quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

[Lua Cheia] Capítulo 54 - Feliz Natal, querida (P1)

Capítulo 54 – Feliz Natal, querida

− Nem ferrando, mãe! – Retrucou Leah quase instantaneamente.
Ambas estavam dentro da quinta loja de vestidos que havia no centro de Bartrock. Quase em Makah e Sue não conseguia se decidir entre um vestido vermelho fofo ou um amarelo um pouco mais curto para sua filha. Leah teria vestido apenas calça jeans e uma blusa vermelha para a ocasião, mas sua mãe parecia convicta de que ela precisava estar deslumbrante para a noite.
Haveria um jantar para o bando, todos vestidos para uma das ultimas noites do ano: o natal. Leah girou os olhos para o novo vestido. Sunshine riu, sentada na cadeira e lhe apontou um azul. Era o mais tolerável e cinco minutos depois ela o tinha no corpo.
Leah admitiu que havia ficado bonito. Ele era meio soltinho nas pernas, mas delineava bem seu busto, cheio de uma estampa costurada no tecido e um babadinho nas alças até o meio dos seios.
Comprar sempre foi uma lamúria, mas imaginou como Grady reagiria e sabia que precisava passar na loja de Rave e comprar alguns brinquedinhos. Talvez umas duas lingeries fossem recompensar o homem sexy bem. Ela sorriu hesitante, Rave era o único que vendia essas coisas na cidade. Pior do que isso era o fato de que ela mal sabia como namorar, fazia tanto tempo.
− Conseguiu por o vestido, querida? – Sue perguntou do lado de fora do trocador e Leah suspirou, saindo de lá de dentro.
Sua mãe sorriu instantaneamente ao olhá-la, ela parecia divina. Sue fez um sinal de ok para Sunshine e a empurrou de volta. Leah sabia que tinha que ser aquele, já eram quase 16:00hs.
[…]
Leah olhou-se no espelho do quarto. Estava na casa de Omar, preparando-se no quarto que ele lhe dera. Havia optado por lindas sapatilhas azul marinho, elas tinham quase o tom do vestido, mas possuíam um desenho na linha de costura, dourado.
Minnie a fez comprar um cinto para demarcar a cintura que tinha pequenos relógios delicados e superfofos, Leah enrolou a ponta dos fios,  deixando a maioria lisa e finalizou o penteado simples com uma presilha cheia de brilhos, prendendo uma parte atrás da cabeça.
Sentou-se na penteadeira, cogitando usar apenas um blush e batom, mas lembrou-se de Megan. Ela ia continuar linda e deslumbrante, enquanto Leah iria…
Afastou esse pensamento. Grady estava com ela, ele tinha dito que a amava na frente de Sam e feito ela se lembrar isso em cada momento que teve após, ainda sentia os beijos sobre seu pescoço e um latejar leve na mordida recém-feita, essa manhã.
Abriu o primeiro recipiente de maquiagem e começou o trabalho. Iria estar linda para ele e faria Megan perceber que eles eram um ícone, tão juntos como duas pessoas podem fisicamente estar. Quer dizer, quase. Ela jamais poderia lhe dar filhos, mais deixaria essa parte para depois. Eles estavam apenas começando.
[…]
Desceu as escadas e sorriu ao encontrá-lo boquiaberto esperando receber sua mão. Ela sorriu também e Seth pigarreou, murmurando qualquer coisa sobre o sol estar lindo. Leah quis perguntar que raio de sol havia às 9 da noite, mas não conseguiu, não quando ele a olhava tão intensamente.
− Você tá incrível.
− Você também não ficou atrás. – Ela brincou.
Grady estava realmente quente. Os cabelos ainda tinham um traço molhado, a blusa era de um vinho escuro demarcava bem cada músculo que ela conhecia tão bem quanto a si própria. A calça jeans era preta e demarcava as coxas, poderia apostar que a bunda também.
Ele a beijou, tirando um pouco do brilho labial. Leah havia acertado ao escolhê-lo, ao invés do gloss colorido que sua mãe lhe dera. Mancharia seu rosto.
Leah o puxou perto, circulando-o pelos ombros e o sentiu puxá-la da escada. Ela arfou e mordiscou perto o lábio inferior de Grady, ele emitiu uma vibração pelo peito e ambos suspiraram buscando ar.
− Guardem esse fogo pra depois da ceia, vamos. – Elroy disse asperamente e quando se soltaram, Leah viu sua mãe sorrindo sacana, e optando pela melhor decisão, a ignorou.
