sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

[Lua Cheia] Capítulo 45 - A razão

Capítulo 45 – A razão
Leah sabia que algo estava estranho quando colocou os pés para fora do quarto e seguiu o longo corredor de piso vermelho. Fechou a blusa de frio que estava usando, mesmo que o frio em sua espinha fosse puramente emocional, tentava abrasá-lo.
Seus olhos encontraram-se com os de Grady antes que ela visse qualquer outra pessoa e desviou os olhos rapidamente, como se o simples ato a estivesse queimando por qualquer motivo que ela desconhecia até o momento.
─ Com fome? – Debbie perguntou parecendo vir do lado esquerdo da sala e Leah observou o ambiente em que estava.
Era uma típica sala de reuniões. O piso era um carpete vermelho que acolhia vários pés descalços. As paredes de cor escura tinham alguns quadros e vários sofás. Na extremidade havia dois sofás individuais como se fossem tronos e na frente, uma mesa com um notebook preto.
Haviam pessoas sentadas no chão, nos sofás e algumas em pé. Grady ergueu a mão com a palma para cima, a convidando a ir se juntar à ele. Leah foi sentindo-se estranha, uma vez que era uma das poucas com casaco e sapatos.
─ Com fome? – Debbie voltou a perguntar oferecendo um copo com líquido amarelado. – Eu posso te preparar algo.
─ Não exatamente. Eu posso esperar. ─ Leah respondeu pegando o copo com um sorriso agradecido e virou-se para Grady antes de bebericar do líquido. ─ Que está acontecendo? Já podemos voltar para casa?
─ Ainda não.
─ É uma reunião do bando. – Debbie disse baixinho indo se juntar ao padrinho e sentou-se no sofá entre Von e um senhor que aparentava ter nada menos do que 50 anos.
─ Vem. – Grady a chamou com um sussurro sexy ao pé de sua orelha, segurando sua mão livre e a levando por uma porta, até que estavam fora da casa, na parte da frente.
Leah viu as árvores que rodeavam o lugar e sorriu lembrando-se da casa de Sam e Emily. Saudade lampejou em seu âmago e ela respirou suavemente, feliz que esse era o único sentimento que sentia no momento.
A proposta de Emily estava, subitamente girando em sua mente e ela sentiu-se um pouco menos leve ao lembrar que devia uma resposta à prima. Não tinha mais certeza se queria negar. A ideia parecia convidativa na mesma medida que parecia louca.
Leah continuou observando o local até perceber a construção enorme em que estava hospedada e admitiu silenciosamente que esse era, provavelmente, o fim das semelhanças entre a casa de Sam e Emily e a da família de Debbie.
Sentiu o olhar de Grady sobre si e não estava totalmente pronta para as perguntas. Ou melhor, não sabia se estava pronta para ouvir as respostas. Sua coluna seguia se arrepiando e nunca era um bom sinal.
─ Querida?
─ Por que não podemos voltar para casa? – Leah começou do jeito que achou menos agressivo. – O que houve lá?
─ Eve traiu o bando da pior maneira possível.
─ Você já me falou sobre isso. – Leah o lembrou. – No carro. Ela nos quer mortos.
─ Não apenas nós. – Grady disse lentamente. – Não me importaria se isso fosse só sobre mim, mas ela tentou se vingar de tudo.
─ Tudo? Como assim? – Leah perguntou-lhe confusa. – O que não está me dizendo?
─ Eve tentou assassinar meu pai usando a temporada do calor do acasalamento contra ele. Papai ficaria dependente, até mesmo frágil. Ela poderia ter exigido que ele nos expulsasse e ele o faria sem pensar duas vezes.
─ Mas ele é seu pai!
─ Há uma coisa que chamamos de ordem de acasalamento. É semelhante ao tom alpha, mas pode ser ultrapassado. Eve sempre usa-o com meu pai, mas na temporada… bom, isso seria uma coisa muito ruim. Além do impensável porque ele não conseguiria pensar, algo semelhante à hipnose.
─ Então ele agiria de um jeito que se arrependeria? Isso não é o fim do mundo. – Leah disse sensatamente. – Ele poderia reverter tudo depois.
─ Não é assim querida. Ele poderia nos expulsar do bando.
