[Lua Cheia] Capítulo 56 – Incubadora
Oi gente! Como foram as festas?
Tive alguns probleminhas, mas aqui estamos, firmes e
fortes! :D
Espero sinceramente que gostem do capítulo, embora ele
tenha um conteúdo um bocado pesado, acredito que vocês gostarão ^^
Boa leitura!
Havia algo de estranho no ar, ele a olhou penalizado pelo que tinha feito,
embora Leah mantivesse a altivez declarada em seu rosto, ele a havia machucado.
Jamais se perdoaria por isso, era um filho da puta dos grandes e tinha medo de
pensar que tipo de barbaridade havia feito à mulher que amava.
Leah sorriu-lhe novamente. Ela o tocou no
rosto e Grady resistiu ao impulso de se afastar e gritar outras mil perguntas.
Ninguém entrou no quarto, mas ele sabia que todos haviam ouvido sua pequena explosão.
A televisão estava destruída num canto do quarto.
─ Querido, tudo bem. – Leah começou a dizer,
deixando o sorriso escorregar de seu rosto bonito.
─ Como pode estar? Eu a estuprei e isso não é
“tudo bem”. É doentio e vil. Vou pedir ao meu pai o castigo por isso, eu jamais
poderei olhar você novamente. – Grady fungou. – Quero morrer por isso.
Leah segurou o rosto dele o fitando
seriamente. Ele se assustou com a certeza que ela tinha naquele olhar.
─ Você não me estuprou, Grady. Eu poderia ter
saído, mas deixar você sofrendo com aquela dor insana era pior do que o meu
bem-estar. Você não percebeu? Eu te amo, grande idiota e não, não me arrependo,
nem por um segundo, do que fiz. Você é parte do motivo pelo qual eu encontrei
uma vida além de Sam, entende isso? Sou feliz com você.
─ Eu fiz…
─ Não foi realmente difícil. – Leah foi
sincera. – Pelo menos desta vez era com alguém que eu realmente gosto e não
alguém por quem sinto nojo.
─ Do que está falando, amor?
─ Você não percebeu? – Leah perguntou-lhe com
um sorriso frio. – Foi o que fiz pelas nexos que são parte do seu bando agora,
Grady. – Leah pigarreou, controlando a voz rouca pela emoção. – E foi horrível,
mas não vi porque não fazer o mesmo pelo homem que amo.
─ O que…vou matá-los! – Grady urrou de ódio e
Leah o segurou pelos braços.
─ Eu o matei, lembra? – Ele parou de tentar
se afastar e a olhou longamente, ainda sentindo muito pelos machucados. – Foi
um sacrifício, querido. Pessoas fazem isso quando se importam, não é verdade?
─ Eu morreria para ouvir que você me ama, mas
agora…
─ Vamos sobreviver a isso, ok? Eu te protejo,
você me protege.
─ Eu não sei, Leah, eu sou um babaca dos
grandes.
─ Sim, você é, mas isso não pode significar
que é uma coisa boa no fim das contas? Ou você não me ama mais?
─ Eu amo você, é só que…
─ Grady, vamos superar. – Leah o interrompeu
firmemente. – E quando isso acontecer, vai ser só uma lembrança ruim que
tivemos, ok?
─ Eu me sinto tão mal por isso.
─ Não sinta. Foi minha escolha e desde que
você não tente isso novamente, ficaremos bem.
─ Dói muito?
─ É apenas um incomodo. – Leah deu de ombros.
– Em alguns dias vou estar totalmente recuperada.
Grady ajoelhou-se e Leah ficou olhando ele
fazer isso. Seus olhos ainda estavam avermelhados por causa das lágrimas e
pareciam tão pesarosos, sua voz demonstrava isso e partiu o coração dela ao
meio, mas teve que fazê-lo.
Conhecia as conseqüências, Grady poderia
enlouquecer, poderia jamais ser o mesmo novamente, poderia não suportar e
morrer ou simplesmente tornar-se muito violento e teria que ser contido, talvez
até morto. Pareceu-lhe muito egoísta não fazer nada quando o homem que amava
estava sofrendo tanto, com o destino nas mãos da parte mais importante e
poderosa do bando, seu próprio pai.
─ Quão sortudo sou eu por tê-la?
─ O mais sortudo. – Leah lhe sorriu ao dizer.
