terça-feira, 1 de julho de 2014

[L.O.V.E. 愛 Gaara x Ino] Capítulo 03 - Um pai irritado

Este é um capítulo bastante tenso e emocional. Não odeie o Inoichi por suas atitudes, ele tem boas razões =D e por favor, espero que você também não me odeie por este capítulo =X

Boa leitura!
Capítulo 03 - Um pai irritado

Gaara ajoelhou-se perto dela e ergueu sua blusa olhando para a barriga lisa como se pudesse ver algo a mais ali. Então ela viu, ela percebeu o que ele estava vendo. Os pequenos grãos de areia dos quais não podia se livrar, formavam uma palavra: amor.
Ino sorriu aliviada. Chouji entrou na floricultura e parou ao ver os dois calados, olhando-se. Ino só percebeu que ele estava ali quando ele pigarreou. Gaara arrumou sua blusa e se ergueu encarando friamente o homem do outro lado do balcão.
Ino olhou para ele com um olhar que avisava que ele devia ser legal, mas o ruivo ignorou a recomendação, encarando Chouji e se olhares pudessem matar, Chouji estaria sendo levado para o necrotério.
─ Vocês vão se casar? – Chouji perguntou antes de qualquer coisa. Ele não parecia mais tão compreensivo como mais cedo.
─ O quê? – Ino perguntou sem entender.
─ Gaara, você e a Ino vão casar? – Chouji perguntou se referindo diretamente ao ruivo que deu um sorriso frio.
─ Não que seja da sua conta, mas sim. Tenho que falar com o pai dela e meus conselheiros. Por quê?  
─ O quê? – Ino perguntou olhando de um a outro, sem entender o diálogo.
─ Não pode se casar com ele! – Chouji exclamou e respirou fundo. – Não é de Suna.
─ É a minha mulher. Respeite-a como a mulher do kazekage, não como sua colega de time. – Gaara enfatizou e Ino decidiu que precisava parar aquela conversa esquisita.
─ Ei, ei! Pessoal, calma aí, ok? Que é isso? Porque estão se atacando assim?
─ O que está havendo aqui? – Shikamaru perguntou entrando na floricultura. – Que problemático, Chouji e as flores?
Chouji murmurou alguma coisa que Ino não entendeu e saiu de lá, como se ficar estivesse causando-lhe qualquer coisa ruim demais para suportar. Shikamaru voltou-se para a frente suspirando. Ele avisara Chouji, mas não parecia estar adiantando muito.
─ Que… flores brancas do deserto, né?
─ Exato. – Temari concordou segurando possessivamente a mão do namorado. – Bem bonitas, ok? Não as feias que você dá para nós! – Alfinetou de brincadeira.
─ Ei! Eu sempre te dou as melhores! – Ino disse fingindo estar brava e indo para uma sala-estufa no fundo da floricultura e voltando alguns minutos depois. ─ As melhores.
─ Como sempre. Obrigada. – Temari agradeceu e antes de virar-se para ir embora, olhou Ino de cima a baixo. – Será que… esquece.  
─ Ahn? – Ino perguntou sem entender, mas a amiga já estava indo embora com Shikamaru, que já alcançava Chouji.
─ Venha comigo para Suna. – Gaara disse de repente. Ino o encarou sorrindo afetada. Ela não podia.
─ Não posso e você sabe. Não quero deixar meu pai agora que ele está se recuperando tão bem.
─ Tem certeza? – Gaara não parecia convencido e nem disposto a perder essa discussão.
─ Tenho. – Ino enfatizou.
─ Vamos conversar com seu pai então. Tenho certeza que ele tem uma ideia melhor.
─ Casamento não é uma ideia melhor. Não precisa, é sério.
─ Eu quero e vou me casar com você, entende?
─ Gaara, eu te amo com todo o meu coração. – Ele piscou sem esperar pela declaração, Ino sorriu brilhantemente enquanto continuava: ─ Mas eu não vou me casar com você por causa de uma criança. Sei que é rápido, que devíamos ter tido mais cuidado, mais responsabilidade, mas tudo o que eu quero agora é contar ao meu pai, aceitar a novidade e amar este filho. Empurrar um casamento em você não é a ideia adequada disso. Eu não quero isso.
─ Mas e o que eu quero? Isso não conta? – Ele tentou parecendo irritado. – Eu quero me casar.
─ Conta, mas como eu sou a grávida aqui, o que eu quero conta mais.
