Capítulo
43 – A culpa é da bruxa
Um
rosnado alto foi ouvido enquanto Leah colocava a calça jeans. Ela tinha tomado
uma ducha rápida e Grady já saia do banheiro parecendo alarmado. Ela jogou em
si mesma a blusa e fechou o zíper da calça.
Grady
não se preocupou em vestir muita coisa. Jogou a blusa por cima de si mesmo e
vestiu uma calça as pressas, pegando um par de coturnos e os empurrando nos
braços de Leah.
─ Vamos! – Brand apressou-os da sala. – Pelo jeito
os rapazes do Lorne já estão aqui.
─
Não entendo. O que eles querem aqui? – Leah questionou Grady enquanto saiam da
casa e entrava na van.
Ela
não precisou olhar muito para perceber que lá fora uma briga já se desenrolava.
Ouviu o rugido muito alto de Grady, enquanto parte dele se transformava em
lobo.
Garras
cresciam nas mãos e pés dele e Grady não conteve sua transformação até que
alcançou o ponto que queria. Não ia ficar totalmente lobo, estava emotivo o
suficiente para não conseguir voltar.
Sentiu
os pelos nas pernas apertarem a vestimenta e seus braços estavam iguais e pulou
no lobo. Ele não era um filhote, mas não estava em forma. O jogou duas vezes no
chão, antes que ele conseguisse acertá-lo com as garras e marcasse seu peito
com um ferimento parcialmente fundo.
Rosnou
alto quando sentiu o sangue molhar a camiseta de cor clara, agora, inútil e
girou o lobo, jogando-o contra o poste próximo da casa. Ouviu passos trotando e
soube que mais deles estavam vindo.
Preciso tirá-la daqui. Ele
pensou preocupadamente enquanto entrava na van. Brand não demorou a tomar o
lugar de motorista. Braden foi o ultimo a entrar. Ele xingou, chutando um dos
lobos e fechou a porta com força ao mesmo tempo que Brand saia da frente da
casa cantando pneu.
─
O que diabos está acontecendo? – Leah questionou-o sem dar-lhe mais tempo para
pensar. – Por que me colocou aqui dentro? Eu podia ajudar!
─
Teria piorado tudo. – Grady respondeu-lhe rasgando a blusa e limpando o
ferimento quase sarado com o pano. – Eu ia ficar preocupado e aquilo foi
distração.
─
Distração? Como assim? – Ela questionou-o e ele suspirou, passando um braço
pela cintura torneada dela. Queria senti-la próxima, sentir que ela estava
segura e que os dois ficariam bem.
─
Querido? – Leah o chamou percebendo que algo não ia bem com ele. – Grady que
merda houve naquela reunião?
─
Não foi a reunião. – Braden a respondeu hesitante e sentou no bando à frente
deles. – Foi mamãe.
─
O que aquela víbora fez?
─
Ela mandou atacarem Shannon. Nós descobrimos que iam atacar vocês também e que
ela tinha mandado matar Grady. – Leah sentiu o ar faltar ligeiramente ao ouvir
as palavras do mais novo dos Harris.
─
Amor, respire.
Ela
assentiu afirmativamente esperando que Braden ou Grady continuassem, no entanto
foi Brand que falou quando o silencio recaiu no veículo:
─
Minha tia estava alegrinha até tio Elroy desrespeitar a tradição e aceitar que
Grady continuasse como alpha do bando.
─
Eu não pedi isso a ele. – Grady rosnou e seu braço tornou-se tenso na cintura
de Leah, quase a machucando. Ela fez-lhe um carinho no braço e ele aliviou o
aperto, finalmente percebendo a força que estava fazendo. – Eu disse que abria
mão de tudo.
─
Não é sua culpa, primo. – Brand disse com ternura. – O mais importante nós
conseguimos fazer que foi avisar você e pegar os dois. Você matou aquele lobo?
─
Não. – A voz de Grady era um rosnado fraco. Ele já estava mais calmo. O cheiro
de Leah o deixava mais tranquilo, ouvir o coração dela batendo também ajudava. Era
a melodia que ele nunca se cansaria. Se dependesse dele, o coração dela sempre
bateria com vigor. – Mas eu o deixei bem machucado e ele provavelmente
desmaiou. Eu o joguei no poste com tudo. O ferro entortou.
─
Certo. Bom. Não precisamos de mais merda do bando Lorne agora.
─
Mais merda? – Leah pegou o fato na conversa deles. Nenhum dos três falou por um
longo meio minuto, até que Grady puxou o queixo dela para olhar para ele. Ele não
tirou a mão do rosto dela, pelo contrário, fez um carinho na bochecha dela e
ficou feliz com o pequeno sorriso que ela lhe deu, apreciando a carícia.
