Capítulo 54 – Feliz Natal, querida
−
Nem ferrando, mãe! – Retrucou Leah quase instantaneamente.
Ambas
estavam dentro da quinta loja de vestidos que havia no centro de Bartrock. Quase
em Makah e Sue não conseguia se decidir entre um vestido vermelho fofo ou um
amarelo um pouco mais curto para sua filha. Leah teria vestido apenas calça
jeans e uma blusa vermelha para a ocasião, mas sua mãe parecia convicta de que
ela precisava estar deslumbrante para a noite.
Haveria
um jantar para o bando, todos vestidos para uma das ultimas noites do ano: o
natal. Leah girou os olhos para o novo vestido. Sunshine riu, sentada na
cadeira e lhe apontou um azul. Era o mais tolerável e cinco minutos depois ela
o tinha no corpo.
Leah
admitiu que havia ficado bonito. Ele era meio soltinho nas pernas, mas
delineava bem seu busto, cheio de uma estampa costurada no tecido e um
babadinho nas alças até o meio dos seios.
Comprar
sempre foi uma lamúria, mas imaginou como Grady reagiria e sabia que precisava
passar na loja de Rave e comprar alguns brinquedinhos. Talvez umas duas
lingeries fossem recompensar o homem sexy bem. Ela sorriu hesitante, Rave era o
único que vendia essas coisas na cidade. Pior do que isso era o fato de que ela
mal sabia como namorar, fazia tanto tempo.
−
Conseguiu por o vestido, querida? – Sue perguntou do lado de fora do trocador e
Leah suspirou, saindo de lá de dentro.
Sua
mãe sorriu instantaneamente ao olhá-la, ela parecia divina. Sue fez um sinal de
ok para Sunshine e a empurrou de volta. Leah sabia que tinha que ser aquele, já
eram quase 16:00hs.
[…]
Leah
olhou-se no espelho do quarto. Estava na casa de Omar, preparando-se no quarto
que ele lhe dera. Havia optado por lindas sapatilhas azul marinho, elas tinham
quase o tom do vestido, mas possuíam um desenho na linha de costura, dourado.
Minnie
a fez comprar um cinto para demarcar a cintura que tinha pequenos relógios
delicados e superfofos, Leah enrolou a ponta dos fios, deixando a maioria lisa e finalizou o penteado
simples com uma presilha cheia de brilhos, prendendo uma parte atrás da cabeça.
Sentou-se
na penteadeira, cogitando usar apenas um blush e batom, mas lembrou-se de
Megan. Ela ia continuar linda e deslumbrante, enquanto Leah iria…
Afastou
esse pensamento. Grady estava com ela, ele tinha dito que a amava na frente de
Sam e feito ela se lembrar isso em cada momento que teve após, ainda sentia os
beijos sobre seu pescoço e um latejar leve na mordida recém-feita, essa manhã.
Abriu
o primeiro recipiente de maquiagem e começou o trabalho. Iria estar linda para
ele e faria Megan perceber que eles eram um ícone, tão juntos como duas pessoas
podem fisicamente estar. Quer dizer, quase. Ela jamais poderia lhe dar filhos,
mais deixaria essa parte para depois. Eles estavam apenas começando.
[…]
Desceu
as escadas e sorriu ao encontrá-lo boquiaberto esperando receber sua mão. Ela sorriu
também e Seth pigarreou, murmurando qualquer coisa sobre o sol estar lindo.
Leah quis perguntar que raio de sol havia às 9 da noite, mas não conseguiu, não
quando ele a olhava tão intensamente.
−
Você tá incrível.
−
Você também não ficou atrás. – Ela brincou.
Grady
estava realmente quente. Os cabelos ainda tinham um traço molhado, a blusa era
de um vinho escuro demarcava bem cada músculo que ela conhecia tão bem quanto a
si própria. A calça jeans era preta e demarcava as coxas, poderia apostar que a
bunda também.
Ele
a beijou, tirando um pouco do brilho labial. Leah havia acertado ao escolhê-lo,
ao invés do gloss colorido que sua mãe lhe dera. Mancharia seu rosto.
Leah
o puxou perto, circulando-o pelos ombros e o sentiu puxá-la da escada. Ela arfou
e mordiscou perto o lábio inferior de Grady, ele emitiu uma vibração pelo peito
e ambos suspiraram buscando ar.
−
Guardem esse fogo pra depois da ceia, vamos. – Elroy disse asperamente e quando
se soltaram, Leah viu sua mãe sorrindo sacana, e optando pela melhor decisão, a
ignorou.
