Cap. 7 – Palavras Bem Escritas
Ainda abraçados,
ele ouviu o ressonar dela. Era leve. Deitou-a direito e cobriu-a. Doía vê-la,
naquela situação deplorável.
Ela, em nada
parecia-se com a Leah forte que todos conheciam.
Ele estava se
dando conta de que, a cada segundo que se passava, era como se ela fosse
deixá-lo e ele não conseguia pensar nessa possibilidade.
Mas, acima
disso, se dava conta de que ela, já não conseguia esconder-se em suas reservas.
E o maior medo
dele era que aquela fragilidade se partisse ao meio, levando-a de si.
Sentou-se no
chão, e ficou olhando o rosto, mais branco, dela.
Colocou a ponta
dos dedos por sobre o rosto feminino e ela sorriu, satisfeita com a caricia.
– “Tão perfeita e tão dócil, Lee… mas tão carente!
Não vou permitir que se perca! Minha estrela cadente e brilhante.”
Ele sorriu
também, quando, ao recolher seu dedo quente e aconchegante, ela suspirou
resignada e fez um bico.
Dando uma olhada
a mais no quarto, achou um caderninho, no criado mudo. Ele tinha uma capa verde
fluorescente e escrito em letras negar e em caixa alta: LEAH CLEARWATER
Puxou o elástico
para trás e abriu-o. Encontrou uma foto, que em nada o agradou. Aonde deveria
ser a prima, ela riscou fortemente.
Abriu-o às cegas
e viu que, diferentemente de tudo o que já ouvira sobre diários, cada dia era
nomeado com um titulo. A caligrafia bonita e caprichosa era escrita em dois
tons de verdes.
Definitivamente,
ela gostava de verde.
O titulo, num
verde fluorescente e com glitter, enquanto o texto, em um verde escuro.
Sorriu ao ver
uma foto dele e dela, quando tinham pouco mais que doze anos. Bom, ele, pelo
menos. Ela devia beirar os quinze.
– Já era linda…
- ele murmurou e mirou-a rapidamente. Como se ela pudesse escutar, sorriu brandamente.
Não era difícil
dizer o porque de Sam ver-se tão arrependido de tê-la feito viver na
abstinência, mesmo que não fosse por querer.
Leah era
totalmente viciável. E agora, se tornara vital para sua sobrevivência.
Tornou a mirar o
diário e pôs-se a ler, sabia que ela não gostaria, mas ficara tão curioso…
Hoje meu dia foi quase perfeito…
Se não fosse pelo chatolino do Jacob ele teria sido
TUDO.
Eu e Sam tomamos um sorvete e rolou um BEIJO.
Meu coração parecia que ia pular da minha boca…
Ele mudou de pagina,
nervosamente.
Chegou a uma
pagina em particular, escrita em vários tons de rosa, numa letra muito
caprichosa e rodeado de coraçõezinhos.
Não posso acreditar!
Estou, oficialmente, namorando com o AMOR DA MINHA
VIDA!
Ele…
Novamente mudou
de paginas, muitas vezes e o diário caiu ao chão, fazendo um estrondo.
Leah mexeu-se na
cama e virou pro outro lado, voltando a ressonar.
Ele encontrou
uma pagina escrita às pressas, marcada por lagrimas:
Hoje ele terminou tudo!
Como pode?
Com 5 segundos destruir dois anos de namoro e um de
noivado!
E o pior, dói tanto amar sem ser amada!
Mudou mais uma
vez, e encontrou uma pagina escrita em preto e pintada toda de vermelho. A foto
de Emily com um grande ‘x’. Um texto escrito com caneta preta brilhante.
Hoje eu descobri que estou cercada de cobras.
Mamãe voltou a falar com Emily, assim como Seth e
papai.
Meu pai parece ser o único que me entende e é o
único com quem posso conversar, sinceramente.
A dor dilacera o meu interior.
E eu não sei o porque, mas parece que eles me
escondem algo realmente grande!
Fechou o diário
e chegou perto. Não era a primeira vez que ouvia um suspiro dela.
E reparou, não
era um simples suspiro, mas lagrimas que caiam e deixavam-na com a respiração
ofegante, entrecortada.
Encontrou os
olhos tristes, opacos e sem vida, molhados. O rosto também não era nem a sombra
do que já fora.
– Lee… quando
acordou?
Ela não
respondeu a pergunta, apenas sussurrou num tom quase tão baixo que ele fez um
tremendo esforço pra escutar:
– Me abraça.
– Lee… - ele abraçou-a,
aconchegando o corpo frágil e quase frio a ele. Tentando aquecê-la e passar
segurança.
– Porque
continua aqui? – ela continuou a sussurrar.
– Porque eu te
adoro, quero que melhore. – ele sussurrou também, mas a voz dele soou
incrivelmente confortadora e o timbre rouco, soou sexy.
– Porque eu
tenho que me apaixonar? – ela perguntou contra a pele febril dele.
– Eu não sei. De
verdade. – ele foi sincero.
– Porque eu sou
uma idiota. – disse com rancor.
– Não, não é!
Você é uma pessoa maravilhosa! Só tem que aprender a achar a pessoa certa, pra
quem entregar esse coraçãozinho! – disse olhando-a nos olhos.
A respiração
dela, era quente. E ela endireitou-se, olhando-o fundo nos olhos. Os cabelos
lisos e despenteados, estavam desarrumados e caiam docilmente pelos ombros e
consequentemente, caiam pelo blusão, que agora era folgado.
Ele segurou o
rosto dela, sentindo os ossos, nas palmas. Ela fechou os olhos e sorriu com a
carícia. Adorava o calor confortante que emanava dele.
– Você tem um
calor gostoso, Jake. – ela confidenciou, ruborizando.
– Vamos comer
alguma coisa? – perguntou depois de um tempo, fazendo carinho nas bochechas
dela.
Leah já estava
mais aquecida, com aquele abraço. E mais calma também.
– Vamos ficar
mais um pouco… eu gosto do seu calor! – a respiração parou por um momento e
depois voltou. Ela saiu dos braços dele rapidamente e parecendo terrivelmente
amedrontada sussurrou:
– Eu não devia
dizer isso! – as lagrimas a tomaram de novo. – Droga! – sentou num cantinho,
escorregando pela parede, atordoada. – Eu não posso… isso não pode acontecer,
não pode!
– Shiu… vem. –
levantou-a e a abraçou – Você também me deixa confuso. – e sussurrando
completou – Eu já volto com algo pra você comer!
E saiu, quando
ela ficou calma.
Leah não viu,
mas sorria como uma criança que ganha um doce.
– Jake… eu não
posso querer você. Não posso me apaixonar! Embora… eu não posso controlar… -
sentou a cama e sentiu a fragrância dele. O coração deu um salto só com essa
certeza.
To be continued…
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