Os anos tem passado tão rápido que eu
mal consigo nota-los. Eu mal noto qualquer coisa. Embry tornou-se muito
próximo. Mais do que eu gostaria.
―
Que quer dizer, Embry? – Questionei irritada. Eu tinha tido um dia dos infernos
no trabalho e agora mais essa!
―
Eu te amo! – Ele repetiu e sorriu hesitante. – Eu quero curar o seu coração,
Leah. Eu quero ser tudo o que o idiota do Sam não foi.
A declaração foi um tapa verbal. Sam
tinha sido tudo, ele ainda é tudo, droga! E o Embry quer… ele está mesmo
dizendo que me quer? Ele quer tomar o lugar de Sam? Mas que diabos eu estou pensando? Sam não me quer
mais, que mal haveria?
Ele
ser lobo.
A resposta saltou em minha mente e eu
sabia que a resposta correta era um belo dum “não”, mas como eu poderia dizer
isso para um cara que diz que te ama de um jeito tão sincero que te quebra
dizer que não dá?
―
Embry… sabe o que é? É que não dá… você é muito bom, mas…
―
Droga, você está me dando um fora. – Ele reclamou e eu ri, em seguida mordi o
lábio, estava nervosa em como dizer isso pra ele. Embry precisa de amor de
verdade, ele é um bom cara, mas não estou disposta a arriscar o meu coração
assim.
―
Não é isso, é que…
―
Está sim. Vai dizer que vai me aceitar?
―
Não…
―
Então é um fora.
―
É… ― Concordei e
sorri brevemente, ouvimos uma risada na cozinha e eu soube que Tim Oberto e
minha mãe deviam estar achando divertidíssimo isso.
―
Porque não? É porque sou mais novo?
―
Não…
―
É por causa do quê então? Eu trabalho e eu estudo, eu sou bom nos dois e quero
você. – Silencio na casa inteira.
Eu quase podia ouvir o coração acelerado
dele. Eu realmente podia ouvi-lo, enquanto pensava calmamente, pesando as
consequências.
―
Eu sinto muito Embry. Você é muito bom, um cara incrível e tudo o mais, mas eu
não quero. Só podemos ser amigos.
Ele respirou fundo e saiu porta afora.
Por algum motivo, eu gostei da sensação de ter alguém lá fora, que me queria,
mas ter dito “não” me machucou. Eu queria poder ficar com ele, mas ele sendo
lobo, tornava o perigo muito maior. Eu não quero sofrer novamente.
[…]
―
Você fez o certo, sabe? – Emily disse, sentando no sofá com um gemido dolorido,
ela havia trabalhado por horas limpando a casa, mesmo eu dizendo que podia
fazer isso enquanto ela se recuperava. Estava doente. Só podia estar! Vomitando
tanto, tinha que ser uma gripe ou qualquer coisa assim. – Era melhor do que
brincar com ele e depois deixa-lo.
―
Eu sei, só é estranho. Não posso esquecer.
―
Você gosta dele? – O rosto da Emily se iluminou quando ela sorriu, as marcas no
rosto, sendo muito puxadas, mas eu quase vi o cérebro dela trabalhando e
formando planos de casamento e futuro.
―
Oh não! Emily nem comece a cogi-
―
Você gosta! – Ela disse me interrompendo e riu, apontando pra mim. – Podemos
marcar algo do tipo acidente, vocês ficam e…
―
Não! – Me recusei. – De jeito nenhum! Eu amo mais o meu coração.
―
Ama? É amor? – Ela perguntou numa nota mais alta e deu pulinhos no sofá. – OMG!
Temos que dar um jeito de unir vocês!
―
Mas…
―
Mas nada! Você não gosta de um cara faz anos! Você tem que agarrar essa chance!
―
Mas…
―
Não! Vou pensar em algo, não se preocupe!
―
Algo sobre o quê? – Sam questionou entrando na sala.
―
Contei pra Emily um lance aí e ela pirou! Tire a ideia da cabeça dela. –
Respondi-lhe, me levantando. Hora de ir.
―
Já vai? – Emily disse meio triste.