Gaara suspirou e assentiu aceitando a teimosia dela. Vou convencê-la nem que fosse na cama! Jurou e soube que jamais poria em prática seu plano sujo e pervertido.
─ Você se importa de ficar sozinho por uns minutos? Vou procurar meu pai e contar a novidade. Ele vai, literalmente, pirar.
─ Posso ir com você.
─ Quero fazer isso sozinha, querido.
─ Mas eu quero te ajudar!
─ Não, Gaara. Desde que minha mãe se foi que meu pai não deixa pessoas de fora se meterem entre nós. Entende isso? Ele não vai aceitar isso bem e eu não quero que vocês briguem mais do que o inevitável.
Ino fechou a floricultura, pondo um aviso de “fechado” na porta e se direcionou para a porta dos fundos que ficava diretamente atrás do balcão. Ela dava direto com a sala dos Yamanaka.
Gaara a seguiu de perto e sentou no sofá, enquanto ela andava pelo corredor que a levava para a cozinha. Voltou mais animada, fazendo uma trança nos cabelos longos.
─ Achou?
─ Um recado. Ele está no restaurante dos Akimichi bebendo com os amigos. Vou só por o cachecol e vou procura-lo lá. Está frio lá fora.
─ Posso ir com você. – Gaara se ofereceu lentamente. Ino negou com a cabeça sorrindo preocupada.
─ Preciso fazer isso sozinha, tá?
Ele acatou sua resposta vendo a sinceridade em seus olhos e não deixou que qualquer sinal de decepção fosse visto em seu rosto de mármore. Ele entendia suas razões. Pelo menos tentava entende-las. Relações familiares sempre o deixavam confuso e as da família de Ino conseguiam deixá-lo com os parafusos tontos.
─ Acho que irei falar com Shikamaru enquanto você resolve isso com seu pai então. – Gaara disse eficiente e Ino aceitou a informação bem. – Não quer saber o motivo?
─ Shika-preguiça me mostrou o pergaminho de Temari e sei que não posso me envolver nos problemas da sua vila. É contra as normas ninjas. Somos companheiros de vilas, mas não vou ultrapassar os limites. Poderia pensar o errado de mim. – Ino explicou enquanto trancava a porta. Sentiu braços rodearem sua cintura e um beijo no topo de sua cabeça.
Ao olhar Gaara, ela não conseguiu não sorrir vendo a emoção muda da lealdade nublar, por instantes, os olhos verdes de Gaara. Ele deu-lhe um beijo no topo das duas mãos e por fim a soltou. Algumas pessoas curiosas começavam a aparecer nas janelas para futricar em sua intimidade.
─ Apareça para jantar, tá?
─ Shikamaru requisitou que eu estivesse no jantar em sua casa. Ele me disse que você…
─ Eu tinha esquecido. Tudo bem, nos vemos lá.
─ Te busco aqui se quiser.
─ Eu quero, namorado. – Ele deu aquele sorriso de lado e por fim deixou-a ir rumo contrário o dele.
Ino não teve dificuldades em encontrar seu pai. Ele era bem visível com aquele cabelo longo e loiro sentado ao lado de Chomaru, que comia churrasco e Shukaku que bebia lentamente sakê, igual à Inoichi.
─ Hey, pai, será que pode vir comigo para casa? – Chamou tensa.
─ Sente-se, Ino! Quer comer o quê? Ah! Já sei, carne magra né? – Chomaru disse-lhe sorrindo, mas ela não conseguiu devolver o sorriso.
─ Pai, preciso te contar uma coisa. Podemos ir para casa?
─ Fala ué!
─ Pai, é importante. Por favor, vamos. Depois o senhor volta, se quiser.
─ Não mesmo. Diga. Se não pode dizer aqui então não é tão importante.
─ Ok, qual a marca da nova bolsa? – Ino o encarou muito puta que ele estivesse brincando com a seriedade de sua novidade.
Tudo bem que ela amava bolsas, mas e daí? Ela não era tão idiota e fútil como ele gostava de fazer parecer, principalmente depois de começar seu relacionamento com Gaara.
─ Não é isso. É mais importante ainda.
─ Vai ver é alguma roupa nova da prata.
─ É Prada. E isso é uma marca de bolsas, só para você saber. Pai, por favor, vamos.
─ Criança, fale logo e deixe de ser problemática! Assim teu pai fica aqui, em paz. ─ Ino suspirou negando com a cabeça.
─ É importante, pai. Não quero dizer isso aqui, não assim. – Ino cruzou os braços esperando que fosse suficiente, o pai não cedeu.
─ Se não pode dizer aqui, então não é tão importante.
