Este é um capítulo bastante tenso e emocional. Não odeie o Inoichi por suas atitudes, ele tem boas razões =D e por favor, espero que você também não me odeie por este capítulo =X
Boa leitura!
Capítulo 03 - Um pai irritado
Gaara ajoelhou-se perto dela e ergueu sua
blusa olhando para a barriga lisa como se pudesse ver algo a mais ali. Então
ela viu, ela percebeu o que ele estava vendo. Os pequenos grãos de areia dos
quais não podia se livrar, formavam uma palavra: amor.
Ino sorriu aliviada. Chouji entrou na
floricultura e parou ao ver os dois calados, olhando-se. Ino só percebeu que
ele estava ali quando ele pigarreou. Gaara arrumou sua blusa e se ergueu
encarando friamente o homem do outro lado do balcão.
Ino olhou para ele com um olhar que
avisava que ele devia ser legal, mas o ruivo ignorou a recomendação, encarando
Chouji e se olhares pudessem matar, Chouji estaria sendo levado para o
necrotério.
─ Vocês vão se casar? – Chouji perguntou
antes de qualquer coisa. Ele não parecia mais tão compreensivo como mais cedo.
─ O quê? – Ino perguntou sem entender.
─ Gaara, você e a Ino vão casar? – Chouji
perguntou se referindo diretamente ao ruivo que deu um sorriso frio.
─ Não que seja da sua conta, mas sim.
Tenho que falar com o pai dela e meus conselheiros. Por quê?
─ O quê? – Ino perguntou olhando de um a
outro, sem entender o diálogo.
─ Não pode se casar com ele! – Chouji
exclamou e respirou fundo. – Não é de Suna.
─ É a minha mulher. Respeite-a como a
mulher do kazekage, não como sua colega de time. – Gaara enfatizou e Ino
decidiu que precisava parar aquela conversa esquisita.
─ Ei, ei! Pessoal, calma aí, ok? Que é
isso? Porque estão se atacando assim?
─ O que está havendo aqui? – Shikamaru
perguntou entrando na floricultura. – Que problemático, Chouji e as flores?
Chouji murmurou alguma coisa que Ino não
entendeu e saiu de lá, como se ficar estivesse causando-lhe qualquer coisa ruim
demais para suportar. Shikamaru voltou-se para a frente suspirando. Ele avisara
Chouji, mas não parecia estar adiantando muito.
─ Que… flores brancas do deserto, né?
─ Exato. – Temari concordou segurando
possessivamente a mão do namorado. – Bem bonitas, ok? Não as feias que você dá
para nós! – Alfinetou de brincadeira.
─ Ei! Eu sempre te dou as melhores! – Ino
disse fingindo estar brava e indo para uma sala-estufa no fundo da floricultura
e voltando alguns minutos depois. ─ As melhores.
─ Como sempre. Obrigada. – Temari
agradeceu e antes de virar-se para ir embora, olhou Ino de cima a baixo. – Será
que… esquece.
─ Ahn? – Ino perguntou sem entender, mas a
amiga já estava indo embora com Shikamaru, que já alcançava Chouji.
─ Venha comigo para Suna. – Gaara disse de
repente. Ino o encarou sorrindo afetada. Ela não podia.
─ Não posso e você sabe. Não quero deixar
meu pai agora que ele está se recuperando tão bem.
─ Tem certeza? – Gaara não parecia
convencido e nem disposto a perder essa discussão.
─ Tenho. – Ino enfatizou.
─ Vamos conversar com seu pai então. Tenho
certeza que ele tem uma ideia melhor.
─ Casamento não é uma ideia melhor. Não
precisa, é sério.
─ Eu quero e vou me casar com você,
entende?
─ Gaara, eu te amo com todo o meu coração.
– Ele piscou sem esperar pela declaração, Ino sorriu brilhantemente enquanto
continuava: ─ Mas eu não vou me casar com você por causa de uma criança. Sei
que é rápido, que devíamos ter tido mais cuidado, mais responsabilidade, mas
tudo o que eu quero agora é contar ao meu pai, aceitar a novidade e amar este
filho. Empurrar um casamento em você não é a ideia adequada disso. Eu não quero
isso.
─ Mas e o que eu quero? Isso não conta? –
Ele tentou parecendo irritado. – Eu quero me casar.
─ Conta, mas como eu sou a grávida aqui, o
que eu quero conta mais.
Gaara suspirou e assentiu aceitando a
teimosia dela. Vou convencê-la
nem que fosse na cama! Jurou
e soube que jamais poria em prática seu plano sujo e pervertido.
