Prólogo
Estamos em Cybercity e a utopia continua sendo uma droga. Eu cresci aprendendo a me virar nas ruas agitadas de Brasília, saída de uma cidade do interior do Rio Grande Do Sul e aprendendo a me proteger, eu jamais imaginaria que o mundo ia acabar.
Mas ele acabou.
31 de Dezembro de 2012
- Vá corre! - Ouvi uma senhora gritar, na pequena cidade de Shadowtown, não é uma coisa tão comum assim. Olhei e vi guardas e gente do exército brasileiro prendendo pessoas, batendo em gente que só estava fazendo suas compras de fim de ano, assim como eu.
Me esgueirei pela multidão. Eu não sou grande e não sou forte, eu sou pequena. Isso me deu alguma vantagem. Continuei caminhando apressada, entrei num beco escuro e cortei caminho para a casa da minha mãe e do meu padrasto.
- Anda, entra no carro! - Minha mãe gritou com o meu irmão mais novo, ele veio correndo com duas mochilas.
- Finalmente, Susy! - Minha mãe gritou para mim e me apontou o carro. - Entre, ande!
- Que droga está acontecendo? Qual o motivo dos guard...
- É uma guerra, entre no carro droga! - Minha mãe disse-me além de irritada. - Tem comida, roupas e calçados. Leve-os para o Leste. Daqui a 500 km você vai encontrar a casa da sua avó, dirija para lá e fique com ela.
- Mas e a senhora, mãe?
- Eu fico aqui com Bill.
- Mãe...?
- Querida, dirija. Eles estão vindo!
- E Mel?
- No banco de trás com seus irmãos.
- Droga! Mãe e vocês?
- Querida, Bill está morto e eu não vou deixá-lo entendeu? Nosso futuro está em suas mãos.
Respirei fundo e entrei no carro.
- Carlos bota o cinto. - Eu girei a chave na ignição. - Mantenha os vidros fechados e a Mel quieta.
- Mana?
- Shii. - Eu liguei o carro e dirigi a toda.
Droga, meus pais morreram. Minha mãe vai morrer, meu padrasto foi morto e a imaginação da cena me assustava e embrulhava o estômago.
O pensamento de fim foi inevitável. Seria o fim? O começo? Eu só conseguia sentir a dor no meu peito de deixar alguém que eu amo para trás. Droga, há mais do que alguém que eu amo, pessoas que eu amo ficaram e eu estou aqui, dirigindo um carro velho, caindo aos pedaços, com meus dois irmãos.
O que será de Andrew? E o que vai acontecer com Marcos, meu irmão mais velho? Será que ele está bem?
To Be Continud...
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