Capítulo 27 – Meias palavras
Oh sim, estamos num ponto decisivo
aqui, não é?
Boa leitura =D
Meias
palavras
Quando
Grady não voltou com o passar das horas, Leah começou a ficar mesmo preocupada.
O que houve com ele? Será que ele está
bem? Onde ele está? As perguntas seguiam rodando em sua mente, enquanto
enchia o quinto saco com as ruínas mais leves do quarto.
O
deixou num canto, junto com os outros e, decidida, guiou-se para o banheiro. Ia
tomar um banho e procura-lo em seu bar. Temos
que conversar. Podemos resolver isso e… posso… talvez… sim, talvez, eu diga que
o amo. Agora não há volta, há? O pensamento tinha uma resposta clara com a
voz de sua tia.
Leah
não se demorou no banho. Colocou a primeira calça jeans que viu, uma escura e
uma blusa de alça com renda, branca. Colocou os tênis brancos e foi direto para
o carro de Grady, ainda na garagem, pegando, no quarto dele, a chave do jipe.
Ainda
se lembrava do caminho, então não foi uma dificuldade achá-lo. Estacionou,
trancou o veículo e entrou pela porta dos fundos. Eram 19:30, o bar estaria
enchendo e não queria outra confusão como a de duas semanas atrás.
Leah
subiu direto nas escadas. Sabia que em algum lugar lá em cima, ele devia estar.
Ele sempre ia lá em cima, quando vinha ao bar, pelo que ela conseguiu se
lembrar.
Não
foi difícil encontrar o escritório. Havia três portas e ela adivinhou que a
primeira seria o escritório dele. Estava certa. Havia alguns arquivos, dois
computadores e no outro canto, o computador privativo que devia ser dele.
Ele
não estava lá. Mas o cheiro dele era forte. Junto com alguns outros, mais
fracos. A fez sentir-se estranhamente em casa. Saiu da sala e encostou a porta,
checando as outras duas.
Um
estoque e um armário de vassouras com produtos de limpeza, vassouras, rodos e
afins.
Subiu
a escada e não foi difícil encontrar o apartamento de Grady ali. Ela lembrava
dele ter lhe falado sobre o local. Ele morava em cima e trabalhava em baixo.
Abriu
a porta e olhou o local por um segundo até que ouviu o barulho do chuveiro e a
silhueta magra e fosca da mulher se fez presente através do vidro, quando ela
espiou pela porta.
─
Grady? ─ Chamou incerta e viu a mulher fechar o chuveiro.
Leah
já a tinha visto, mas vê-la só com a toalha tornada tudo pior. Ela parecia uma
modelo, nenhum quilo ou pele a mais. Nenhuma estria pelas pernas magras.
─
Leah?
─
Oi, Megan. Hum... você soube de Grady?
─
Ele ligou-me, por quê?
─
Ahn... ─ A decepção bateu duro nela. Leah cogitou dar meia-volta e sair, mas
não podia com Megan esperando uma resposta sua.
─
Por quê? ─ Megan repetiu e foi para o banheiro. ─ Você espera alguns minutos?
Vou me vestir para que conversemos direito. Não nos apresentamos ainda e Grady
me avisou para te tratar direito à quase duas semanas.
Sim.
Leah se lembrava bem do telefonema. Tinha ficado histérica e eles nem tinham
algo sério... não temos agora. Bem, nada está firmado. Ela pensou
tristemente e tomou a decisão de sua vida.
─
Você sabe, você me pegou no chuveiro e os nossos homens odeiam cheirar o aroma
de outros em nós, enquanto nos montam. Eu não sabia que você vinha. – Megan disse
displicentemente e Leah sentiu o coração partir-se lentamente.
Ele mentiu. Ele chamou
outra pessoa. Ele disse que não quebraria as regras, mas ele quebrou algo além
delas. E Leah sabia que não ia chorar, suas lágrimas haviam
secado há muito tempo, mas não significava que seu interior não estava ruindo,
porque estava. E doía muito. Como nunca doeu antes.
Virou-se
e saiu pela porta bruscamente.
─
Espera, aonde você vai? – Megan perguntou e não parecia tão interessada assim.
Leah
desceu as escadas como se fosse um furacão. Ela jurou que não ia parar a menos
que ouvisse a voz de Grady. As lágrimas já nublavam seus belos olhos
castanho-claros e ela odiou que elas estivessem florescendo ali, novamente.
─
Vou matá-la se ela tentar. – Leah parou abruptamente ao ouvir o tom de voz
grosso e altamente excitante de Grady.
Ela
mal acreditou quando o ouviu, mesmo assim, olhou por cima do ombro só para
encontrar Grady falando com alguns dos amigos. Os olhos encontraram-se por um
milésimo de segundo, antes dela virar-se bruscamente.
