Cap.
3 – Como irmãos
− Como é que
é? – perguntei.
− É isso
mesmo, meu clã tem motivos para acreditar que ainda é o pessoal da névoa
querendo os segredos do clã Hyuuga. – Shino me esclareceu.
− E alguém
tem pistas? – questionei.
− Vamos
seguir o cheiro, com Kiba e Akamaru na frente deve ser fácil. – Shino
respondeu.
− Tragam ela
de volta, por favor! – Hinata pediu abalada. – E Tenten, Neji, por favor,
voltem, os dois! Todos vocês! – ela disse com seus olhos cheios de lágrimas. Ela
estava se culpando?
− Nós vamos
voltar, você vai ver! – disse-lhe otimista. Despedindo-me dela e de sua mãe.
− Querida,
cuidado. – me desejou, Chyio, mãe da Hinata.
− Nós
teremos. – eu prometi e acompanhei os meus colegas que já estavam na frente.
− A mãe da
Hinata gosta bastante de você. – Neji constatou pulando rápido ao meu lado.
− A única que
não vai com a minha cara é a sua okaa. – lhe respondi.
− Desde
sempre. – ele concordou.
Não falamos
por horas até Akamaru parar e recebermos um aviso de parada de Shino.
− Akamaru não
está detectando para que lado foi. – Kiba traduziu os grunhidos do cachorro. –
Ele disse que está fraco demais o cheiro.
− Não está
fraco. – Neji disse metros abaixo de nós. – Era uma armadilha para nos
despistar. – ele levantou um pano na mão. Fomos para onde ele estava.
Era uma parte
da blusa dela, com toda certeza, eles tinham ido para outro lado, sabe-se lá de
onde, e estavam muito longe agora.
− O que
fazemos? – perguntei ao Shino que estava à frente da missão.
− Está muito
escuro. Vamos descansar, e de manhã fazemos buscas pelo local. Se estivermos
perto, eles devem deixar rastros.
Os meninos
montaram barraca e alguns foram buscar lenha enquanto eu arrumava os alimentos,
lavava e preparava o jantar. Quando todos estavam indo dormir, Neji me pediu
para esperar e conversarmos.
− Dá pra me
explicar como todo mundo do meu clã te conhece e respeita mais do que eu? – ele
disse, fazendo um movimento de sobrancelhas que ficou lindo no rosto bem
desenhado dele.
− Meu pai
assinou um contrato com seu tio. Eu devia me casar com seu primeiro filho
homem, como ele não tem, disse que eu devia ter um filho com seu irmão e a
dívida da minha família estaria paga. Além disso, ele me pediu para dar aulas
aos alunos da academia dos Hyuuga, que foi inaugurada alguns meses antes de
você supostamente morrer. – respondi – Todos me conhecem por isso, alem do
mais, parece meio que uma caçada… os caras estão meio que… loucos pra me
engravidar e virarem os próximos queridinhos do líder. – ri sem graça. Isso era
de dar dó.
− Sei… mas eu
voltei… e agora?
− Estou no
escuro também. Seu tio não me disse mais nada depois que você voltou. Neji?
− Quê?
− Eu sei que
odeia isso, mas tem certeza que a…
− Sim! – ele
levantou furioso. – Porque quer tanto provar que ela não é minha filha? Acaso
tem algum interesse nela? Em mim?
Mordi o lábio
inferior e tentei pensar sobre isso. Na minha cabeça estava quase claro que era
só preocupação de irmã, e se eu fosse hipócrita eu diria que era só isso mesmo,
mas não era. Eu estava incomodada demais com a nova família de Neji e isso
estava me tirando o sono. Como que eu não tenho essas respostas? Será que
internamente, eu acreditei que ele teria se casado comigo? Por pena e amizade,
como me prometeu?
− O que está dizendo? – perguntei rindo.
Neji só podia ser louco!
− Caso contigo! Você me conhece, é minha
amiga e eu te considero e estimo bem. Além do mais, sua mãe me adora! – Neji
citou calmamente.
− Mas para casar é preciso mais! É preciso
amor!
− Isso se arranja com o tempo. E seria só
uma forma de ficarmos tranqüilos. Eu não tocaria em você, se você não quisesse.
