terça-feira, 6 de agosto de 2013

[1T - One Year Later] Cap. 5 - Dores de cabeça

Cap. 5 – Dores De Cabeça

Não fazia muito tempo desde que chegaram das compras. Ele levou tudo – a mando dela – para o quarto dela, e começou a ajudá-la a separar tudo. Era muita coisa mesmo.
– Nossa quanta coi… - olhou-a e com desespero, foi segurá-la, antes que essa desmaiasse de vez. – O que houve?
– Dor de cabeça. – ela disse antes de desmaiar.
Ele colocou-a na cama, e sentou-se, esperando que ela melhorasse…

[…]

Já era noite quando ela abriu os olhos. Viu-o, sentado na poltrona, de mal jeito, ressonando pesadamente, o ronco era cansado e baixo.
Ela notou as compras de um lado do quarto. Perto da onde saiam metade das pernas dele.
Levantou rápido, mas tornou a sentar-se, uma tontura a atingiu, como nos últimos meses.
Ainda precisava fazer os exames e descobrir o que causava isso, mas tinha medo do resultado.
Levantou, mais devagar e desceu. A casa estava deserta, como sempre. Preparou um lanche bem generoso para ele.
Jacob poderia ser chamado de tudo, menos de imprudente. E ele estava realmente cuidando dela.
E ela, sentia-se culpada pela tarde mau-dormida dele. O coitado, com certeza, estaria todo dolorido quando acordasse…
Chegou ao quarto, e finalmente reparou, que ele só estava de calças. As roupas jogadas na cadeira da escrivaninha.
Não conteve-se ao cheirar a blusa. Ela tinha um cheiro bom. Assim como ele.
Cutucou-o de leve, e ele resmungou algo, imperceptível.
– Já acordou? – perguntou, sentando-se.
– Agorinha a pouco. Desculpe, Jake. – ele sorriu e só então ela percebeu seu furo. – Jacob.
– Não. Chama de Jake, eu gosto. Soa mais natural. – ela sorriu, aceitando a ideia.
– Trouxe um lanche pra você. Deve estar morto de fome!
– Estou sim. E isso tem um cheiro bom! Não sabia que era boa de cozinha. – ele pegou a bandeja das mãos dela e sentou-se direito.
Na bandeja havia um suco de laranja natural, ao lado uma jarrinha. Para morder, numa tigela grande, danutts e do lado um molho meio rosado.
– Aonde vai? – perguntou, quando notou que ela se levantara.
– Preparar alguma coisa pra mim… estou com um pouco de… fome! – completou surpresa consigo mesma.
– Come comigo. Eu não como tanto assim… senta aqui e come. – esticou-se até a mesinha que tinha uma jarra e dois copos. Pegou apenas um e serviu com suco.
Ela sentou hesitante, ainda não se lembrava do que acontecera, antes de desmaiar.
– Que foi? – perguntou, um tempo depois. Quando percebeu que ela não comia nada.
– O que houve? Como desmaiei? – virou-se completamente para ele, olhando-o, sem reservas.
– Não sei. Estávamos conversando e então você parou de falar comigo. Quando te olhei você já estava quase…
– Desmaiada? – ele fez que sim com a cabeça.
– Já aconteceu antes? Sabe o que é isso? Me diz, por favor. – ela fugiu do olhar dele, mas ele levantou o queixo dela, forçando-a a olhá-lo.
– Não sei o que é e sim, tem acontecido desde que eu soube do Sam e da Emily. Há dois anos…
– E nunca foi no hospital?????? Vamos falar com o…
– Não! Eu não quero saber o que é. Tenho medo do resultado…
– Eu estou com você nessa! – ele disse e pegou as mãos dela, que pousavam no colo. – Estamos juntos por um ano, e eu vou te ajudar. Prometi e vou cumprir. – abraçou-a, deixando a bandeja na mesinha.
– Porque ta fazendo isso? – sussurrou e fechou os olhos, se entregando ao calor bom que emanava daqueles braços.
– Não sei. – sussurrou.
Passaram alguns segundos assim, até eles fixarem o olhar. A distancia diminuindo e diminuindo.
As respirações batiam respectivamente nos rostos e ela, fechou os olhos automaticamente.
Os lábios quase se encostavam quando um pequeno sôfrego de dor escapou dos lábios dela.
– Que foi? – ele preocupou-se outra vez.
Ela tinha o rosto retorcido, parecia agüentar muita dor.
– Tudo bem? – ele perguntou, acariciando, com o dedo indicador, a bochecha morena clara dela.
– Quase. – ela sussurrou, a respiração entrecortada pela dor.
– Vem. – ele puxou-a para perto dele e deitou-a em seu peito.
Logo as respirações, era o único som ouvido no quarto.
– Passou? – ele perguntou, mas não obteve resposta. Olhou para baixo e viu ela cochilando.
Calma e tranqüila, como na noite de ano novo.
Se atreveu a acariciar os cabelos macios e negros dela. Eles eram tão sedosos quanto pareciam.
Sorriu minimamente, sentindo o perfume dela. Estranhamente, seu coração parecia querer se conectar ao dela.
E ele não tinha vergonha de admitir que aquela aposta poderia resultar num romance mais avassalador do que ele gostaria.
E, inconscientemente, ansiava pelo sorriso mais sincero que aqueles lábios avermelhados pudessem lhe oferecer.
E, pensando nisso, acabou por adormecer também.

To be continued…

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