpresa foi ele me corresponder.
− Onde você estava seu grande idiota? – perguntei depois de soltá-lo.
− Então agora você é professora daqui? Como assim? – ele perguntou, ligeiramente curioso.
− Nem pergunta! – disse exasperada.
− Caham! – chamou a minha atenção. Era uma garota linda e com uma criança ao lado que tinha puxado ela totalmente. Olhei Neji com uma interrogação, por algum motivo aquilo me incomodou muito.
− Conheça Aiko, minha tsuma. – ele disse sem muito entusiasmo, como sempre.
− Muito prazer. – disse-lhe friamente. – Quando casaram? – perguntei, me sentando.
− Ainda não casamos. Ele não sabia onde estava sua família, mas foi inevitável a atração, não é querido?
− Eu não colocaria assim, mas, sim. Há pouco tempo, estava na lavoura do meu sogro, Hanabi, e caí. – ele continuou a conversa em que estava antes de eu aparecer – A batida na cabeça me fez ter uma série de lembranças, e com elas, me lembrei de voltar. Claro que não ia deixar Aiko e a Cho dependendo da própria sorte.
Eu nunca tinha escutado ele falar tanto, não sobre sua vida. Mas como sua prima mais nova era pior do que o Naruto quando queria, eu o entendi. Eu estava transbordando felicidade e algo ruim pelas meninas.
Naruto finalmente chegou e estancou na porta.
− É você mesmo? – ele perguntou alto demais.
− Baka! Porque está sempre gritando? – Hanabi reclamou.
− É um mistério, Hana. – disse-lhe e rimos. Nesses 7 anos eu tinha ficado mais próxima de Hinata e Hanabi do que estive de pessoas em toda a minha vida.
− Tenten, quando for para casa, me avise. Quero falar com você, a sós e faço isso te levando para casa.
− Hm… - respondi desconfortável – Eu moro aqui, agora… - disse-lhe. Ouvi uma exclamação desaprovadora e não foi preciso olhar para ver que era a Chie.
− Aqui? – ele perguntou.
− Ne! – respondi desanimada. E agora? O que eu devia fazer? Ele estava de volta, eu não precisava mais fazer um segundo Neji, precisava?
Algumas semanas depois…
Hiashi não me chamou para conversar mais e tampouco Hizashi se manteve longe. Parecia até que eu era algum premio para ele ostentar na cara dos homens do clã. Eu me senti mal com isso, e gostava de fingir que era só isso que me incomodava. Mas não.
Se eu fosse sincera, eu estava muito feliz com Neji de volta. Eu não me sentia mais tão mal, parecia que era possível ter esperança. Quem sabe minha irmã não estava por aí? Sem memória em algum lugar… quem sabe?
Mas eu estava com tanto na cabeça que nem mesmo o torneio que corria solto e que eu estava auxiliando como observadora, estavam me dando alguma paz de espírito. Isso costumava funcionar…
Neji estava mudado. Isso estava me enlouquecendo. Ele ainda era frio, calculista, poucas palavras, não dava satisfações pra mãe ou pra esposa, mas com a filha, naquele momento intimo, ele era outro. Eu podia ver o orgulho que ele tinha dela, mesmo que, estranhamente, ela tivesse os olhos da mãe e não do pai.
Eu costumava questioná-lo sobre isso, mas ele ficou tão bravo comigo que eu nem toquei mais no assunto. Eu não precisava, afinal, cada vez mais, ela se mostrava como Hinata, sem talentos aparentes para a luta. Ele ficava frustrado, mas eu ia lá e dizia: “Muito bom, agora vamos de novo?” e ele aceitava a minha ajuda em treinar a própria filha.
Em contrapartida Chie parecia feliz da vida com a nora e costumava insinuar como era bom que Neji tivesse arrumado uma mulher de verdade antes que lhe fosse imposto um casamento forçado, ao que, eu esperava, ela não estivesse se referindo à mim.
Hinata dizia que era só porque ela estava feliz de ter uma netinha tão adorável, eu fingia acreditar. Na verdade, eu estava meio mordida. Eu queria um homem também. Mas eu ainda não conseguia querer o pai de Neji. Eu não o permiti me tocar outra vez.
Em contrapartida, Hizashi parecia cada vez mais obcecado por mim. Ele me dava flores, bombons, presentes e aparecia nos meus treinos individuais e nas aulas. Ele queria me levar a passeios que eu recusava e pagar jantares que eu jamais aceitei. Neji nunca disse uma palavra, mas eu sentia que isso o incomodava também. Nenhuma até hoje.
− Oi! – cumprimentei, entrando no dojo. Só Neji estava aqui, o que estranhei.
− Tenten, eu vou perguntar só uma vez. Você ta transando com meu pai?
− Não! – respondi num fôlego só. – Seu tio veio com um papo de deveres e que eu devia fazer um segundo Neji, mas aquele dia que você pegou a gente, foi o primeiro beijo, mas não aconteceu de novo! – respondi ante o olhar indagador dele.
− Otoosan parece gostar bastante de você. – ele constatou.
− Eu não gosto dele desse jeito. Alem do mais, acho que ele só quer se equiparar ao seu tio.
− Entendo… e você? Tem outra… hm… pessoa?
− Não. – eu ri – Eu nunca me apaixonei.
− Hm… − a porta do dojo se abriu revelando Aiko e Cho.
− Vamos fazer um treino conjunto? – perguntei, arrumando o meu cabelo que tinha soltado no vento de começo de inverno.
− Eu só vim assistir. – Aiko me esclareceu, num tom que deixava claro que ela achava idiota estar nesse dojo em que o frio entrava sem dó nem piedade pelas frestas e fazia arrepiar até os cabelos da alma.
− Vamos começar com um aquecimento, então? – sugeri, Neji disse algo a Aiko muito baixo e ela ficou muito irritada. Mas antes que pudéssemos realmente começar, um dos alunos da academia dos Hyuuga veio com um pergaminho na mão, totalmente sério.
Ele me entregou sem dar a mínima para a mão aberta de Neji e eu li rápido enquanto meu coração se quebrava cada vez mais.
− Kuso! Neji, arrume suas coisas, vamos nos encontrar com o time Kurenai, eles estão no portão nos esperando. 
− O que houve?
− Sua prima foi seqüestrada.
To be continued…
N//A: Eer… o que dizer deste? Emoções a flor da pele? Ah não fiquem bravas com o Neji, ele tinha que ter alguma coisa pra se distrair! (LOL)
Espero que estejam gostando!

Dicionário:

Aiko – Filha do amor
Tsuma – Esposa (formal).


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