Ele vai matar-me.
Leah
correu para a porta, sabendo que só havia uma coisa que podia fazer antes de
morrer. Não se importou, no fim das contas. Ele ia mata-la e ela não queria uma
vida sem ele. Ela já tinha experimentado a cor opaca da vida cinza e sem amor, não
estava querendo voltar à ela.
As
mãos tremiam quando ela enfim conseguiu colocar a chave na porta do jipe. Fechou-a,
a tempo de ver Grady sair pela porta, parecendo afobado. Ela colocou a chave na
ignição tendo um pouco mais de coragem e acelerando o carro.
Viu
Grady segui-la de perto e não se importou de pisar no acelerador ainda mais,
enquanto discava o número de Debbie. Leah não estava exatamente pronta para
morrer. Ela amava. Não queria sofrer
tudo de novo, não queria que ele preferisse Megan, não queria nada da merda com
seu pai, era tudo uma confusão sem limites, como se o céu estivesse ruindo em
sua cabeça.
─
Alô? – Debbie finalmente respondeu e Leah suspirou no telefone.
─
Ele vai me matar.
─
Quem? Onde você está? Que houve? – Debbie a atropelou com suas perguntas
preocupadas.
─
Grady. Ele… ele me marcou e… ele vai me matar. Estou no meu caminho para as
nexos, por favor, cuide dele.
─
Leah, não, ok? Não faça isso!
─
Não é uma escolha minha, Debbie. – Leah choramingou no telefone. – Eu só vou
ligar para a minha tia, por favor, mantenha isso em segredo por duas horas. Como
planejamos.
─
Leah!
─
Debbie, você me deu a sua palavra! Você disse…
─
Eu prometo. – Debbie repetiu a interrompendo. – Só as tire de lá e fuja, ok? Chegaremos
antes que possam te machucar e saiba que entendeu errado. Grady não vai…
─
Você não o ouviu. – Leah fungou no telefone ao contar os fatos para a amiga. –
Eu ouvi. Ele chamou Megan. Ele… me odeia, Deb. Ele me odeia. Bem… ─ Leah
pigarreou ante o silêncio da nova amiga. – Eu posso, pelo menos, ajudar as
nexos e o bando. Isso deve aplacar um pouco da dor.
─
Me escute: ele não é assim. Tenho certeza que entendeu algo pela metade,
querida. Tente não pensar nisso agora, tire as meninas de lá e fuja. Não lute,
apenas fuja! Repita.
─
Não lutar, fugir.
─
Isso.
─
Obrigada.
─
Eu te adoro. Não se atreva a morrer!
─
Vou tentar. – Leah se despediu, desligou e repensou em ligar para a tia.
Sabia
que Minnie ficaria chateada quando soubesse o que ela e Debbie planejaram,
sabia que Omar ia dar-lhe um bom sermão e provavelmente, com razão. Cogitou não
ligar e não se trair, mas era sua tia, sua confidente e uma das poucas amigas
que lhe restaram. Discou o número do celular de Minnie.
─
Tia?
─
Sim, querida? Pensou direito? Quer que eu vá buscá-la?
─
Só queria que soubesse que eu amo você.
─
Oh! Eu também te amo. Houve algo?
─
Grady me odeia e quer me matar. Estou… indo.
─
Não pode! Não faça isso, Leah. Não saia das terras do bando. Onde você está?
─
Na via 075.
─
Não saia de Makah, Leah! – Minnie rosnou parecendo preocupada, mas Leah não lhe
deu ouvidos.
─
Eu preciso. Por todas nós. Amo você.
E
sem dar uma oportunidade para Minnie retrucar, desligou o celular. Sabia que não
havia sido clara e que sua tia estaria meio louca agora, ainda mais quando
soubesse que mentiu a via por onde estava, mas pelo menos pôde dizer adeus. Pelo menos isso.
Pensou
em ligar para Grady e revelar que o amava antes de morrer, o que provavelmente
aconteceria assim que entrasse nas terras de outros shifters, em busca das
terras dos Lorne, mas o que restou de seu orgulho a impediu e ela seguiu na via
109, acelerando o máximo que o jipe aguentava.
Se não posso salvar a
mim mesma, então pelo menos posso tentar salvar aquelas pobres meninas.
O
pensamento altruísta acalmou seu coração agitado e manteve sua mente
trabalhando.
Continua!
Hey, o que acharam?
Espero que tenham
gostado =3 até amanhã!
Ai, deuses, estou super ansiosa pra saber o que vai acontecer agora :/
ResponderExcluirXoXo J.
kkkkkkkk o que será que vai acontecer? xD
ExcluirObrigada por ler e comentar <3