A declaração fez com que sua respiração ficasse presa. Eles não seriam lobos errantes. Se o filho do alpha fosse expulso, ele e sua família seriam mortos e o conselho dos shifters garantiria isso eficazmente.
─ E quando passasse…
─ Ele jamais se perdoaria pelo que teria sido forçado a fazer.  
As palavras de Grady afundaram em Leah como se fossem chicotes de aço na água. Ela finalmente encarou os olhos dele e viu ali o mesmo pesar que havia em seu âmago neste momento. Elroy não teria culpa, seria alvo do próprio poder e depois não conseguiria arrumar as coisas com uma das pessoas que amava.
Parecia que o céu havia desmoronado um pouco e o dia bonito tornou-se um pouco mais escuro para Leah naquele momento. Ela sempre soube que havia muito mais que lhe fora privado de saber, coisas obscuras que ela não queria nem pensar e que, pelo menos uma delas, era exposta agora como a lateral de um pedaço de bolo que foi cortado.
─ Eve foi mandada para a casa dos pais. – Grady disse lentamente como se isso pudesse apaziguar pelo menos um pouco do que os acontecimentos mostravam à Leah.
─ Por… que? – Perguntou em dúvida se devia. Não estava segura disso.
─ Meu pai não poderia castigá-la adequadamente.
─ Castigá-la? – Leah pensou por um momento, desviando os olhos dos de Grady e deixando-os em qualquer ponto além dele, pesando suas palavras.
Havia apenas um castigo. A morte. Traição se pagava dessa forma e ela sentiu muito por Elroy em primeiro lugar. Eve não era apenas cruel, mas calculista. Leah não pode deixar de sentir pena por Elroy. Ele podia ser uma dor na bunda, mas certamente não merecia ser traído de forma tão baixa.
─ Ele não pode matá-la. – A resposta que passou rapidamente por seus lábios era óbvia. Grady concordou silenciosamente. – E agora?
─ Ela está sob os cuidados de Douglas agora. – Grady disse tranqüilizador. – Seu pai vai garantir que ela não nos cause qualquer problema. Nem a nós e nem a ninguém vulnerável no bando.
─ É temporada…
─ Está quase no fim, mas isso é um ponto válido.
─ Ponto… válido?
─ Sabe por que viemos aqui? – Grady disse ficando de costas para a paisagem protegida pelo “corrimão” que circulava a casa e ia pela escada até se atrelar ao chão coberto por grama verde oliva.
─ Não.
─ O padrinho da Debbie é o médico que manterá meu pai são.
─ São? – Leah gritou a pergunta e viu Grady assentir afirmativamente ainda sem olhá-la. ─ Como assim? – Voltou a questionar depois de alguns minutos esperando que ele explicasse.
─ É temporada de acasalamento. Apenas um laço forte o suficiente o manterá vivo.
─ Laço forte o suficiente?
─ Alguém que meu pai amou e foi forçado a esquecer por causa do acasalamento com Eve.
─ Você sabe quem é? Podemos contatá-la.
─ Sua mãe.
Leah tentou argumentar, mas as palavras ficaram presas em algum lugar entre sua garganta e seus lábios.
Ela viu a solução se formando e não gostou do resultado.
─ Justo a minha mãe? – Grady não respondeu imediatamente, enquanto se virava para ela e sorria afetado.
─ O que pode fazer por seu alpha? – Anton perguntou abrindo a porta e Leah manteve os olhos indo de Grady para seu irmão.
Um longo suspiro escapou dela. Leah sabia o que devia ser feito, só não sabia exatamente como.
Mamãe…
Continua!
N/A: Primeiramente, peço milhões de desculpas pela demora. Veja minha explicação completa aqui: http://escrivinhala.blogspot.com.br/2014/12/saindo-do-pequeno-hiatos-que-eu-tive-3.html
Então… eu tive alguns problemas com meu HD e isso significa que o próximo pode demorar ou não. Parte dos capítulos que seguem este foram perdidos e eu estou tentando arrumar o que tenho aqui (apenas rascunhos) para, enfim, trazer o que preparei para vocês.
A segunda coisa que tenho a dizer é que estamos caminhando para o final. Deve ter por volta de 15 capítulos ainda e um epílogo, pode ser mais ou menos.

Obrigada por lerem, amo vocês e os vejo (com sorte), amanhã =3

2 comentários:

Obrigada por comentar! Me deixa muito feliz *o*
Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.