Grady
segurou sua mão firmemente enquanto andavam, mas parou-a perto de uma árvore,
antes de chegarem aonde aconteceria a ceia.
Ele
beijou o topo de sua mão e deslizou um anel pequeno sobre o dedo anelar dela. O
prata brilhou firme em conjunto com a luz da lua e de algumas velas.
−
Vai ser uma ceia ao velho estilo, era assim que os avós do meu pai comemoravam
o natal. – Grady a deixou saber. – Essa é a sua aliança, baby. Eu já tenho a
minha e vou ficar feliz se você escolher usá-la sempre que puder.
−
Eu vou. – Leah murmurou emocionada. Seu coração galopava tão forte no peito que
parecia ter voltado à vida apenas neste momento.
−
Acho que essa é a primeira vez que te vejo com maquiagem. – Ele disse deixando
um beijo no pescoço dela. – Está incrível, mas não precisa usar isso se não
gostar.
−
Eu acho que é tudo parte de um pacote, querido. – Leah disse e mordiscou o
lábio, estava sendo doce demais.
−
O que foi? – Grady perguntou, passando o polegar no lábio dela e o desprendendo
dos dentes. – O que está te incomodando?
−
Estou me tornando tão doce quanto torta de chocolate. – Ele riu e ela o
acompanhou ao terminar a declaração.
−
Amo torta de chocolate. – Ele piscou e depositou um beijo cálido sobre os
lábios. – Vamos antes que alguém venha nos resgatar e só encontre esse vestido
lindo.
−
Por que? O que haveria com o resto? – Leah perguntou curiosa.
−
Eu estaria comendo, em algum lugar dessa floresta.
Leah
se aproximou do ouvido dele, depositando as mãos no peito quente, ele a segurou
firme na cintura, dando sustentação e ela, se aproximando mais, disse:
−
Quem disse que isso seria ruim?
As
mãos de Grady na cintura dela se tornaram duras, mas ele relaxou quase
instantaneamente, puxando uma longa respiração profunda. Disse em seguida:
−
Não me tente, menina.
−
Por que não?
−
Você pode gostar demais. – Ele brincou e mordiscou a orelha dela, finalmente se
afastando e a puxando pela mão.
Leah
não negou que teria gostado muito de comemorar o natal sendo castigada, mas sabia também que ele
jamais faria isso e deixaria sua família em uma data tão importante. Natal
devia ser um point em Bartrock assim como era em La Push.
O
lugar parecia um luau. Era rodeado por árvores, haviam troncos e cadeiras
feitas em madeira. Havia uma longa mesa servida com tanta comida que quase se
perdia da vista. Haviam 5 perus enormes no centro, em fila indiana e rodeados
por frutas, arroz, saladas e bebidas.
−
Não vai esfriar? – Leah perguntou-lhe apontando com a cabeça.
−
Em baixo das comidas quentes tem um prato que é quase um mini-forno. Ele vai
mantê-los aquecidos.
Leah
concordou e ele a puxou para sentar-se no tronco. Ela sentou na almofada que
ele posicionou, na grama, entre as pernas masculinas e a abraçou quando ela fez
o que ele quis.
Viu
Megan a olhando de longe, se olhares matassem, estaria tendo seus últimos suspiros,
mas não se importou. Sentiu-se como Emily deve ter se sentido e descansou
pesadamente contra o abdômen forte. Grady pegou aonde ela estava olhando e
soltou um dos braços, para puxar o rosto dela para ele.
−
Ignore. Eu amo você, lembra?
−
Eu sei, estava pensando na minha prima.
−
Não entendi.
−
Estava pensando que Megan me lembrou eu, só que mais legal, sabe? Eu não era
tão… hum… bonita, sabe? E ela também não veio me dizer nada.
−
Eu não vou sair do seu lado.
−
Hum? Essa noite?
−
Nunca. Amo você e vou continuar com você. É isso o que temos. Mais do que darei
a qualquer garota.
−
Você é incrível. – Leah sussurrou e ganhou um beijo calmo e longo. Foi difícil
não aprofundar, mas ela não queria ter que trocar de calcinha no meio da noite.
Amou a sensação cálida que ele lhe deu, foi quase como se nada no mundo pudesse
atrapalhar.
−
Você está linda. – Leah endureceu, puxando o rosto com brusquidão. Sam estava
lá, parado a poucos passos deles e a olhando com dor. – Feliz natal.
−
Feliz natal, Sam. – Leah desejou e olhou ao redor. – Onde está Emily?
−
Com sua mãe. Bem… desculpe pelo outro dia.