─ Você se importa de ficar sozinho por uns
minutos? Vou procurar meu pai e contar a novidade. Ele vai, literalmente, pirar.
─ Posso ir com você.
─ Quero fazer isso sozinha, querido.
─ Mas eu quero te ajudar!
─ Não, Gaara. Desde que minha mãe se foi
que meu pai não deixa pessoas de fora se meterem entre nós. Entende isso? Ele
não vai aceitar isso bem e eu não quero que vocês briguem mais do que o inevitável.
Ino fechou a floricultura, pondo um aviso
de “fechado” na porta e se direcionou para a porta dos fundos que ficava
diretamente atrás do balcão. Ela dava direto com a sala dos Yamanaka.
Gaara a seguiu de perto e sentou no sofá,
enquanto ela andava pelo corredor que a levava para a cozinha. Voltou mais
animada, fazendo uma trança nos cabelos longos.
─ Achou?
─ Um recado. Ele está no restaurante dos
Akimichi bebendo com os amigos. Vou só por o cachecol e vou procura-lo lá. Está
frio lá fora.
─ Posso ir com você. – Gaara se ofereceu
lentamente. Ino negou com a cabeça sorrindo preocupada.
─ Preciso fazer isso sozinha, tá?
Ele acatou sua resposta vendo a
sinceridade em seus olhos e não deixou que qualquer sinal de decepção fosse
visto em seu rosto de mármore. Ele entendia suas razões. Pelo menos tentava
entende-las. Relações familiares sempre o deixavam confuso e as da família de
Ino conseguiam deixá-lo com os parafusos tontos.
─ Acho que irei falar com Shikamaru
enquanto você resolve isso com seu pai então. – Gaara disse eficiente e Ino
aceitou a informação bem. – Não quer saber o motivo?
─ Shika-preguiça me mostrou o pergaminho
de Temari e sei que não posso me envolver nos problemas da sua vila. É contra
as normas ninjas. Somos companheiros de vilas, mas não vou ultrapassar os
limites. Poderia pensar o errado de mim. – Ino explicou enquanto trancava a
porta. Sentiu braços rodearem sua cintura e um beijo no topo de sua cabeça.
Ao olhar Gaara, ela não conseguiu não
sorrir vendo a emoção muda da lealdade nublar, por instantes, os olhos verdes
de Gaara. Ele deu-lhe um beijo no topo das duas mãos e por fim a soltou.
Algumas pessoas curiosas começavam a aparecer nas janelas para futricar em sua
intimidade.
─ Apareça para jantar, tá?
─ Shikamaru requisitou que eu estivesse no
jantar em sua casa. Ele me disse que você…
─ Eu tinha esquecido. Tudo bem, nos vemos
lá.
─ Te busco aqui se quiser.
─ Eu quero, namorado. – Ele deu aquele
sorriso de lado e por fim deixou-a ir rumo contrário o dele.
Ino não teve dificuldades em encontrar seu
pai. Ele era bem visível com aquele cabelo longo e loiro sentado ao lado de
Chomaru, que comia churrasco e Shukaku que bebia lentamente sakê, igual à
Inoichi.
─ Hey, pai, será que pode vir comigo para
casa? – Chamou tensa.
─ Sente-se, Ino! Quer comer o quê? Ah! Já
sei, carne magra né? – Chomaru disse-lhe sorrindo, mas ela não conseguiu
devolver o sorriso.
─ Pai, preciso te contar uma coisa.
Podemos ir para casa?
─ Fala ué!
─ Pai, é importante. Por favor, vamos.
Depois o senhor volta, se quiser.
─ Não mesmo. Diga. Se não pode dizer aqui
então não é tão importante.
─ Ok, qual a marca da nova bolsa? – Ino o
encarou muito puta que ele estivesse brincando com a seriedade de sua novidade.
Tudo bem que ela amava bolsas, mas e daí?
Ela não era tão idiota e fútil como ele gostava de fazer parecer,
principalmente depois de começar seu relacionamento com Gaara.
─ Não é isso. É mais importante ainda.
─ Vai ver é alguma roupa nova da prata.
─ É Prada. E isso é uma marca de bolsas,
só para você saber. Pai, por favor, vamos.
─ Criança, fale logo e deixe de ser
problemática! Assim teu pai fica aqui, em paz. ─ Ino suspirou negando com a
cabeça.
─ É importante, pai. Não quero dizer isso
aqui, não assim. – Ino cruzou os braços esperando que fosse suficiente, o pai
não cedeu.