Grady segurou sua mão firmemente enquanto andavam, mas parou-a perto de uma árvore, antes de chegarem aonde aconteceria a ceia.
Ele beijou o topo de sua mão e deslizou um anel pequeno sobre o dedo anelar dela. O prata brilhou firme em conjunto com a luz da lua e de algumas velas.
− Vai ser uma ceia ao velho estilo, era assim que os avós do meu pai comemoravam o natal. – Grady a deixou saber. – Essa é a sua aliança, baby. Eu já tenho a minha e vou ficar feliz se você escolher usá-la sempre que puder.
− Eu vou. – Leah murmurou emocionada. Seu coração galopava tão forte no peito que parecia ter voltado à vida apenas neste momento.
− Acho que essa é a primeira vez que te vejo com maquiagem. – Ele disse deixando um beijo no pescoço dela. – Está incrível, mas não precisa usar isso se não gostar.
− Eu acho que é tudo parte de um pacote, querido. – Leah disse e mordiscou o lábio, estava sendo doce demais.
− O que foi? – Grady perguntou, passando o polegar no lábio dela e o desprendendo dos dentes. – O que está te incomodando?
− Estou me tornando tão doce quanto torta de chocolate. – Ele riu e ela o acompanhou ao terminar a declaração.
− Amo torta de chocolate. – Ele piscou e depositou um beijo cálido sobre os lábios. – Vamos antes que alguém venha nos resgatar e só encontre esse vestido lindo.
− Por que? O que haveria com o resto? – Leah perguntou curiosa.
− Eu estaria comendo, em algum lugar dessa floresta.
Leah se aproximou do ouvido dele, depositando as mãos no peito quente, ele a segurou firme na cintura, dando sustentação e ela, se aproximando mais, disse:
− Quem disse que isso seria ruim?
As mãos de Grady na cintura dela se tornaram duras, mas ele relaxou quase instantaneamente, puxando uma longa respiração profunda. Disse em seguida:
− Não me tente, menina.
− Por que não?
− Você pode gostar demais. – Ele brincou e mordiscou a orelha dela, finalmente se afastando e a puxando pela mão.
Leah não negou que teria gostado muito de comemorar o natal sendo castigada, mas sabia também que ele jamais faria isso e deixaria sua família em uma data tão importante. Natal devia ser um point em Bartrock assim como era em La Push.
O lugar parecia um luau. Era rodeado por árvores, haviam troncos e cadeiras feitas em madeira. Havia uma longa mesa servida com tanta comida que quase se perdia da vista. Haviam 5 perus enormes no centro, em fila indiana e rodeados por frutas, arroz, saladas e bebidas.
− Não vai esfriar? – Leah perguntou-lhe apontando com a cabeça.
− Em baixo das comidas quentes tem um prato que é quase um mini-forno. Ele vai mantê-los aquecidos.
Leah concordou e ele a puxou para sentar-se no tronco. Ela sentou na almofada que ele posicionou, na grama, entre as pernas masculinas e a abraçou quando ela fez o que ele quis.
Viu Megan a olhando de longe, se olhares matassem, estaria tendo seus últimos suspiros, mas não se importou. Sentiu-se como Emily deve ter se sentido e descansou pesadamente contra o abdômen forte. Grady pegou aonde ela estava olhando e soltou um dos braços, para puxar o rosto dela para ele.
− Ignore. Eu amo você, lembra?
− Eu sei, estava pensando na minha prima.
− Não entendi.
− Estava pensando que Megan me lembrou eu, só que mais legal, sabe? Eu não era tão… hum… bonita, sabe? E ela também não veio me dizer nada.
− Eu não vou sair do seu lado.
− Hum? Essa noite?
− Nunca. Amo você e vou continuar com você. É isso o que temos. Mais do que darei a qualquer garota.
− Você é incrível. – Leah sussurrou e ganhou um beijo calmo e longo. Foi difícil não aprofundar, mas ela não queria ter que trocar de calcinha no meio da noite. Amou a sensação cálida que ele lhe deu, foi quase como se nada no mundo pudesse atrapalhar.
− Você está linda. – Leah endureceu, puxando o rosto com brusquidão. Sam estava lá, parado a poucos passos deles e a olhando com dor. – Feliz natal.
− Feliz natal, Sam. – Leah desejou e olhou ao redor. – Onde está Emily?
− Com sua mãe. Bem… desculpe pelo outro dia.