– Olhe, sei que está arrependido. Soube disso no instante em que decidi, sabia
que você ficaria e que isso ia te quebrar, mas do mesmo jeito, querido, me
mataria vê-los te causar qualquer dano porque a sua humanidade foi
enclausurada. Estamos bem e vamos continuar assim, é como as coisas são.
─ Eu prometo que vou me tornar alguém mais
forte, que nunca mais terá de passar por algo assim. – Grady disse-lhe com um
olhar de partir o coração. – Eu te amo.
─ Eu também te amo. – Leah surpreendeu-se por
dizer-lhe isso assim. Parecia que por um longo tempo quis dizer, mas as
palavras simplesmente não chegavam em seu destino.
─ Você o faz? – Grady parecia surpreso.
─ Eu faço. Acho que te amei desde o primeiro
momento em que te conheci e que droga, isso foi brega!
─ Foi lindo. Você é linda. – Grady disse
encostando a cabeça na barriga lisa de Leah e finalmente tomou coragem para
perguntar: ─ Eles… a estupraram? Foi o que você disse? – Ele disse em um
rosnado.
─ Bem… ─ Tencionou mentir, mas não faria isso
agora. Havia tomado sua decisão. – Sim.
Ela engoliu a raiva que se acumulou em sua
garganta. Queria rosnar, mas sentiu que isso só o faria sentir-se mais
enfurecido do que ele já estava. Explicou:
─ Eles queriam incubadoras para carregar
pequenos que fossem mais fortes do que filhos de alphas normais. Meu pai teve a
brilhante idéia e tentou concretizá-la. Foi a primeira vez que fiquei feliz por
ser infértil. Jamais carregaria o filho daquele maldito.
─ Acho que o nosso médico deveria dar uma
olhada em você. – Grady finalmente disse, se erguendo.
─ Você não me machucou de verdade, Grady. –
Leah disse negando. O homem muito mais alto a pegou no colo e depositou na
cama, delicadamente.
─ Não é certeza de que você não pode
engravidar, além disso, quero ter certeza de que você está bem.
─ Eu estou! – Leah foi teimosa e o olhou com
raiva. – Não preciso de um médico!
─ Ele irá vê-la, nem que eu tenha que te
amarrar nessa cama! – Grady rosnou nervosamente. – Eu me preocupo com você,
deixe-me pelo menos cuidar do estrago que fiz!
─ Mas precisa chamar a droga de um médico? –
Ela retrucou em um rosnado irritado.
─ Faço questão! – Grady disse
categoricamente. – Vou buscar algo para você comer e em seguida o médico irá
examiná-la!
─ Como assim “em seguida”? – Questionou
pegando suas palavras no ar.
─ Ele está esperando lá em baixo.
─ Droga!
─ Só deixe que ele dê uma olhada em você!
─ Ele não vai me dar nenhuma injeção, vai?
─ Acho que não, porquê?
─ Odeio injeções. – Ela reclamou encolhendo
os braços. Ele sorriu, achando adorável o fato dela lutar com vampiros, matar
lobisomens, mas ter medo de injeções.
─ Você mata criaturas extremamente perigosas
e tem medo de injeções?
─ Elas são piores do que matar vampiros e
lobisomens, acredite. – Leah respondeu-lhe num traço fino de voz.
─ Vou buscar seu café-da-manhã. Não saia daí!
– Grady ousou rir e saiu do quarto.
Assim que Grady deixou o quarto, a expressão
de pesar dominou suas feições, estava tentando aceitar seus atos recentes por
Leah, porque ela havia sido corajosa e se doado a ele, mas por dentro, em seu
íntimo, sentia-se destruído. Era como se um trator houvesse passado por cima dele
e deixado-o jogado, cheio de feridas, no chão frio e cheio de pedras, onde cada
pedra gritava-lhe cem mil vezes que ele era fraco e culpado por causar mais dor
e tormento à única que ele quis proteger, um instinto ainda maior do que o de
proteger o bando e seus irmãos.
Encostou-se à parede momentaneamente, sentiu
uma mão em seu ombro e olhou, sabendo que era Von. Ele estava sério ao olhá-lo,
deu um pequeno aceno de cabeça e por fim abriu a boca, falou em sussurros:
─ Ela é uma mulher forte, irmão. E te ama,
disse isso ao nosso pai e se ela o fez, só pode ser verdade. Nenhuma mulher
iria tão longe por uma mentira. Não fique tão mal porque não podia se
controlar, fique mal porque a minha mãe ferrou contigo. Sinto muito pelo que
ela fez, realmente sinto muito. Nós devíamos ter previsto isso.