─ Se não pode dizer aqui, então não é tão
importante.
─ Tudo bem, foi você quem quis descobrir
assim, vovô. Estou grávida.
Ino não soube qual dos três machucou mais
o pescoço ao olhá-la, mas ela sabia que com certeza um deles tinha machucado.
Os olhos quase saltavam das órbitas ao olhá-la.
─ E a responsabilidade? – Shukaku
finalmente perguntou preguiçosamente. – E eu achando que o Shikamaru é que ia
me arrumar um neto primeiro!
─ O quê? – Inoichi explodiu em ira, se
erguendo muito rápido e assustadoramente. – Como ousa zombar da memória de sua
mãe assim? Tinha que engravidar de um bastardinho?
─ Pai… ─ Ino começou esganiçada. Não
queria brigar, mas as palavras de seu pai a machucaram profundamente. – Ele não
é um bastardo. É meu filho, seu neto. – Enfatizou. – Não estou zombando da
memória da minha mãe. Você quem está. Ela jamais…
O baque foi enorme que ela parou de falar
ao morder a língua, quando recebeu o forte tapa de seu pai. Foi tão forte que
ela caiu no chão e olhou-o como se não o reconhecesse.
─ Cale-se, meretriz imunda! – Inoichi
rosnou e se afastou três passos, como se estar perto dela queimasse sua pele.
─ Como pôde? – Ino perguntou se erguendo
lentamente. – Como pode julgar-me quando você faz muito pior? Cantando e
enganando todas essas moças inexperientes, para quebrar seus corações em
seguida. Eu tenho vergonha de ser sua filha.
─ Quem é o maldito pai dessa coisa?
─ Quem você acha? – Ino perguntou com ódio
saltando de seus olhos. – É óbvio que é o Gaara.
─ Pois então diga-lhe que ou ele resolve
este problema ou eu resolverei da forma antiga.
Entendeu tudinho ou tenho que soletrar?
─ Não sou burra, pelo contrário. Sei que
foi irresponsável, mas…
─ Diga-lhe isso e só volte a me procurar
quando resolver este problema.
─ Então adeus, porque este problema, como
o senhor diz, continuará aqui, vivo e bem, entendeu?
─ Você vai tirar querendo ou não! Eu não
admito…
─ Não admite o quê? Não percebeu que eu
cresci? Eu sou uma mulher agora, pai. Eu me cuido desde antes de aprender a
usar maquiagem, então não me venha com “não admito”. Não sei nem porque achei
que você entenderia, eu esqueci que você se perdeu no escuro. Não me espere na
floricultura ou em casa, não vou voltar.
─ E não fará falta enquanto não se por em
seu lugar. Acha que ele lhe dará o sobrenome? A família? O renome de ser a
esposa de um kazekage? Você não é Hyuuga Hinata, não nasceu em um berço de
ouro. Era só a vadia de um homem de poder, ele vai chutá-la antes que tenha
tempo de piscar.
─ Eu sei que não o conhece bem como eu o
faço, mas isso só prova que você está completamente cego. – Ino disse mantendo
essa certeza firme em seu coração e se virou, para ir embora.
O coração dela estava aos pedaços, mas ela
preferia isso a ter sua alma despedaçada por uma decisão errada. Sua mãe nunca
diria esse tipo de coisa, nunca a julgaria tola ou burra. Nunca a subestimaria.
Respirou fundo, encarando o frio do início de noite que antecedia o inverno,
sentindo o frio penetrar-lhe a alma e jurou que nada e nem ninguém iria causar
qualquer dano à seu filho ou filha. Ela o protegeria com tudo o que tinha, não
importava o que custasse.
Foi por isso que ao chegar em casa pegou o
celular e ligou para a mãe de criação. Sua mãe morrera muito jovem, mas sua tia
casara-se com seu pai. Infelizmente, ela os deixara há muitos anos para
trabalhar na vila da névoa, quando o casamento tornou-se insustentável. Nunca
deixou Ino na mão, nunca a decepcionou e Ino sentia que tudo o que precisava
ouvir agora era uma palavra de conforto vindo dela.
O celular chamou algumas vezes e quando
ela estava prestes a desligar, ouviu a voz que fez o seu interior finalmente
desmoronar e ser revertido em lágrimas.
─ Mãe…
Continua...
Que
acharam? =D
Eu
achei bem emocional este, foi meio tenso, mas era necessário, eu juro!
Espero
que você tenha gostado!
Beijinhos
e até quinta-feira que vem =D
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Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.