Capítulo
24 – Proteja-se
Leah
Caminhei
de um lado à outro na cozinha. Emily estava cuidando da comida com algumas das
meninas e eu não conseguia desviar meus pensamentos do que Jake me revelara
mais cedo.
A
posição em que os outros bandos se encontravam me deixaram mais do que ansiosa,
me deixaram verdadeiramente preocupada. Seria um ataque e tanto. Temos mais
força de ataque, mas metade dos nossos estão ficando na reserva para protege-la.
Parte está indo ao ataque e eu não sei se deveria ficar preocupada por eles
estarem indo ou pelo sangue que manchará nossa matilha.
Me
sentei na mesa da cozinha pensando também em Mada, Harry, Juan e Lilly. Era uma
coisa ainda mais complicada do que na minha época. Eu tive tempo suficiente
para me recuperar e Jake me ajudou, mas Juan não está fazendo exatamente isso. É
como se ele tivesse medo.
─
Preocupada? – Emily me perguntou e era retórica, eu percebi em seu tom, então não
respondi. – Eles ficarão bem, Lee.
─
Estou preocupada com a história entre Lilly e Harry. Não é engraçado sentir o
que ela deve estar sentindo. Eu sinto tanto que tenha sido o meu filho a…
─
Tudo bem, querida. – Emily me respondeu sorrindo pequeno. – Lilly ia começar a
namorar em algum momento. Estou feliz que tenha sido com Harry, afinal, outra
pessoa não teria tanta consideração por ela. Lilly vai superar.
─
Como pode ter tanta certeza? – A questionei sem entender. – Lilly merece mais
do que ela tem agora. Espero que algum rapaz apareça logo.
─
Já há alguém. – Jake disse entrando na cozinha. – Juan só quer esperar até que
ela cresça mais um pouco, mas ele vai perceber que não pode fugir do imprinting
por muito tempo. – Ele disse chegando perto de nós e deu-me um selinho. – E quando
isso…
─
O quê? – Ela nos interrompeu deixando a bandeja com os pratos cair no chão. –
Mas de que merda estão falando? Juan teve um imprinting comigo? Por que ele não
me disse? Por que ninguém me disse?
Olhei
meu marido e dele para Emily. Eu sabia que só havia uma coisa a fazer nesse
momento: aguardar Juan chegar para que ele pudesse explicar-lhe o que houve.
Vi
Lilly abaixar-se para catar os cacos e Juan entrou, minutos depois, na cozinha
pela porta de trás. Ele conversava animadamente com Fernanda e não demorou a
perceber o clima pesado, ainda mais quando ninguém o cumprimentou.
─
Oi, pessoal? – Ele cumprimentou indo até Lilly e se abaixando para ajudá-la.
A
reação de Lilly não poderia ser pior. Ela gritou, enraivecida, as mesmas
perguntas e acusou-o um pouco antes que pudesse controlar-se. Ele estava
petrificado no lugar.
─
Pensei que éramos amigos. – Ele finalmente disse.
─
Você me enganou, Juan! Mentiu para mim! Você sabe que seria mais fácil se…
─
Não sou objeto de ninguém. Você é muito jovem para mim. Eu… só estava te
protegendo.
─
Enquanto fode com garotas mais velhas? – Emily balbuciou uma repreensão, mas a
voz dela não passou de um sussurro. – Por quê?
─
Isso não desrespeita a ninguém.
─
Desrespeita a mim! – Ela esbravejou e olhei para Jake pedindo auxílio. Juan não
poderia lidar com uma rejeição agora. Precisávamos de sua força no ataque.
─
Eu sinto muito.
─
É por isso que tem me feito evitar os caras da escola, não é? Deixa eu adivinhar,
é por isso também que me pediu para ficar de fora da luta, não é?
─
Eu…
─
Não responde! – Ela disse desferindo um belo soco nele que a fez desequilibrar
sobre os cacos. Lilly levantou-se e ignorando os chamamentos de Juan, guiou-se
para a sala.
Juan
uivou com raiva e catou os cacos de vidro. Todos podíamos sentir a dor emanando
dele, o cheiro era quase insuportável. Eu queria muito consolá-lo de alguma
forma, assegurar-lhe que tudo iria ficar bem, no entanto eu não sabia como fazer
isso. Não tinha palavras que pudessem aliviar a dor no peito dele.
─
Idiota. – Jhúlia murmurou, parada num canto e eu percebi que mais pessoas da alcateia
estavam aqui também.
─
Não tinha um elogio melhor não? – Ele rosnou para a irmã, enquanto jogava os
cacos fora.
─
Eu te disse, Juan. “Diga a ela antes da batalha”, agora eu tenho certeza de que
Lilly não vai sair da linha de ataque frontal mesmo.
─
Não pode não me julgar? – Ele perguntou a irmã e todos nós estávamos desconfortáveis
com o que havíamos visto. Senti Jake afagando as minhas costas e percebi que
Sam estava observando tudo com olhos clínicos.
─
Não estou julgando irmão.
─
Ela nunca julga. – Larissa disse dando uma risada sem humor. – Não é mesmo,
Jhúlia?
─
Cala a droga da boca, Larissa. – Jhúlia resmungou passando a mão nos cabelos e
olhou para Samuca sugestivamente. – Ela é sua irmã… hm… você podia…?
─
Sobrou pra mim. – Ele resmungou claramente incomodado com a tarefa que teria
que executar. – Vou cobrar o favor, gatinha.
─
Pode cobrar. – Ela sussurrou ficando vermelha subitamente e eu chamei Jake para
conversarmos em privado.
[…]
─
O que acontece agora? – O questionei preocupada com o estado da minha sobrinha.
─
Juan vai ter que ficar cobrindo a linha 3. Preciso que as meninas fiquem na
linha 3 e não na cobertura. Uma pequena mudança de planos.
─
E Lisa? Ela ainda é jovem. Só se transformou à… o quê? Duas semanas?
─
E um dia. Eu sei que é recente, mas temos que fazer isso. – Jake suspirou e
segurou o meu rosto entre suas palmas. – Proteja-o, mas proteja a si mesma
também.
─
Eu prometo. – Sussurrei contra a boca dele e iniciei um beijo calmo e cheio de
dor por Juan.
Ele
não era diferente, senti seu desespero em cada toque de lábios, em cada mão atrevida
que apertava minhas carnes e soube que precisávamos ajudar os mais jovens ainda
mais. Não porque eles eram incapazes de conseguir sozinhos, mas porque nós
podíamos evitar que eles se machucassem tão duramente como nós.
O
medo pela batalha que estava vindo se apossou de mim e eu o abracei mais
apertado, sentindo a boca molhada descer pelo meu queixo e pescoço, voltando,
em seguida, para a minha boca.
Ele
cheirou o meu cabelo e depositou um beijo cálido no topo da minha cabeça. Eu sabia
o que significava. Era um adeus, não um completo, mas podia se tornar. Há tanto
em jogo e nós dois temos consciência disso.
Continua!
Oh yeah! Finalmente eu
atualizei ela, não é? Espero que tenham gostado *-*
Beijinhos ^-^
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