Cap. 5 – Dores De Cabeça
Não fazia muito
tempo desde que chegaram das compras. Ele levou tudo – a mando dela – para o
quarto dela, e começou a ajudá-la a separar tudo. Era muita coisa mesmo.
– Nossa quanta
coi… - olhou-a e com desespero, foi segurá-la, antes que essa desmaiasse de
vez. – O que houve?
– Dor de cabeça.
– ela disse antes de desmaiar.
Ele colocou-a na
cama, e sentou-se, esperando que ela melhorasse…
[…]
Já era noite
quando ela abriu os olhos. Viu-o, sentado na poltrona, de mal jeito, ressonando
pesadamente, o ronco era cansado e baixo.
Ela notou as
compras de um lado do quarto. Perto da onde saiam metade das pernas dele.
Levantou rápido,
mas tornou a sentar-se, uma tontura a atingiu, como nos últimos meses.
Ainda precisava
fazer os exames e descobrir o que causava isso, mas tinha medo do resultado.
Levantou, mais
devagar e desceu. A casa estava deserta, como sempre. Preparou um lanche bem
generoso para ele.
Jacob poderia
ser chamado de tudo, menos de imprudente. E ele estava realmente cuidando dela.
E ela, sentia-se
culpada pela tarde mau-dormida dele. O coitado, com certeza, estaria todo
dolorido quando acordasse…
Chegou ao
quarto, e finalmente reparou, que ele só estava de calças. As roupas jogadas na
cadeira da escrivaninha.
Não conteve-se
ao cheirar a blusa. Ela tinha um cheiro bom. Assim como ele.
Cutucou-o de
leve, e ele resmungou algo, imperceptível.
– Já acordou? –
perguntou, sentando-se.
– Agorinha a
pouco. Desculpe, Jake. – ele sorriu e só então ela percebeu seu furo. – Jacob.
– Não. Chama de
Jake, eu gosto. Soa mais natural. – ela sorriu, aceitando a ideia.
– Trouxe um
lanche pra você. Deve estar morto de fome!
– Estou sim. E
isso tem um cheiro bom! Não sabia que era boa de cozinha. – ele pegou a bandeja
das mãos dela e sentou-se direito.
Na bandeja havia
um suco de laranja natural, ao lado uma jarrinha. Para morder, numa tigela
grande, danutts e do lado um molho meio rosado.
– Aonde vai? –
perguntou, quando notou que ela se levantara.
– Preparar
alguma coisa pra mim… estou com um pouco de… fome! – completou surpresa consigo
mesma.
– Come comigo.
Eu não como tanto assim… senta aqui e come. – esticou-se até a mesinha que
tinha uma jarra e dois copos. Pegou apenas um e serviu com suco.
Ela sentou
hesitante, ainda não se lembrava do que acontecera, antes de desmaiar.
– Que foi? –
perguntou, um tempo depois. Quando percebeu que ela não comia nada.
– O que houve?
Como desmaiei? – virou-se completamente para ele, olhando-o, sem reservas.
– Não sei.
Estávamos conversando e então você parou de falar comigo. Quando te olhei você
já estava quase…
– Desmaiada? –
ele fez que sim com a cabeça.
– Já aconteceu
antes? Sabe o que é isso? Me diz, por favor. – ela fugiu do olhar dele, mas ele
levantou o queixo dela, forçando-a a olhá-lo.
– Não sei o que
é e sim, tem acontecido desde que eu soube do Sam e da Emily. Há dois anos…
– E nunca foi no
hospital?????? Vamos falar com o…
– Não! Eu não
quero saber o que é. Tenho medo do resultado…
– Eu estou com
você nessa! – ele disse e pegou as mãos dela, que pousavam no colo. – Estamos
juntos por um ano, e eu vou te ajudar. Prometi e vou cumprir. – abraçou-a,
deixando a bandeja na mesinha.
– Porque ta
fazendo isso? – sussurrou e fechou os olhos, se entregando ao calor bom que
emanava daqueles braços.
– Não sei. – sussurrou.
Passaram alguns
segundos assim, até eles fixarem o olhar. A distancia diminuindo e diminuindo.
As respirações
batiam respectivamente nos rostos e ela, fechou os olhos automaticamente.
Os lábios quase
se encostavam quando um pequeno sôfrego de dor escapou dos lábios dela.
– Que foi? – ele
preocupou-se outra vez.
Ela tinha o
rosto retorcido, parecia agüentar muita dor.
– Tudo bem? –
ele perguntou, acariciando, com o dedo indicador, a bochecha morena clara dela.
– Quase. – ela
sussurrou, a respiração entrecortada pela dor.
– Vem. – ele
puxou-a para perto dele e deitou-a em seu peito.
Logo as
respirações, era o único som ouvido no quarto.
– Passou? – ele
perguntou, mas não obteve resposta. Olhou para baixo e viu ela cochilando.
Calma e tranqüila,
como na noite de ano novo.
Se atreveu a
acariciar os cabelos macios e negros dela. Eles eram tão sedosos quanto
pareciam.
Sorriu
minimamente, sentindo o perfume dela. Estranhamente, seu coração parecia querer
se conectar ao dela.
E ele não tinha
vergonha de admitir que aquela aposta poderia resultar num romance mais
avassalador do que ele gostaria.
E,
inconscientemente, ansiava pelo sorriso mais sincero que aqueles lábios
avermelhados pudessem lhe oferecer.
E, pensando
nisso, acabou por adormecer também.
To be continued…
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