─ Douglas disse algo?
─ Apenas que ela não chegou aos domínios
dele.
─ O que houve aquele dia?
─ Leah e você vieram para dentro, pouco tempo
depois Yon disse ter ouvido um barulho. Pensamos que eram vocês dois, mas aí a
Jessica disse que sentia que estavam com problemas. Corremos para dentro e Leah
estava lutando com nossa mãe. Ela não conseguiu se transformar completamente,
mas suas garras despontaram com poucos pelos nos braços e pernas. Papai salvou
Leah de ter o pescoço estraçalhado por nossa mãe e Leah salvou você de ter sua
sanidade roubada, irmão. Eu não diria isso antes, mas agora… confio que deve se
acasalar com ela, de verdade.
─ Huh, você acha que ela é boa agora, é? –
Grady brincou e começou a andar pelo corredor que dava na escada. – Não vai ter
uma chance com ela.
─ Eu não preciso de uma. Jacob a tem em
grande estima. – Von deixou Grady saber. – Ele disse para termos cuidado,
porque ela é completamente doida. Palavras dele.
─ Tenho certeza de que estava certo. Ela
deveria ter chamado vocês ao invés de competir com Eve.
─ Ela estava protegendo a sua bunda. – Von
riu em seguida. – Quando imaginou que isso aconteceria?
─ Eu a machuquei. – Grady disse sério. – Sou
o tipo de bastardo que matamos, Von.
─ Você não era você mesmo, irmão. Minha mãe
será castigada por isso, Douglas disse que tem as pessoas certas para isso e
vamos garantir que ele a tenha agora.
─ Como assim?
─ Papai está irado com o fato dela ter
entrado aqui. – Anton respondeu-lhe descendo as escadas com eles. – Ele está
com medo por Sue também. Ela é completamente humana, diferente de nós.
─ Ele vai matá-la?
─ Não, pior do que isso. – Anton voltou a
responder olhando para a frente. – Entregou-a para os Lorne em troca da matança
do outro dia.
─ Espera, o quê? – Von perguntou. – Eu não
sabia disso, Douglas…
─ Assinou o acordo. Mamãe é oficialmente uma
errante agora. Douglas não a quer, papai não a quer e nenhum bando quis assumir
a responsabilidade ou matá-la. Fora essas opções, só havia uma: torná-la uma
incubadora.
─ Isso é horrível. – Grady disse com asco. –
Não podemos falar com Douglas e pedir que ela fique lá? É mãe de vocês, caras.
─ Sabemos disso. – Anton respondeu e
suspirou. – Nem Braden está com ela, irmão. Eu não votei, mas disse que a
queria longe da minha mulher. Papai estava de acordo desde que as coisas
chegaram tão longe, precisávamos tomar uma atitude drástica ou… você sabe, as
coisas iam acabar ficando feias de verdade.
[…]
Leah mexeu-se na cama, incomodada. Podia
ouvir os sussurros, apesar de não conseguir entendê-los. Ouviu as duas vozes se
afastando e suspirou alto, queria que tudo fosse diferente, mas não era.
Somos
um casal. Leah pensou racionalmente. Vamos superar isso. Dói, mas isso é culpa
minha. Vou me curar em alguns minutos, só preciso comer e de um banho. Ela
montou o plano em sua mente e olhou para a televisão destruída no canto do
quarto. Que bom que foi a TV e não eu.
Ouviu a porta ranger de leve e olhou, sua mãe
estava entrando no quarto com a bandeja de comida. Sue depositou no colo da
filha o objeto e sentou-se na pontinha da cama, olhando-a seriamente.
─ Hey, mãe. – Leah a cumprimentou observando
o que tinha na bandeja. Tinha sopa, pão e suco, além de uma porção de frutas
cortadas. – Você ta com fome?
─ Tudo seu. – Sue deixou-a saber e praguejou
baixinho. Leah começou a comer, esperando que sua mãe falasse. – Filha… o que
houve aqui?
─ Hum. – Leah gemeu quando a comida entrou em
contato com sua língua. – Que delícia, mãe. Bem… houve o que há entre um casal.
