[Lua Cheia] Capítulo 40 - Tempo

Capítulo 40 – Tempo

Leah fugiu de Grady, guiando-se para o quarto. Ela não ouviu a porta fechar e sabia que o som abafado a seguindo eram os passos de Grady, muito próximos dela.

─ E sobre o casamento?

Ela não respondeu ainda, fugindo dele até chegar perto do banheiro privativo. Seu quarto estava uma bagunça por causa dos restos da parede que Grady havia quebrado dias antes.

Grady puxou-lhe a mão firmemente, sem machucar. Eles se olharam por uns minutos, antes que ela o entrelaçasse com os braços. Não tinha uma resposta. Não queria ter que dizer-lhe isso, então apenas sorriu.

Precisamos de tempo. Mas ele não está me dando ele. Ela pensou ironicamente e deu-lhe um beijo quase cálido nos lábios, erguendo ligeiramente os pés. Ele não a decepcionou, correspondeu com força e rapidez, a deixando de pernas bambas. Eu já o quero tanto na minha vida. Ela não permitiu-se dizer em voz alta, só tornaria as coisas piores para os dois.

─ Querida? – Ele forçou-a a responder, assim que a soltou. – Quero uma resposta e eu quero agora. – Grady não deixou dúvidas restando.

Leah suspirou soltando-se dele e tentou escapar, mas ele a segurou pela cintura amavelmente e ela encostou a cabeça no peito dele, aspirando o cheiro másculo que já fazia parte de seus sonhos.

Tudo podia ser tão fácil. Ela pensou com um suspiro pesado. Ela realmente queria que fosse. Tudo pode ser fácil? Ela não estava tão certa assim para arriscar tudo. Queria dizer-lhe cem vezes e mais que o amava, mas e se ele não ligasse tanto quando ele pensava que ligava? E se o prendesse? Não era isso que pretendia. O amava o suficiente para deixá-lo ir, se ele assim escolhesse.

─ Lee? Eu amo você. É sobre isso que está pensando tanto? Eu te amo. Eu realmente te amo.

─ Não estou certa disso. – Ele rosnou sem aprovar sua resposta.

─ Meu corpo responde a você. – Ele disse como se isso fosse suficiente e Leah se afastou dois passos, olhando-o firmemente nos olhos.

Ela poderia perder-se em seu corpo, mas tentou com tudo o que tinha, não distrair-se. Era de suma importância que ele visse e entendesse o ponto aqui.

─ E isso não basta. – Ela disse-lhe lentamente. Escolhendo as palavras, continuou: ─ Preciso de mais do que um cara com tesão, Grady.

Ele pareceu pesar suas palavras e ela viu a mandíbula dele ficar cerrada e dura, sabia que o tinha ferido, mas não tinha essa intensão. Talvez seja uma coisa masculina, ela não sabia dizer.

─ E o que eu preciso para te provar isso?

─ Ações? – Ela tentou girando os olhos.

─ Eu fui atrás de você. – Ele respondeu sem hesitar. Ela não tinha esquecido. Isso ainda a confundia. Porque ele foi se queria me matar? A resposta não surgiu em seus pensamentos. – Eu quase enlouqueci quando você partiu, isso não conta?

Conta. Conta muito. Ela não admitiu em voz alta. Lhe custou uma parte de seu orgulho admitir em pensamentos, ela não ia proferir. Grady não precisava também. O olhar que ela lhe deu, disse-lhe isso.

─ Então, querida! Eu não tinha nada profundo com Megan, era só sexo, ok? Foi com você que eu passei o verão.

─ Porque meu tio te mandou isso. E por causa daquele probleminha com o Lorne. – Ela abraçou-se ao proferir o nome maldito.

Ainda não conseguia lembrar de tudo o que ocorrera na casa de seu pai biológico, mas dava-lhe ânsia de vômitos, então não devia ser boa coisa. Grady lhe acariciou nos braços, desde os ombros até os cotovelos e a envolveu num abraço protetor, antes de encostar o queixo no topo de sua cabeça.

─ Eu poderia ter partido a alguns dias. Eu poderia estar lutando contra a marca. Ela não vingou e eu poderia estar na corrida agora. Mas eu não quero. Eu estou exatamente onde quero estar.

─ Não… vingou? – Leah perguntou sem entender e ergueu a cabeça, olhando-o nos olhos. – Corrida? A temporada…?

─ Já acabou. Os meninos comemoram com mais sexo, corrida de dois dias. Hoje é a ultima noite.

─ Você foi ontem? – Leah sentiu o ciúme inflar dentro dela antes mesmo de proferir as palavras. A voz feminina da ligação do dia anterior voltou a ela e ela percebeu que ele sabia quando ousou rir. – Grady? – Ela forçou-o a responder.

─ Não, amor, eu não fui.

─ Então quem era…?

─ Glenda. Uma grande amiga. Trabalha comigo e os meninos no bar, é minha gerente. Nós a salvamos a alguns anos e ela… ela mantém as coisas em ordem.

─ E o que diabos ela fazia com seu celular?

Estou mesmo com ciúmes dele? Ela não ousou admitir nem em seus pensamentos, embora conhecesse o sentimento muito bem.

─ Eu estava meio irritado por não poder trazê-la. Minha boca só pronunciava rosnados e entreguei o telefone pra Glenda atender. Você nem disse alô para ela.

─ Amiga, sei. – Resmunguei o abraçando mais forte.

─ Ela é só amiga, eu juro. – Grady riu e deu um beijo no topo da cabeça de Leah, fazendo um caminho até a orelha e dela para a boca da morena, que já salivava ansiosa pelo toque.

Leah não planejou arranhá-lo no processo, mas suas unhas estavam arranhando e marcando a carne dele como sua. Sentiu o aperto no bumbum e riu contra a boca dele. Ele já estava pronto para toma-la também. O membro duro contra as coxas dela só reafirmavam isso.

─ Eu não sou bom com palavras, baby.

─ Não precisa ser bom com palavras, Grady. Eu quero ter certeza do que você sente, não quero que faça uma escola precipitada.

Havia muito a dizer ainda. Ela sabia disso, ele também sabia e ela tinha plena certeza de que ele estava entendendo onde ela queria chegar. Não tinha sexo que sobrevivesse a uma relação vazia. Tinha que haver mais entre eles.

─ Já sou grandinho o suficiente para escolher por mim mesmo.

Ela tinha certeza que sim.

─ Mesmo assim. Sexo não é suficiente. Não quero que você se arrependa.

─ Meu maior medo é que você nos deixe.

─ Nos?

─ Sim. Se um dia tivermos filhotes e você nos deixar… eu jamais quero que um filhote sofra como eu sofri.

─ Eu nunca vou deixar vocês.

Foi então que ela percebeu. A decisão já estava tomada.

Continua!

Oh sim! Entendedores entenderão XD

Espero que tenham gostado, até amanhã *-*