sábado, 26 de setembro de 2015

[Lua Cheia] Capítulo 52 - Família é família

Capítulo 52 – Família é família

Quando entraram no carro, foi um alívio. Dessa vez com a adição de Sue e Elroy. Leah fechou os olhos, encostada em Grady e pronta para dormir. Era de noite, melhor horário para voltarem para casa.
Anton também estava lá com Shannon muito mais calma do que quando se conheceram. Debbie e Rave discutiam em voz baixa sobre o relacionamento dela e Von dirigia. Braden parecia muito entretido em seu celular para sequer conversar ou se meter na discussão que se desenrolava entre Debbie e Rave.
‒ Olha só quem está falando! Logo o cara que fica fugindo das ligações do dia seguinte!
‒ Estamos falando de você, não de mim!
‒ Oras! – Debbie disse dando-se por vencida. – Tudo bem, Parker é um bundão e você é um maricas por fugir das meninas que se apaixonam por você e seus… atributos. – Ela disse rindo e balançando a cabeça.
‒ E eu achando que ele era o único decente. – Leah riu no fundo da caminhonete.
‒ Eu sou o único decente! – Grady disse ganhando vários “nãos” dos irmãos. – Eles estão com inveja do papai aqui.
‒ Claro, claro, né irmão? – Braden disse saindo de seu celular e o jogando no chão. – Humildade mandou um “oi” lá do Alasca.
‒ Engraçadinho! – Grady disse dando-lhe um olhar sujo e depois rindo. – Quem era?
‒ Nada. Digo, ninguém.
‒ Hum… ‒ Os irmãos disseram em tom de brincadeira e Grady beijou a testa de Leah.
‒ Durma, querida.
‒ Eu não estou com sono. – Ela disse fechando os olhos e sentindo o sono muito próximo, sendo ajudada pelo balançar do carro e pela mão quente de Grady que passava por suas costas, subindo e descendo, numa carícia muito gostosa.
[…]
Eles não voltaram imediatamente para casa. Ao passar lá em frente, foi decepcionante para Leah ver que parte das paredes haviam sido depredadas e estavam quebradas. A casa parecia um cenário desses filmes de terror em cidades abandonadas.
Eles desceram para contabilizar o que havia sido destruído pelos lobos do lado de Eve. Estava tudo destruído e em ruína. Havia tanto entulho que nem conseguiam pisar direito. Leah olhou para a casa com pesar, ela amava aquele lugar porque a lembrava de sua infância. Agora não havia nada que pudesse ser aproveitado.
‒ Eu assumo os gastos. – Elroy disse atrás dela, conforme Leah olhava de um lado para o outro. – É minha responsabilidade tudo isto.
‒ Pai pode nos deixar a sós? Por favor?
‒ Claro. – Elroy se retirou do local, deixando-os a sós. Os outros falavam baixo e Leah não conseguia discernir o que era dito. Mas pelo tom dos múrmuros, não poderia ser coisa boa.
‒ Amor?
‒ Sim?
‒ Não se preocupe. Vamos fixar as coisas rapidamente.
‒ Não estou preocupada com isto.
‒ Não?
‒ Não.
‒ Então, com o quê?
‒ Só estava me lembrando que eu amava esta casa porque me lembra da minha infância. Nada demais.
‒ Parece preocupada.
‒ Estava pensando sobre o que aconteceu mais cedo, no banheiro da Debbie.
‒ Isso vai acontecer algumas vezes se você se exceder por muito tempo. Stress, preocupação, raiva… esse tipo de sentimentos.
‒ Ciúme? – Ela perguntou sorrindo e ele gargalhou.
‒ É, esse também.
‒ Vamos! – Brad gritou lá de fora e parecia impaciente. – Tenho mais que fazer!
Grady deu-lhe um sorriso pequeno e a guiou para fora, tendo certeza de que ela não cairia ou se machucaria nos entulhos.
Eles voltaram a entrar no carro e passaram na casa de Brad. Ele saiu minutos depois com uma mochila nas costas e subiu no carro novamente. Todos indo em direção à casa do alpha.
‒ Por que estamos indo para a casa do seu pai? – Leah questionou Grady baixinho, mas foi Elroy quem a respondeu:
‒ Ainda há ameaças, mas não é um sinal vermelho. Todos ficaremos na minha casa até segunda ordem.
‒ Sinal vermelho? – Ela o questionou e Shannon completou:
‒ Vocês tem sinais de cores? Pensei que só os gatos faziam isso.
‒ É uma ordem shifter. Todo bando ou matilha deve ter. – Braden respondeu ganhando Rave bagunçando seu cabelo. – Ei!
‒ Fez o dever de casa, ein pirralho?
‒ Para, pô! Ah meu cabelo!
Leah gargalhou observando o mais jovem tentar arrumar o estrago, enquanto Rave fixava os olhos nela. Azuis que pareciam como um mar congelado, a deixou arrepiada por eles não serem do tipo convidativos.