―
Sim, você tem companhia agora e eu tenho que ir trabalhar daqui a pouco. –
Bocejei. – Te vejo depois.
Eu não fiz questão de me despedir de
Sam, enquanto praticamente fugia de sua casa. Todo o tempo que eu o vi com ela,
meu coração se partia. Eu não estou disposta a massacrar-me mais, não agora que
estou no bando do Jake.
Afinal, para quê eu iria mudar de bando
e continuar me machucando, vendo todas aquelas cenas melosas? Elas só me
lembram da desgraça que a minha vida se tornou e que sempre será.
[…]
Me joguei na cama, enquanto o celular
vibrava.
─ Alguma novidade? – Ouvi a voz do meu
padrinho e um som, parecia o noticiário.
─ Nenhuma. Acha mesmo que as indústrias
Mércile estão fazendo isso? Que eles estão mesmo criando e torturando cobaias
contra a vontade delas?
─ Tenho certeza que sim, senão não
protegeriam aquelas áreas tão bem. – Era um bom ponto. – Qualquer coisa, me
diga, pequena.
─ Pode deixar. – Ele desligou e eu fiz o
mesmo, massageando as minhas têmporas.
Fechei os olhos e foi inevitável não
pensar em Embry. Eu gostaria de não ter entrado em seu coração, assim eu não
estaria preocupada com ele agora.
─ Ai, ai…
─ Oi? – Pulei com a voz de Jake quase no
meu ouvido e eu o olhei totalmente fula. Seus olhos tinham um brilho estranho,
misturado ao divertimento de ter me pego com a guarda baixa. O encarei puta.
─ Que diabos você faz aqui?
─ Embry me disse que o recusou.
─ Ah…
─ Porquê?
─ Honestamente? – Meu melhor amigo
afirmou e eu suspirei. – Ele é lobo. Não estou disposta a arriscar meu coração
assim. Sei que soa menininha, mas não zombe.
─ Não soa. – Ele riu e deitou do meu
lado na cama de casal. – Tome cuidado com Andrew ok?
─ Porque vocês não gostam dele? –
Questionei brava.
Nem ele, nem Embry, nem Quil, nem Seth e
nem mesmo o Sam e o Jared o engoliam, parecia que ele os ameaçava de algum
jeito e eu não entendo, porque as companheiras deles, assim como a minha mãe, o
adoram.
─ Sei lá, eu só tenho o pé atrás com
ele. Mas cuidado nunca é demais.
─ Nunca é. – Eu fui forçada a aceitar
seu ponto de vista.
Ouvimos uma balburdia lá em baixo e
descemos pra ver o que era. Além de muito sexualmente ativos, somos muito
curiosos. Mas isso é uma qualidade nossa exclusiva, não da besta que vive
dentro de nós.
─ O que houve? – Questionei e Jake não
parecia tão surpreso quanto a minha mãe.
─ Lee é melhor você sentar. – Ele me
disse e eu soube que estava certa. Ele já sabia de algo.
De repente, a inocência que eu vi no
olhar do meu amigo pareceu suspeita. Não era um brilho comum, mas na hora eu
não identifiquei porque.
Algo me dizia que a tal surpresa, não ia
ser boa coisa para mim.
Emily e Sam estavam aqui, e ele parecia
radiante – mais do que de costume – ele olhou pra mim e sorriu mais, seus olhos
molhados de emoção e pronunciou as palavras que me racharam ao meio:
─ Vou ser pai.
Eu me esforcei para respirar e o chão
parecia estar se abrindo e me engolindo. Eu cambaleei e me apoiei em Jake, ele
me segurou instantaneamente, mas nem isso me manteve. A escuridão me atacou e
eu não vi mais nada.
To Be Continued…
OMG! E agora? No próximo, tem algumas
coisinhas tensas sobre o…
Vejo vocês em breve (semana que vem XD).
Parabéns Ayla. Sua fic está cada dia melhor. A escrita está perfeita. Estou apaixonadaaa. Contando as segundos para o próximo capítulo !! :)
ResponderExcluirObrigada :3 fiquei super feliz com o comentário! Desculpe a super demora em responder, não tinha visto antes ;_;
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