− Olha, ele sabe pedir desculpa. – Grady brincou e Leah deu-lhe um golpe com o cotovelo. – Ai! Amor! – Ele a recriminou, massageando o local que ela machucara.
− Está perdoado. Diga-lhe isso.
− Eu ouvi. – Emily disse e saiu de trás de Leah e Grady para se juntar à Sam, agarrando sua mão com rapidez. – Olhe para eles, amor. Eles parecem saídos de um quadro ou um filme.
Leah olhou Emily sem entender, com certeza isso era uma discussão anterior. Sam assentiu com a cabeça e fungou, abraçando a mulher. Emily fez uma careta engraçada e o abraçou de volta.
− Estamos felizes que você aceitou ser madrinha da Gracie! – Emily disse fervorosamente. – Mas ainda não temos um padrinho. Estive pensando se Grady aceitaria ir…
− Eu vou amar.
Leah sorriu sabendo que não poderia fazer isso sem ele, algo nela havia se tornado tão dependente dele quanto possível. Sentiu os braços a circularem firmemente e descansou contra ele, feliz que ele a tinha aceito em sua vida.
[…]
Grady e os rapazes trouxeram duas grandes mesas e sentaram, várias pessoas sentaram-se nos troncos e várias continuavam em pé, conversando ou dançando sob a luz da lua.
Ela sentou-se, iriam ceiar após os uivos dos lobos do conselho. Eles formaram um círculo logo onde a luz da lua era mais forte e erguendo seus rostos parcialmente transformados, eles uivaram com força.
O som pareceria levemente macabro ao longe, mas era incrivelmente lindo aos ouvidos de Leah. Parecia um cântigo de guerra ou um chamado do bando, ela admitiu que parte do que ela odiava em ser loba estava em ser parte do bando de Sam, do homem que ela julgou amar tanto. Algo nisso havia mudado, provavelmente o sentimento dela. Não odiava sua forma loba em si, gostava de correr e sentir o vento, apenas odiava a situação em que estava.
Começaram a comer. Alguns optaram por carne crua, outros pelo tradicional peru, como Leah. Ela colocou ainda um arroz branco, salada de maionese, estrogonofe e duas fatias de pão de alho. Tomava suco, ao contrário de alguns que optavam por bebida alcóolica. Grady a acompanhou, com suco de uva, ela tomava de laranja.
Eles pareciam perdidos em seu mundo particular, parecia que todos os outros estavam flutuando ao redor. Ela sorriu, ouvindo os fogos e desejou aos mais próximos feliz natal, almejando mais natais felizes ao lado de Grady, indubitavelmente, seus olhos não saíam dele. As pessoas a desejavam boas vindas em troca.
[…]
− Já passa da meia-noite. – Grady sussurrou no ouvido dela e lhe entregou uma uva. – Faça um pedido.
− Pensei que só se fazia pedidos no ano novo.
− Tenho certeza que os nossos ancestrais não vão ignorar você só por causa de uma semana.
− Devo te dizer meu pedido?
− Não. – Ele sorriu e Leah finalmente pegou a uva.
Que eu nunca perca este homem. Leah comeu a uva, realmente acreditando em suas palavras.
− O que pediu? – Grady perguntou curioso.
− Não vou dizer! – Ela brincou.
− Vou te torturar atrás dessa resposta! – Ele rosnou brincando junto.
− Qual vai ser a tortura?
− Tanto sexo que você não vai conseguir nem andar!
− Não quero te perder nunca. Foi o que pedi. – Leah brincou.
− Você nunca vai. – Ele disse sério.
− Não custa nada garantir. Vou querer aquela tortura ein.
Ele a agarrou e fugiram pelos fundos da casa para o quarto dele. Grady sabia que não iriam sentir sua falta, e se sentissem, bem, ele sentiu mais falta de estar com ela, de qualquer maneira. 
Continua!
Gente, amanhã eu posto a segunda parte que eu já tô atrasada pra festa o.o
Obrigado por ler, amo vocês!



Um comentário:

  1. Como assim a Leah não pode ficar grávida? ! Pensei que o lance de ela não deixar de usar a camisinha nas relações com o Grandy tinha haver com isso.
    E também quando ela foi rapitada em capítulo que não lembro exatamente, dizia que a espécie dela era reprodutora eu acho, que iam usa- las pra procriação. Imaginei que ela não estava imune. E você em uma resposta a mim no Niah, nesse capítulo deu a entender que ela pode engravidar, quando eu pedi pra não deixar ela ficar grávida dos estrupadores dela.

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