− Neji Hyuuga, você está se saindo um grande
safadinho! Pensando nessas coisas! – ri e o olhei, ele estava a meio centímetro
da minha boca, eu podia sentir a sua respiração quente nesse inverno do
caramba, bater no meu rosto. A risada morreu no mesmo instante e nos afastamos
bem rápido.
− Casa ou não? – ele me perguntou, já em pé
limpando a roupa.
− Haha! Eu caso! – ri em meus 14 anos.
− Tenten? –
ele me perguntou e o olhei, tantos anos haviam passado desde aquela tarde de
inverno no campo de treinamento.
− Eu não
tenho interesse em você. – menti. – Eu só estou confusa! É coisa demais para
lidar!
− Você
continua sendo uma péssima mentirosa. – ele me deu um sorriso de canto e se
aproximou. Eu pensei que ele ia me beijar. Ele só me abraçou como eu me
lembrava que ele fez…
− Não! – gritei, horrorizada, tentando
afastar o meu tio do meu corpo. As lágrimas me chegando e tirando o meu ar.
Tentando evitar, a todo custo, um contato mais intimo.
Ele me segurou mais forte, me mandando ficar
calada, a minha mãe na porta não fez nada, eu estava ficando desesperada.
− Okaasan! Tira ele daqui! – eu gritei. Ela
fez um sinal de shii. E me aterrorizei, okaasan não ia me ajudar? Claro que ela
estava só na minha mente. Mamãe havia morrido alguns anos antes.
Ele colocou a mão embaixo da minha blusa,
tentando me aliciar e eu gritei enojada. Ele me esbofeteou forte e minha cabeça
girou.
O que eu devia fazer? Eu só tinha 15 anos! Eu
estava exausta, ainda me recuperando, havia acabado de sair do hospital! Então
eu comecei a gritar, eu não tinha força pra empurrar ele, mas se alguém me
ouvisse…
A porta se abriu com estrondo. E algo
arrancou o meu tio de mim e o nocauteou. Eu vi só uma sombra desconexa e algo
me disse que Neji estava aqui. Eu tive certeza quando ele me abraçou.
− Tudo vai ficar bem. – ele disse apenas
isso naquela noite.
− O que está
te afligindo? – ele perguntou e eu não tive coragem de dizer.
− É algo que
eu possa ajudar? – ele perguntou novamente.
− Dentro de
dois meses meu tio sai da prisão. É isso.
− Seu tio não
foi…
−
Excomungado? Sim, ele não é mais um Mitsashi, mas… estou com medo! –
choraminguei me repudiando por ser tão fraca.
− Não
precisa, você tem amigos e tem família agora. Os Hyuuga são sua família agora.
Você é assunto nosso.
− Só estou
com um medo que é infundado! Eu sou uma mulher agora! Tenho 24 anos e vou agir
conforme uma adulta! – disse-lhe tentando me encher de coragem.
− É você é
uma mulher agora. – ele disse me olhando, eu percebi que era brincadeira, mas
senti-me envergonhada. Não era nesses termos
que eu tinha querido dar a entender.
− Não é disso
que eu estou… - ouvimos passos – Ouviu isso?
− Ouvi. Ta
pronta?
− Estou.
Nós começamos
a correr na direção dos passos o mais silenciosamente que pudemos, mas não
havia nada mais. Chamamos Shino e Kiba (que ficou muito irritado de ser
acordado) e contamos. Shino decidiu que devíamos ir no rastro imediatamente.
“Não faz
diferença” – pensei comigo mesma. – “Eu nem estou cansada!” – pensei reprimindo
um bocejo. Quando o dia estava chegando ao meio dia mais ou menos, o sol estava
a pino embora começasse uma tempestade de neve que parecia nublar tudo, paramos
para procurar uma caverna e nos abrigar.
− Kuso!! Nós
vamos perder o rastro desse jeito! – Kiba reclamou pela milésima vez.
− Meus
insetos podem nos ajudar, enquanto estamos aqui, vou mandar eles averiguarem,
vamos saber em breve. – Shino disse com os braços estendidos e deixando saírem alguns mosquitos.