─
O bando Lorne tentou conseguir uma parte do território e um casamento. Negamos os
dois. Não queremos que eles tenham qualquer relação com nosso bando e eles
queriam entrar nas nossas terras. Lorne filho foi muito claro ao dizer que você
os roubou quando libertou aquelas pobre nexos. Meu pai foi irredutível. O conselho
dos shifters nos deu alguma merda porque invadimos as terras deles, mas não ficou
feio para nós. Seu pai vai tinha que dar umas explicações, mas ele não compareceu
e desde lá está desaparecido.
─
Acha que o meu meio-irmão fez algo? Tipo, matar?
─
É exatamente o que achamos, Leah. – Brand a respondeu estacionando.
A
porta abriu-se quase abruptamente e Anton entrou com a esposa, trazendo uma
mochila. Ele jogou a mochila nos pés da segunda fileira de bancos e sentou ali,
Shannon se encostou nele parecendo amedrontada quando cumprimentou Leah. Von
também subiu com Debbie e Rave.
─
Todos bem? – Rave perguntou à guisa de cumprimento enquanto Von assumia a
direção do carro e Brand sentava no passageiro.
─
Só de mau humor. – Grady o deixou saber e beijou Leah. O pouco contato e o
cheiro dos irmãos tinha deixado o dela mais fraco, seu lobo queria senti-la
mais perto, mas de jeito nenhum ele estaria fazendo mais do que beijá-la na
frente de seus irmãos.
─
Certo, hum… vocês demoraram. Pegaram alguns lobos no caminho?
─
Eles tomaram banho ainda. – Braden informou o irmão. – Quando estávamos saindo
dois lobos medianos estavam a espera. Chegaram mais três, nós lutamos
rapidamente e viemos o mais rápido que deu. E vocês? Problemas?
─
Vieram dois felinos atrás da Shannon, mas conseguimos a reaver a tempo. – Leah percebeu
que Brand ficou duro com a declaração e ela queria entender porque ele parecia
tão irritado.
─
A tempo de quê? – Perguntou olhando de Shannon e Anton para Brand e de volta.
─
Ela ia ser usada como incubadora. Ideia adorável da minha mãe. – Anton respondeu
num rosnado. – Ainda não acredito que ela pensou que isso…
─
Tudo bem, querido. – Shannon disse e não parecia tudo bem. Leah percebeu isso
sem esforço, mas não disse mais nada. – Estou aqui, não há mais dor. Tudo em
seu devido lugar, certo?
─
Hum. Certo. – Anton rosnou amavelmente e deu um beijo na testa de Shannon, Leah
sentiu quando Grady se virou levemente e aceitou a sugestão, encostando-se ao
peito do namorado.
─
Então… supondo que Juanito esteja morto, que fazemos?
─
Juanito? – Brand perguntou a encarando. Leah assentiu afirmativamente e ele
pensou por um momento. – Esse é o nome do seu pai?
─
Foi assim que uma mulher o chamou.
─
Você nunca me falou muito sobre o que houve na casa do seu pai.
─
Podemos deixar isso para depois? – Grady não pareceu gostar da resposta dela,
mas não se sentia à vontade para falar sobre isso e havia mais que queria
saber.
Ele
não havia dito muito sobre a reunião e ela estava mais do que curiosa para
saber o que houve lá que transformou seu fim de noite tão bruscamente. Tomou algumas
respirações esperando alguém retomar o assunto, mas ninguém falou novamente e
ela decidiu perguntar de uma vez.
─
Então… sua mãe simplesmente não quer a gente vivo? É isso?
─
Ela quer Grady morto e você bem longe das nossas terras. Com cinco nexos e uma
do seu padrão, é um enfraquecimento para o poder do alpha, no caso, Anton.
─
Como se eu quisesse saber dessa merda de ser alpha. – Anton resmungou baixinho.
─
Nenhum de nós quer. – Grady a deixou saber. – Eve tem sido uma merda ainda pior
desde que assumi o bando. Meu pai queria eu por eu ser o mais velho. É meu
direito como filho do alpha, eu nunca me importei, para ser sincero.
─
E a mulher simplesmente surtou?
─
É. Não é como se ela não fosse meio surtada. – Von respondeu dando-lhe uma
olhadela e um sorriso de lado. Ele voltou o olhar para a pista e Leah percebeu
que estavam saindo de Makah. – Minha mãe era meio presunçosa sobre estar
gerando e criando o próximo alpha. Quando a mãe do Grady o deixou aqui, isso
caiu por terra.
─
Não é um casamento com amor, sabe? – Rave deixou-a saber e não era necessário
realmente.
