quinta-feira, 16 de outubro de 2014

[Lua Cheia] Capítulo 35 - Dormente

Capítulo 35 – Dormente
Quando você é protegida demais, torna-se dormente para as desilusões da longa estrada da vida.
Boa leitura!
Dormente
─ O que houve, querida? – Minnie finalmente perguntou e não precisava olhar nos olhos de Leah para saber que algo a havia magoado profundamente.
─ Tio Omar está em casa?
─ Não. – Minnie negou sentindo-se definitivamente preocupada. Não era comum uma pergunta dessas. – Por que isso importa?
─ Onde ele está?
─ Correndo com Elroy, Kane e Klax. Essas coisas que homens as vezes tem que fazer. Por que?
─ Podemos entrar?
[…]
A raiva que Minnie sentia era tão palpável que ela poderia coloca-la no pote de biscoitos do armário.
Grady era um idiota completo na concepção da mais velha. Ela encheu o copo das duas novamente, ainda mais preocupada porque Leah não era boa com bebidas. Na verdade ela costumava ficar bêbada bem fácil.
─ Enche isso direito, tia! – Leah reclamou meio tonta.
─ Querida, diga-me, você surtou apenas por causa disso? Brigar um pouco já teria resolvido.
─ Só por isso, tia? – Leah perguntou tomando o mesmo ar sério e machucado de quando entrou em casa. – Você sabe que o amo. Não é pouco para mim.
─ Não? Seria um sexo incrível. Erick não é feio, na verdade ele é quase tão bem cotado entre as fêmeas do bando quanto os Harris.
─ Tia! Como… como…
─ Como o quê, querida?
─ Como se sentiria se tio Omar trouxesse uma outra mulher para dividir a cama de vocês? – Minnie rosnou entendendo onde Leah queria chegar. – O que você faria?
─ O mataria. E mataria a vagabunda também. – Minnie rosnou a resposta e tornou-se compreensiva com a situação de Leah. – Ele não sabia que você ia agir assim. Algumas das garotas acham interessante lidar com os instintos no sexo a três.
─ Eu não acho. – Leah disse finalizando o próprio whiskey. – Talvez eu devesse voltar para casa, mas eu não quero. Posso ficar aqui por enquanto?
─ Pode ficar para sempre, se quiser. – Minnie sorriu afetada e se ergueu, ouvindo um motor rugir perto de sua casa.
─ É Grady, não é? – Leah perguntou, soando triste e deprimida. – Não quero vê-lo, tia, eu não quero.
─ Tudo bem, cuido disso. – Minnie disse apressadamente. Não ia deixar, de jeito nenhum, que Grady se aproximasse de sua sobrinha tão cedo. Não enquanto Leah estava tão magoada e frágil.
A porta se abriu instantes depois e Minnie praticamente voou, rosnando muito alto para o homem. Grady não retrocedeu, embora parecesse atormentado, isso não deu pena em Minnie.
─ Como ousa? – Era um rosnado quase ininteligível.
─ Eu… ─ Grady não tinha como responder à pergunta de Minnie, embora tentasse.
─ Sabe o que Omar faria? Por acaso sabe? – Minnie rosnou, dando um soco na barriga malhada de Grady. Ele não revidou. Não iria, nem que não fosse culpado, mas ele sentia que, de alguma forma, era.
─ Ele te mataria. – Leah respondeu com a voz cortante. – E teria razão, não é? Como você pôde fazer aquilo comigo, Grady? Que tipo de superputa acha que eu sou?
─ Eu não te acho uma superputa. – Ele finalmente disse. – Eu estava te protegendo.
─ Ah claro! – Leah usou de todo o seu sarcasmo para esconder o quanto aquilo doía. – Do quê? – Perguntou quando não conseguiu mais conter a curiosidade.
─ Essa é uma excelente pergunta. – Minnie concordou, sem deixá-lo passar por ela.
─ Vamos embora.
─ Por quê, Grady? – Leah perguntou se erguendo da cadeira. – Você tem uma resposta? Ou você vai se esconder nessa mentira descabida. Me proteger? Do quê, afinal?
─ De mim. – Ele rosnou a resposta. Leah girou os olhos incrédula.
─ Espera, o quê? ─ Minnie perguntou parecendo não entender.