‒ Vai assustá-la com esse olhar de psicopata, Rave. – Grady brincou.
‒ Ei! Eu tenho o melhor par de olhos, chorem babacas. Leah, sinal vermelho quer dizer sinal de maior importância. Acima dele só há um para nós e para você, é o sinal preto. Emitido para todo membro da família alpha.
‒ Eu não sou parte da família alpha.
‒ Agora é. – Von disse entrando na propriedade de Elroy. – Sua mãe e meu pai estão juntos, você e seu irmão estão sob nossa proteção a partir de agora.
‒ E não vamos esquecer que ela e Grady são um casal. – Debbie disse o óbvio.
‒ Mesmo assim, ‒ Leah retrucou ‒ pensei que estava tudo resolvido.
‒ Eve não chegou na casa do pai. Nossos lobos responsáveis por levá-la apareceram mortos. ‒ Brand a informou. – Vamos fazer o velório deles amanhã a noite e na noite seguinte é a sua cerimônia de iniciação. Está pronta?
‒ Cerimônia? – Leah suprimiu um gemido de desagrado. Odiou a cerimônia do bando de Sam/Jacob, mas pelo menos não estava sozinha como dessa vez.
‒ Yep. – Debbie disse sorrindo.
Eles desceram do carro e foram atribuídos a quartos no andar de cima, onde era mais seguro. O quarto deles ficava perto do quarto de Elroy e ela ouviu quando ele disse que chamaria as meninas para morar lá de agora em diante. Sue não fez objeção.
Leah olhou para Grady desejando saber quando poderiam subir e dormir, mas parecia que eles estavam mais preocupados em comer primeiro. Ela e Debbie ficaram na cozinha por longos 20 minutos, antes que os sanduíches começassem a ser servidos com Coca-Cola.
Eles comeram rapidamente. As conversas na mesa eram baixas e descontraídas, disfarçando o clima pesado de uma possível guerra por vir. A porta abriu-se e três das quatro filhas de Elroy entraram na casa. Elas sentaram-se na mesa com eles enquanto Rave ia buscar mais copos.
‒ Vocês estão com fome? – Ele gritou da cozinha.
‒ Comemos antes de vir. – Chloe o deixou saber. – Pai, mamãe está na casa do nosso avô e Sunshine está com Seth.
‒ Seth? – Elroy perguntou por fora dos acontecimentos recentes.
‒ Yep. – Tiffany disse recebendo o copo com animação. – Tá batizado?
‒ “Pingunça” ‒ Rave brincou indo buscar uma vodca no bar.
‒ Eles têm se encontrado nos últimos tempos, pai. – Jessica esclareceu sem entrar em detalhes.
‒ Vão se casar. – Tiffany disse subitamente.
‒ O quê? – Elroy perguntou olhando suas filhas com curiosidade.
‒ Vão se casar. – Tiffany repetiu.
‒ Por que não me disse, querida? – Elroy perguntou para Sue, mas ela também parecia surpresa.
‒ Eu também não sabia. Você sabia disso, Lee?
‒ Ouvi Sunshine dizer algo sobre isso, quando ficou conosco. Não foi, Grady?
‒ Acho que sim.
‒ Seth pediu quando foi atacado por Erick. – Von disse baixo. – Ela aceitou.
‒ Meu bebê… se casando… ‒ Elroy disse com nostalgia fazendo as meninas rirem.
‒ Pai! – Jessica o repreendeu de mentirinha.
‒ Seu bebê? Meu bebê…
‒ Mãe não começa com o drama. – Leah a advertiu antes que Sue começasse.
‒ Ele tinha só dois anos outro dia atrás!
‒ Sua bebida! – Rave entregou e ficou sério. – Kane me ligou. Eles pegaram um rastro dos lobos e mandou quatro atrás deles, junto com Klax. Ele está vindo para cá, descansar.
‒ Eles ainda estão na cidade? – Leah perguntou à Grady.
‒ Sim. – Ele respondeu. – Pai, isso não seria uma tática para mascarar Eve?
‒ Estou supondo que sim, meu filho. O que me leva a perguntar: o que vocês tem?
‒ Estamos sérios. – Grady respondeu sem hesitar.
‒ Certo. Hum… Anton?
‒ Sim?
‒ Ela está grávida?
‒ Não. Nós tomamos o cuidado que pediu, pai.
‒ Isso é constrangedor. – Shannon reclamou ganhando um beijo na bochecha dado pelo marido.
‒ Você se acostuma. – Rave gracejou. – E não, pai, eu não marquei Tina, se é o que ia perguntar.
‒ Eu ia. – Elroy disse lhe dirigindo um sorriso sarcástico. – Como foi?
‒ Pai! – O mais velho riu antes de dirigir-se ao seu mais novo, entretido numa conversa no celular.
‒ Braden?
‒ Sim? – Ele perguntou deixando o celular na mesa. Quase no mesmo instante, o aparelho vibrou.
‒ Como foi o seu calor?
‒ Felizmente acabou, pai.
‒ Está arrependido?
‒ Não.