Eve não ama o marido e
eu não sei se discordo dela. Mas precisava ferrar com a vida de todo mundo? A culpa tem que ser da bruxa mesmo. Leah pensou quase
maldosamente e se arrependeu em seguida. Elroy devia estar mal com isso e seu coração
doeu por ele.
─
Sei. Mas… depois de tantos anos? Deve haver algo.
─
Não há e se havia, não vai haver por muito mais tempo. – Rave a respondeu
parecendo duro em sua conclusão. – Mamãe traiu o bando quando atacou vocês dois,
nós já avisamos aos executores e eles já tem ela sob custódia.
─
Custódia? – Leah estranhou o termo e viu que até mesmo Shannon estava atenta à
conversa.
─
Mamãe está numa das jaulas enquanto papai estará na casa para onde estamos
indo.
─
E para onde estamos indo? – Ela perguntou olhando para Von diretamente. – Nós saímos
de Makah.
─
Bartrock. – Grady respondeu-a. – Temos residência lá, alguns dos bandos vieram
de lá. As famílias mais antigas. É por isso que Debbie está conosco. Ela é
protegida da casa para onde estamos indo.
─
Porque tivemos que sair de Makah?
─
Não sabemos a dimensão dos problemas que mamãe nos arrumou, então precisamos
tirar todos os pontos de batalha válidos de circulação. – Rave a respondeu
antes que Grady pudesse e sorriu amarelo pro irmão. – O conselho será avisado
de manhã e acho que em uma semana podemos estar de volta.
─
E se não pudermos? E se os problemas ainda estiverem lá, o que acontece?
O
silencio caiu sobre o veículo e Leah entendeu o que eles não estavam lhe
dizendo. Eles lutariam. Mas eles lutariam
até a morte? Ela não quis perguntar. Entendeu as ações de Grady. Ele a
estava segurando tão apertado que não poderia ignorar e soube a resposta. Sim. Mas se ele tiver que lutar, eu lutarei
ao seu lado. Decidiu e abraçou-o também, descansando suas mãos em cima das
dele.
Grady
soube que ela entendia quando sentiu as mãos dela descansando contra as suas. Ele
sentiu em seu âmago que ela o acompanharia até o inferno se ele pedisse. Duvidava
muito que ela ficaria em casa, longe do perigo. Ele a conhecia melhor para
saber que Leah estaria com ele na luta, ele querendo ou não.
Ele
não conseguiu ignorar o orgulho dela estar com ele tão profundamente. O relacionamento
era novo e ele não podia negar que não queria mais viver sem ela. A vida que
ela dera-lhe era a melhor coisa que ele ganhou em todos esses anos de missões
para o bando, de corridas e sexo desenfreado.
Nem
mesmo Megan deu-lhe a sensação de lar que ele sentiu quando a viu pela primeira
vez, encurralada. Grady soube naquele momento e negou até não conseguir mais. E
ele não estava se arrependendo. Nem por um segundo.
Beijou
o topo da cabeça dela e sussurrou contra o ouvido dela:
─
Durma, amor. Vai demorar um pouco a chegarmos e você precisa descansar.
Leah
não entendeu porque precisava descansar. Ela estava bem e tinha tantas perguntas,
mas o sono chegou conforme o carro ia balançando e Grady ia a embalando e
ninando até que seus olhos fecharam-se pesadamente e ela não viu quando
estacionaram.
Grady
a observou ressonar enquanto a levava em seu colo para dentro. A prima de
Debbie mostrou-lhe um quarto aconchegante e ele depositou a mulher que amava
jurando que ela jamais estaria machucada novamente.
Eu vou te proteger. Você
é minha e eu não vou deixá-la se machucar de nenhuma maneira. Ele
prometeu-se e estava sério nisso. Grady nunca quebrou uma promessa antes.
Continua!
OMG! Será que uma
Guerra se aproxima? Uma luta entre bandos? Ou mais que isso? E Eve? O que o
conselho interno do bando decidirá? O que o conselho dos shifters fará quando
descobrir toda essa bagunça?
Vejo vocês amanhã =3
beijinhos ^^~
Nossa!
ResponderExcluirObrigado xD
ExcluirAté que enfim,eu amo a Leah e já passou da hora dela mostrar que ela é uma loba de raça e gigante, e que fica maior a cada dia, mostrar que é forte e que ninguém pode coma unica loba Quileute mesmo tendo pais diferente amooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
ResponderExcluirMuahahaha obrigada :v
ExcluirLeah merece tanta coisa boa, mas infelizmente a Stephenie não aproveitou a maravilhosa personagem que criou </3
Obrigada por ler e comentar ^^~