─ Tudo bem, foi você quem quis descobrir assim, vovô. Estou grávida.
Ino não soube qual dos três machucou mais o pescoço ao olhá-la, mas ela sabia que com certeza um deles tinha machucado. Os olhos quase saltavam das órbitas ao olhá-la.
─ E a responsabilidade? – Shukaku finalmente perguntou preguiçosamente. – E eu achando que o Shikamaru é que ia me arrumar um neto primeiro!
─ O quê? – Inoichi explodiu em ira, se erguendo muito rápido e assustadoramente. – Como ousa zombar da memória de sua mãe assim? Tinha que engravidar de um bastardinho?
─ Pai… ─ Ino começou esganiçada. Não queria brigar, mas as palavras de seu pai a machucaram profundamente. – Ele não é um bastardo. É meu filho, seu neto. – Enfatizou. – Não estou zombando da memória da minha mãe. Você quem está. Ela jamais…
O baque foi enorme que ela parou de falar ao morder a língua, quando recebeu o forte tapa de seu pai. Foi tão forte que ela caiu no chão e olhou-o como se não o reconhecesse.
─ Cale-se, meretriz imunda! – Inoichi rosnou e se afastou três passos, como se estar perto dela queimasse sua pele.
─ Como pôde? – Ino perguntou se erguendo lentamente. – Como pode julgar-me quando você faz muito pior? Cantando e enganando todas essas moças inexperientes, para quebrar seus corações em seguida. Eu tenho vergonha de ser sua filha.
─ Quem é o maldito pai dessa coisa?
─ Quem você acha? – Ino perguntou com ódio saltando de seus olhos. – É óbvio que é o Gaara.
─ Pois então diga-lhe que ou ele resolve este problema ou eu resolverei da forma antiga. Entendeu tudinho ou tenho que soletrar?
─ Não sou burra, pelo contrário. Sei que foi irresponsável, mas…
─ Diga-lhe isso e só volte a me procurar quando resolver este problema.
─ Então adeus, porque este problema, como o senhor diz, continuará aqui, vivo e bem, entendeu?
─ Você vai tirar querendo ou não! Eu não admito…
─ Não admite o quê? Não percebeu que eu cresci? Eu sou uma mulher agora, pai. Eu me cuido desde antes de aprender a usar maquiagem, então não me venha com “não admito”. Não sei nem porque achei que você entenderia, eu esqueci que você se perdeu no escuro. Não me espere na floricultura ou em casa, não vou voltar.
─ E não fará falta enquanto não se por em seu lugar. Acha que ele lhe dará o sobrenome? A família? O renome de ser a esposa de um kazekage? Você não é Hyuuga Hinata, não nasceu em um berço de ouro. Era só a vadia de um homem de poder, ele vai chutá-la antes que tenha tempo de piscar.
─ Eu sei que não o conhece bem como eu o faço, mas isso só prova que você está completamente cego. – Ino disse mantendo essa certeza firme em seu coração e se virou, para ir embora.
O coração dela estava aos pedaços, mas ela preferia isso a ter sua alma despedaçada por uma decisão errada. Sua mãe nunca diria esse tipo de coisa, nunca a julgaria tola ou burra. Nunca a subestimaria. Respirou fundo, encarando o frio do início de noite que antecedia o inverno, sentindo o frio penetrar-lhe a alma e jurou que nada e nem ninguém iria causar qualquer dano à seu filho ou filha. Ela o protegeria com tudo o que tinha, não importava o que custasse.
Foi por isso que ao chegar em casa pegou o celular e ligou para a mãe de criação. Sua mãe morrera muito jovem, mas sua tia casara-se com seu pai. Infelizmente, ela os deixara há muitos anos para trabalhar na vila da névoa, quando o casamento tornou-se insustentável. Nunca deixou Ino na mão, nunca a decepcionou e Ino sentia que tudo o que precisava ouvir agora era uma palavra de conforto vindo dela.
O celular chamou algumas vezes e quando ela estava prestes a desligar, ouviu a voz que fez o seu interior finalmente desmoronar e ser revertido em lágrimas.

─ Mãe…
Continua...
Que acharam? =D
Eu achei bem emocional este, foi meio tenso, mas era necessário, eu juro!
Espero que você tenha gostado!

Beijinhos e até quinta-feira que vem =D

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