−
Olha, ele sabe pedir desculpa. – Grady brincou e Leah deu-lhe um golpe com o
cotovelo. – Ai! Amor! – Ele a recriminou, massageando o local que ela
machucara.
−
Está perdoado. Diga-lhe isso.
−
Eu ouvi. – Emily disse e saiu de trás de Leah e Grady para se juntar à Sam, agarrando
sua mão com rapidez. – Olhe para eles, amor. Eles parecem saídos de um quadro
ou um filme.
Leah
olhou Emily sem entender, com certeza isso era uma discussão anterior. Sam assentiu
com a cabeça e fungou, abraçando a mulher. Emily fez uma careta engraçada e o
abraçou de volta.
−
Estamos felizes que você aceitou ser madrinha da Gracie! – Emily disse
fervorosamente. – Mas ainda não temos um padrinho. Estive pensando se Grady
aceitaria ir…
−
Eu vou amar.
Leah
sorriu sabendo que não poderia fazer isso sem ele, algo nela havia se tornado
tão dependente dele quanto possível. Sentiu os braços a circularem firmemente e
descansou contra ele, feliz que ele a tinha aceito em sua vida.
[…]
Grady
e os rapazes trouxeram duas grandes mesas e sentaram, várias pessoas
sentaram-se nos troncos e várias continuavam em pé, conversando ou dançando sob
a luz da lua.
Ela
sentou-se, iriam ceiar após os uivos dos lobos do conselho. Eles formaram um
círculo logo onde a luz da lua era mais forte e erguendo seus rostos
parcialmente transformados, eles uivaram com força.
O
som pareceria levemente macabro ao longe, mas era incrivelmente lindo aos
ouvidos de Leah. Parecia um cântigo de guerra ou um chamado do bando, ela
admitiu que parte do que ela odiava em ser loba estava em ser parte do bando de
Sam, do homem que ela julgou amar tanto. Algo nisso havia mudado, provavelmente
o sentimento dela. Não odiava sua forma loba em si, gostava de correr e sentir
o vento, apenas odiava a situação em que estava.
Começaram
a comer. Alguns optaram por carne crua, outros pelo tradicional peru, como
Leah. Ela colocou ainda um arroz branco, salada de maionese, estrogonofe e duas
fatias de pão de alho. Tomava suco, ao contrário de alguns que optavam por
bebida alcóolica. Grady a acompanhou, com suco de uva, ela tomava de laranja.
Eles
pareciam perdidos em seu mundo particular, parecia que todos os outros estavam
flutuando ao redor. Ela sorriu, ouvindo os fogos e desejou aos mais próximos
feliz natal, almejando mais natais felizes ao lado de Grady, indubitavelmente,
seus olhos não saíam dele. As pessoas a desejavam boas vindas em troca.
[…]
−
Já passa da meia-noite. – Grady sussurrou no ouvido dela e lhe entregou uma
uva. – Faça um pedido.
−
Pensei que só se fazia pedidos no ano novo.
−
Tenho certeza que os nossos ancestrais não vão ignorar você só por causa de uma
semana.
−
Devo te dizer meu pedido?
−
Não. – Ele sorriu e Leah finalmente pegou a uva.
Que eu nunca perca este homem. Leah
comeu a uva, realmente acreditando em suas palavras.
−
O que pediu? – Grady perguntou curioso.
−
Não vou dizer! – Ela brincou.
−
Vou te torturar atrás dessa resposta! – Ele rosnou brincando junto.
−
Qual vai ser a tortura?
−
Tanto sexo que você não vai conseguir nem andar!
−
Não quero te perder nunca. Foi o que pedi. – Leah brincou.
−
Você nunca vai. – Ele disse sério.
−
Não custa nada garantir. Vou querer aquela tortura ein.
Ele
a agarrou e fugiram pelos fundos da casa para o quarto dele. Grady sabia que não
iriam sentir sua falta, e se sentissem, bem, ele sentiu mais falta de estar com
ela, de qualquer maneira.
Continua!
Gente,
amanhã eu posto a segunda parte que eu já tô atrasada pra festa o.o
Obrigado
por ler, amo vocês!
Como assim a Leah não pode ficar grávida? ! Pensei que o lance de ela não deixar de usar a camisinha nas relações com o Grandy tinha haver com isso.
ResponderExcluirE também quando ela foi rapitada em capítulo que não lembro exatamente, dizia que a espécie dela era reprodutora eu acho, que iam usa- las pra procriação. Imaginei que ela não estava imune. E você em uma resposta a mim no Niah, nesse capítulo deu a entender que ela pode engravidar, quando eu pedi pra não deixar ela ficar grávida dos estrupadores dela.