Capítulo 28 – Falta
Como
será que o bando Harris reagirá à partida de Leah? Boa leitura!
Falta
Grady
viu que Leah pensou errado, quando ela correu dele. Ele tentou pará-la, a
seguindo até perto da rodovia. Ela não parou, pelo contrário, foi cada vez mais
rápido em seu carro.
Ele
teve que acreditar que se parasse, ela voltaria, porque afinal, ela era parte
de seu bando e era temporada de acasalamento. Grady não quis admitir que
provavelmente foi idiota de sua parte, voltar com Yon e Grady para o bar.
Não
voltou à forma humana de primeira. Preferiu correr pela clareira antes disso,
na área desocupada e foi o que fez pelo longo de cinco horas. Sim, deve ser suficiente. Ele admitiu em
sua mente e voltou para o bar, enfim, lembrando-se de Megan.
A
mulher estava muito irritada quando ele entrou em seu apartamento, dizendo
qualquer coisa sobre Leah ter estado lá e como ela era sem sal. Grady deu-lhe
um rosnado feroz e cansado e a mulher calou-se, esperando o que ele tinha a
dizer.
─
Megan, eu…
─
O quê? Você sabe que foi idiotice, né? Quer dizer, ela é bonitinha, mas eu sou
uma diva! Então não me olha desse jeito, eu já ouvi o suficiente de Glenda. Você
não vai me deixar, né? Eu sou tão melhor! Porque você iria?
─
Eu nunca estive realmente com você, mulher. – Grady respondeu, sentando-se no
sofá, cansado e observando a mulher a alguns passos dele, em pé com uma roupa
de coro meio sexual, andar de um lado a outro. – Eu te devo a minha vida, mas
Leah é minha companheira agora.
─
Espera, o quê? – Megan estava incrédula e era óbvio. – Como assim “companheira”
?
─
Companheira do tipo, a mordi e não me arrependo.
─
Mas… mas! Eu vou desafiá-la!
─
Eu te mato antes que tente. – Grady rosnou se erguendo. A mulher parou
abruptamente o encarando tristemente.
─
Pode não funcionar.
─
Funcionou. Eu amo Leah, Megan.
─
Ama?
─
Amo. – Ele repetiu se sentindo mais leve. – Não achei que amaria uma garota
humana nunca, mas eu a amo. Lembre-se que ela é uma nexo e sobrinha de Omar. Você
não vai desafiá-la e nem fazer-lhe qualquer mal.
A
porta abriu-se abruptamente revelando Yon meio ofegante. Ele ainda respirou
fundo algumas vezes antes de finalmente fixar o olhar em Grady.
─
Ela não vai precisar. Debbie me ligou faz alguns minutos e disse que Leah foi
tentar ganhar tempo para as nexos. É verdade. Elas estão com os Lorne, na
residência principal. Me parece que com Leah lá, Lara finalmente consegue
ouvi-las. Bem, quase todas. Debbie também pode senti-las. O bando está sendo
convocado. Vocês dois se resolvam depois e… Grady? Seu pai está furioso.
─
Ele já sabe?
─
Ficou sabendo. Furo meu, foi mal.
─
Omar?
─
Está além de furioso. Minnie disse-lhe que você deixou Leah sozinha em casa,
depois de mordê-la e você conhece o homem. Vamos, cara. E Megan.
Grady
ia levantar-se, mas parou abruptamente quando uma visão invadiu seus olhos. Ele
não mexeu-se com medo de que a imagem se dissipasse.
Leah estava belamente
vestida com um vestido renascentista* enquanto caminhava levando duas taças de
vinho para a sala. Ela não parecia a Leah de sempre. Tinha os cabelos bem
longos, cacheados e com uma trança no alto, como se fosse uma diadema.
Ela entregou o vinho
para o homem mais velho primeiro e em seguida para o mais jovem, que puxou-a
pelo braço a ponto dela choramingar com a dor. Ele não era Lorne ou seu pai,
mas lembrava-os vagamente.
─ Elas estão prontas?
─ Elas não precisam
fazer isso. Você pode soltá-las. – A mulher com aparência de Leah disse
rapidamente e de forma urgente. – Elas são nexos, são frágeis e é um crime
imperdoável fazer-lhes isso. Solte-as, por favor. Vamos todos morrer.
O tapa foi alto e ecoou
por toda a sala. A mulher caiu no chão com a força do impacto, mas não foi isso
que tomou a atenção de Grady. O mais velho convulsionava e tossia sangue.
─ O qu… O que você botou
na bebida, sua vadia?
─ …
A
visão parou e Grady desejou voltar à ela. Ele só precisava de mais um segundo
de milésimo para definitivamente começar a entender o que foi aquilo. Ele ouviu
Yon chamando-o insistentemente e finalmente levantou-se sabendo que precisava
ir logo.
[…]
─
Por que demoraram tanto? – Kane rosnou palitando os dentes?
─
Grady enrolou. – Megan disse, tocando-lhe os ombros e Grady afastou-se. Era incômodo.
Não eram as mãos dela que ele queria. Grady queria Leah, apenas o toque dela o
faria sentir-se bem.
─
Lara. Eu… vi uma coisa esquisita.