─ Meu lobo a quer e eu não posso controlá-lo tão bem durante o calor. A mordida me faz querer reclamá-la, Minnie. Você conhece o processo. Não quero fazer isso.
Doeu profundamente em Leah, a sinceridade dele. Ele não me quer? Por que? Ela não tinha uma resposta para seus pensamentos angustiados. O que eu fiz de errado? Leah não tinha como saber. Não havia feito nada demais. Foi um erro me apaixonar tão rápido. Ele obviamente não está tão encantado por mim, como estou por ele. Ela não se deixou abater quando lembrou de Megan. Estamos juntos? Ou não? Ela não tinha a resposta para nenhuma dessas tortuosas perguntas que assombravam sua mente.
─ Ela não é assim. - Minnie rosnou baixo e lentamente, empurrando Grady em direção à porta. ─ Ela é doce e não faz essas merdas que vocês jovens fazem.
Minnie deu um topada em Grady, quase o mandando ao chão com a força do golpe. Ele grunhiu irritado.
─ Vamos, Leah. ─ Era uma ordem clara.
─ Ele já se foi? Se você quer foder, poderia chamar ele. Que acha? ─ O rosnado dele garantiu à Leah que ele não gostou do que ela falou. ─ Eu não vou agora, deixe-me.
─ Você é minha companheira, vamos embora. Venha. ─ Ele ergueu a mão, esperando que ela se levantasse do banquinho do bar pessoal de Omar e fosse com ele. Leah não o fez, no entanto.
─ Deixe-a aqui essa noite, venha para o café e pode levá-la.
─ Não. ─ Grady negou quase ao mesmo momento que Minnie fechava a boca.
─ Vá para casa, Grady. ─ Leah murmurou. ─ Não quero mesmo olhar para você agora.
─ Leah... ─ Ele começou a falar e ela esperou quase esperançosamente que fosse algo que apagasse o ocorrido anterior. ─ Vamos resolver isso, ok?
─ Não, nós não vamos, porque não existe nós. Tio Omar vai te matar ou castrar quando descobrir, não vai tia Minnie?
─ Vai sim, é por isso que vou dizer que foi uma discussão, nada mais. ─ Minnie piscou. ─ Vá embora, Grady. Dê-lhe algum tempo, homem.
─ Leah?
─ Ele se foi?
─ Foi.
─ Então você está como quer estar. Sozinho. Vá embora. ─ Leah disse e virou o que restava no copo dentro de sua boca. O líquido do whiskey queimou, mas não mais do que a dor que estava em seu peito.
Grady saiu da casa batendo a porta forte e Leah o ouviu uivar. Machucou seus ouvidos sensíveis, mas seu coração estava mais dolorido. Não sentia-se mal por fazê-lo sofrer. Precisava que ele visse o que ele tinha e do que ele abriu mão. Mesmo que não fosse tão importante para ele.
Sentiu o abraço cálido de sua tia e não pôde evitar chorar copiosamente. A única coisa que rodeava sua mente eram as perguntas confusas sobre o porquê dele ter agido assim com ela, tão baixo.
─ Porque ele não me disse que me achava uma vadia? Teria sido mais agradável do que essa merda toda.
Minnie não respondeu ao lamento da sobrinha, prometendo internamente ter uma séria conversa com Sunshine e Grady. Ele jamais machucaria sua sobrinha de novo, se dependesse dela.
─ Talvez é porque eu sou protegida demais? Então eu me tornei um pouco dormente, não é tia?
─ Dormente?
─ Dormente para as desilusões da vida, tia. Foi isso, não foi? Eu sonhei e esqueci que a vida é muito mais dura comigo.
Minnie não tinha uma resposta para os questionamentos da sobrinha.
Continua!
Que acharam? Eu acho que vai pegar para o Grady, e vocês? Haha

Espero que tenham gostado, beijinhos ^-^

2 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk eu to amando <3

    Posta mais <3

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    Respostas
    1. Ai que linda você *-* obrigada por ler e comentar, agora a fanfic tem postagem diária então não perca xD

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Obrigada por comentar! Me deixa muito feliz *o*
Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.