─ Depois do sexo, não é comum se quebrar uma
televisão. – Sue ponteou. – Agradeça à cozinheira da casa depois, ela que fez.
─ Eu vou. – Leah sorriu pequeno e suspirou. –
Grady ficou lívido.
─ Ele pediu ao Elroy para o levar abaixo. –
Sue deixou-a saber. – Faz alguns minutos, brigou com os irmãos e estava se
limpando quando eu subi com sua comida.
─ Caramba! Ele…? – Deixou a pergunta morrer
em sua garganta, sua mãe assentiu afirmativamente.
─ Está bem. Quero saber de você, querida.
Como está?
─ Só dolorida, manco um pouco, mas vou estar
bem em algumas horas. Você sabe disso.
─ O que te fizeram quando foi sequestrada,
Leah?
─ Como sabe que fui seqüestrada? – Perguntou
ao invés de responder sua mãe. Sue a encarou com um semblante irritadiço e a
mais jovem trancou os lábios, impedindo as palavras de saírem.
─ Responda a minha pergunta que eu respondo a
sua. – Sue piscou num falso tom brincalhão, tentando relaxar a filha.
─ Aconteceu o que tinha que acontecer. Minha
vez.
─ O que tinha que acontecer? – Sue questionou
rapidamente, sentindo uma sensação ruim no peito. O que sua filha tinha
suportado?
O
que fizeram com meu bebê? Pensou a mais velha
preocupada, com uma sensação mórbida no peito. Em contrapartida, a mais jovem
estava decidida. Ela não precisa saber
disso, vai querer os detalhes. Definitivamente não.
─ Mãe, minha vez. – Respondeu ao invés e
piscou. – Como descobriu isso?
─ Seu tio. Sabe como Omar é, ele começou a
falar e soltou tudo.
─ Fofoqueiro. – Leah respondeu com uma
carranca brincalhona. Grady entrou no quarto e elas pararam de falar.
─ Você não me respondeu. – Sue disse
baixinho. O rapaz pegou uma muda de roupa e saiu sem dizer nada a nenhuma das
duas.
─ Ele está muito bravo, não é? – Leah
perguntou baixo, em contrapartida sua mãe acariciou-lhe o braço. Ela deu uma colherada
na sopa e molhou o pão, comendo em seguida.
─ Ele vai superar. O que houve lá, querida?
─ Você sabe, mãe. – Respondeu-lhe depois de
engolir mais um pedaço de pão molhado de sopa. – Aconteceu o que acontece
quando bandos sequestram garotas alheias.
─ Deus, Leah! Isso… precisa de um terapeuta?
─ Pareço louca? – Leah questionou sua mãe com
irritação. – Não, eu não preciso, mãe. Sacrifiquei-me pelas nexos, era o meu
dever como mais forte. E assassinei o maldito quando tive a chance, caso queira
saber. – Ela disse bebericando do suco e finalizando a sopa.
Sua mãe parecia chocada demais para falar
qualquer coisa, então começou a comer das frutas e quando acabou a olhou
atentamente. Sue estava completamente quieta e não era de seu feitio.
─ Mãe. – Chamou a atenção dela e tocou em seu
braço de leve. – Estou bem, ok? Estou mais preocupada com Grady e se aquela
doida vai ficar longe de nós.
─ Elroy está resolvendo isso. – Sue disse
baixinho. – Tem certeza, amor?
─ Absoluta. Agora pode me fazer o favor de
chamar o idiota do meu namorado? – Ela sorriu para amenizar as palavras.
─ Claro, querida. – Sue disse se levantando e
pegando a bandeja do colo da filha. – Qualquer coisa…
─ Obrigada. – Leah a cortou e colocou as mãos
no colo. Quando sua mãe saiu, ela sabia que tinha que por o plano em prática ou
Grady ia acabar se afastando ainda mais e essa não era sua intenção quando
tentou salvá-lo, só queria poupá-lo da dor. O amava, mas ele parecia ter algum
problema de vista, porque não via a verdade estampada com letras garrafais e de
neon bem na frente deles.
Continua!
Ei,
amoras! Como estão? Eu sei, capítulo tenso :O
Mas
espero que tenham gostado! Vamos ver como vai ser de agora em diante né?
Comentem
o que acharam, seus comentários me fazem saber se estão gostando ou não e se
não há dúvidas, é muito importante.
Um
grande beijo, fui!
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Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.