‒ Então passará outro verão sem uma garota, entendeu?
‒ Fiz o que fiz por bem.
‒ Causou uma grande dor de cabeça.
‒ Elas não querem se casar, pensei que respeitávamos a decisão uns dos outros.
‒ Sim, mas você fez o pai dela vir até mim reclamar sobre como meu filho não sabe manter o próprio pênis dentro das calças.
‒ Eu sei.
‒ Eu sei que sabe.
‒ Então por que está me atormentando com isso? Elas não querem se casar e me pediram um favor. Cumpri minha parte no combinado.
‒ Precisa se retratar com o pai delas.
‒ Não.
‒ Certo, então a menos que encontre uma companheira, não poderá passar seu calor com uma mulher. Fui claro?
‒ Tanto quanto da ultima vez.
‒ Braden, por que simplesmente não diz que sente muito?
‒ Por que eu deveria sentir? Eu não o faço, pai.
‒ O que ele fez? – Grady questionou curioso.
‒ Foi se encontrar com as gêmeas de Dix. Ele está irritado com o fato de que as meninas vão se casar e tiveram sexo com Braden pouco antes do calor do acasalamento. Os noivos também não gostaram muito.
‒ Eu não fui incomodado por nenhum deles. – Braden disse ironicamente. – Só querem fazer barulho, pai.
‒ Que seja isso, não é direito você tomar duas noivas. Precisava disso, filho? Com tantas meninas no nosso bando e de outros, precisava se relacionar com duas comprometidas?
‒ Diabos, não foi um relacionamento. Elas achavam que se tivéssemos sexo, então os noivos desistiriam. A família vai maltratá-las, pai. Você sabe como são as coisas no bando do vovô. Elas não queriam ir.
‒ Isso é assunto delas com o pai delas, não seu ou meu. Lembre-se disso: respeitamos as famílias.
‒ Sim, mas eles não deveriam respeitar o que elas queriam?
‒ Filho… é complicado.
‒ Como pode ser complicado? Havia duas respostas: sim ou não. Elas disseram não, mas seu pai garantiu um sim. Vendeu as duas, é o que ele fez. Isso é errado! – Ele argumentou fervorosamente.
‒ Você também não estava certo no que fez. – Elroy disse sensatamente.
‒ Eu sei. – Braden disse encolhendo os ombros.
‒ Von? – O filho olhou para seu pai, enquanto o mesmo continuava: ‒ E Debbie? Parker já fez algo?
‒ Nada. – Von respondeu-lhe baixo. – O idiota nem mesmo deu-lhe uma ligação durante estas duas semanas.
‒ Debbie, honestamente acho que devia se afastar de Parker. – Elroy disse calmamente, ela dirigiu-lhe um sorriso pequeno.
‒ Eu sei, alpha.
‒ Então faça.
‒ Não posso. – Elroy dirigiu-lhe um olhar irritadiço. – Pelo menos não por enquanto.
‒ Hum. – Ele murmurou irritado e continuou, dirigindo seu olhar diretamente para Leah: ‒ Cuide do meu filho, Leah. Amanhã à noite estaremos velando os nossos perdidos e na noite seguinte será o fim da lua cheia, noite para o ritual de iniciação. Além da Leah, haverão mais duas meninas que encontramos. Uma de Makah e uma de Middle East.
‒ Elas vão fazer a ligação tripla? – Rave perguntou curioso. – Quase nunca temos uma ligação tripla.
‒ Sim, elas farão. – Elroy disse baixo e continuou: ‒ Estejam prontos para uma luta. É possível que tenhamos que lutar contra o bando Lorne outra vez.
‒ Por que? – Leah questionou, mas ninguém a respondeu.
‒ Vamos dormir. Meninos, há camisinhas em seus quartos. Protejam-se. – A ordem foi direta e Elroy olhou de Anton para Grady. – Estou falando sério.
[…]
‒ Muitos foram perdidos? – Leah questionou Grady enquanto ele destrancava a porta de seu quarto.
‒ Perdemos 4. Olha… este quarto é constrangedor. É onde eu costumava ficar quando Eve não estava e… bem… eu tinha 16.
‒ E daí?
‒ Toda a porcaria pornô ainda está aqui. Quer esperar até eu dar uma ajeitada?
‒ De jeito nenhum! – Leah riu. – Eu quero ter uma noção do Grady de 16 anos pervertido que você era!
‒ Oh droga! – Ele dramatizou rindo e abriu a porta.
Continua…
Nota da autora: Elroy é legal sendo um pai =D

Espero que tenham gostado!

2 comentários:

  1. Amei esse capítulo e estou curiosa para ver esse quarto rsrsr

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    1. Haha~ aposto que vai achar engraçado XD #ounão
      Obrigada por ler e comentar, beijinhos ^^~

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Se tem dúvidas, pode perguntas quantas vezes quiser e eu responderei assim que for possível~XOXO.