Ficamos
sentados por algum tempo, até que o Kiba quebrou o silencio.
− O que vocês
dois estavam fazendo acordados àquela hora? – disse ele, enquanto eu encostava
a cabeça do Neji (ligeiramente caída) no meu colo. Ele sempre dormia sentado e
caia.
−
Conversando. – respondi.
− Finjo que
acredito. – Kiba disse com um sorriso maroto e fez um sinal que claramente
demonstrava ato sexual.
− Nada disso,
cachorro. Na boa, você precisa de uma mulher. Falando sério! – respondi
irritada. Se bem que um sexo não iria nada mal, pensei comigo mesma.
Amaldiçoando-me logo após, eu não sou assim!
− Então? –
Kiba perguntou após alguns minutos.
− O que? –
perguntei sonolenta. A tempestade ficando pior a cada minuto.
− Qual a
posição?
− Kiba vai tomar
no **! – respondi brava.
− Kiba, fique
de vigia. – Shino mandou, provavelmente querendo dormir um pouco mais. Ele
disse algo sobre “irrita” “mim” “Neji” que eu não entendi. Já estava longe…
Uma brisa
fria tocou o meu rosto e me aconcheguei mais ao calor do meu fuuton, ele tinha
uma estranha forma. Meio duro. Senti-o retesar sob as minhas mãos e abri os
olhos rápido. Isso não podia ser, de jeito nenhum, um fuuton!
Vi que a
brisa não era imaginação. Eu estava sendo carregada, nas costas do Neji.
− Hm… − gemi,
tentando encontrar a minha voz, que estava sonolenta demais – Onde estamos
indo? Porque estamos voltando?
− Nenhum
resultado. – Neji me respondeu. – Fiquei para trás, Shino e Kiba já devem estar
na aldeia essa hora. – ele parou e eu desci.
− Obrigada. –
agradeci sinceramente.
Ele assentiu
e continuamos a correr, muito mais rápido agora. Em menos de uma hora estávamos
em casa. Neji se encarregou de contar os resultados ao Hiashi enquanto eu
ficava com a Hinata, Chyio, Chie e Aiko. Cho estava adormecida no colo da mãe e
Hikaru parecia esperar alguém na janela.
− Hikaru-kun?
Tudo bem? – perguntei, me abaixando e ficando de na altura dele. Ele tinha os
olhinhos vermelhos de tanto chorar.
− Tia Hanabi
prometeu e não cumpriu! – ele disse, lançando os braços em volta do meu
pescoço. Confortei-o passando a mão em suas costas.
− Tia Hanabi
não pode, ela não está escolhendo o que faz, meu anjo. – respondi-lhe
carinhosamente e ele ficou assim até dormir profundamente, 20 minutos mais
tarde.
− Ainda bem
que conseguiu por ele na cama, Tenten. – disse-me Hinata, na sala. – Porque eu
não consegui. Ele chorou tanto! Esperançoso de a tia voltar com vocês e eu
estou fi…ficando preocupada… - ela completou ofegante.
− Tudo bem,
Hina? – perguntei e ela começou a tremer. Por um segundo eu não soube o porque,
mas aí ficou claro, um líquido estava escorrendo pela roupa dela! Eu fiquei tão
desesperada quanto da primeira vez e saí gritando “Médico, médico!” enquanto
ela ficava em seu quarto, mais calma do que nunca.
− O que
houve? – Hizashi me perguntou, avaliando o meu estado, como se eu precisasse!
− Hinata!
Bebê! – respondi, me sentia muito incapaz de formar qualquer coisa descente
ainda mais coerente. Pareceu que todo mundo acordou para o que estava
acontecendo.
To be
continued…
N//A: Espero
que tenham gostado aí dos flashbacks! Eu queria mostrar como eles são próximos
e porque! Obrigada a minha beta linda que escreveu o segundo *o* e eu espero
que estejam gostando! Por enquanto foi só o PDV da Tenten, mas no próximo eu
começo com o PDV de uma personagem totalmente nova! Um bombom pra quem
adivinhar quem é XD
Dicionário:
Kuso – Droga
Chyio –
Sabedoria de gerações.
Okaa /
Okaasan – Mãe ou mamãe.
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Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.