─
A cena do envenenamento? – Sunshine perguntou à Grady fazendo uma massagem nas
próprias têmporas. Grady assentiu. – Todas vimos. O que acha que era?
─
Não sei. Deve ser século XIX. A roupa não era tão tradicional. – Jessica começou,
folheando dois livros ao mesmo tempo. – Suponho que entre 1909 e 1912. Foi mais
ou menos por aí que houve uma guerra shifter pelo controle e direitos das nexo.
─
Sim, muitas morreram brutalmente. Foi quando decidimos que perde-las era muito
perigoso. Elas tentaram tomar o poder dos alphas também. – Chloe esclareceu para
os mais jovens. – Não era possível. Elas tem a persuasão, não a força de um
alpha para comandar.
─
E no que esse papo todo ajuda Leah? – Grady cortou a conversa. – Sei o que vi,
mas não no que isso vai ajuda-la. Quem a mandou lá?
─
Ninguém. – Debbie respondeu levantando-se. – Ela teve essa ideia faz alguns
dias, mas pensei que ia esperar o fim da temporada de acasalamento, afinal,
duvido que eles vão machucar as nexos agora.
─
Eu não estou vendo me responderem. – Grady forçou num rosnado. – Ela não pode
ficar lá. É quase indefesa.
─
Foi escolha dela. Que pena. – Eve respondeu com uma risada.
─
Ela não vai ficar lá. – Omar respondeu o fuzilando com o olhar. – Também estou
preocupado, mas mais tranquilo que ela se tornou o alvo. Leah é imprevisível e
perigosa. Não é uma shifter fraca, apesar de não ser uma loba completa.
─
Então vamos sentar e jogar cartas? – Rave argumentou sem parecer aceitar muito
bem. – Eu não gosto dessa ideia.
─
Não, filho. – Elroy respondeu duramente. – Quero quatro dos dez executores
aqui. Precisamos que protejam a reserva. Os mais jovens ficam e as meninas
também. Precisamos de vocês protegendo as terras do bando de ataques externos. Se
formos em grupo muito grande, suspeitarão na hora.
─
Os outros executores virão conosco. Todos os Harris, menos Braden e Brand. Vocês
ficarão cuidando da reserva como voz alpha. Nós iremos lutar ao amanhecer, sem
chance de clemência ou retorno.
Os
membros do bando começaram a mover-se pela casa. Megan andou lentamente até
Grady e parou a alguns passos dele, dando-lhe o espaço que ele queria.
─
Não se precipite, Grady. – Megan sussurrou. – Eu te conheço, mas ela o faz? Quem
te garante que ela te ama também?
─
Está acabado. Pode ficar com os presentes que eu te dei.
─
Não quero os presentes, Grady. Quero você, só você. Caramba! Nós somos bons
juntos. Se você queria acasalar…
─
Leah é a minha companheira. – Grady ouviu o rosnado de Omar não tão longe e não
se importou. – E eu não quero nenhuma outra.
─
Eu seria uma boa companheira, Grady. E eu te conheço.
─
Leah vai conhecer.
─
Tenho certeza disso, mas ela vai te amar? Quem te garante que você não está só
se afundando em sofrimento?
─
Eu não preciso de garantia. Não comprei nada.
E
embora ele dissesse isso, ele não tinha certeza. No fundo, Grady estava mais
preocupado em tê-la bem, mesmo que longe dele, do que tê-la machucada longe
dele. Ele sabia que não havia volta e não estava se arrependendo. Era bom,
finalmente, ceder aos seus sentimentos. Grady estava aliviado. Ele jogou-se no
sofá, sentindo-se cansado. Queria que Leah não tivesse tomado aquela atitude
precipitada, mas ela o fez. Tudo o que ele podia fazer era confiar nela. Confiar.
Omar
caminhou a passos duros para Grady e sem dar-lhe qualquer chance de
levantar-se, sentou-se ao seu lado e suspirou, antes de começar a falar:
─
Se machucá-la, fazê-la chorar ou humilhá-la, eu o mato e deixo Minnie fazer
crochê com suas bolas.
─
Entendido. – Grady riu levemente. – E acredite. Não quero fazer nada disso com
Lee.
─
Leah. – Omar o corrigiu num suspiro. – Ou Lee, tanto faz agora para ser sincero.
Você a ama?
─
Como jamais pensei que amaria alguém.
─
Ótimo. Acha que ela ficará muito chateada?
─
Eu espero sinceramente que não.
Omar
pareceu querer dizer algo ainda, mas ele não disse. Levantou-se e saiu pela
porta. Iam sair dentro de 40 minutos e ele devia querer despedir-se de Minnie. Grady
desejou mais uma vez que Leah estivesse lá para que ele pudesse despedir-se,
beijá-la e prometer que voltaria.
Mas ela não está. Bom,
pelo menos ela está bem. Eu acho. Ele pensou meio
temeroso e viu quando o pai fez um sinal para que se aproximasse. Era hora dos
conselhos e de descobrir a formação que usariam na batalha.
Continua!
Oh yeah! Espero que
tenham gostado =D
Eu planejei por um
pouco sobre a Leah, mas ele ficaria muito grande, então preferi deixá-las
aguardando até amanhã haha
Espero que tenham
gostado *-* beijinhos!
Amei!
ResponderExcluirObrigada *-*
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