quinta-feira, 17 de julho de 2014

[3T - One Year Later] Capítulo 19 - ...Não deixa nada passar

Cap. 19 – …Não deixa nada passar

Harry (Filho mais velho da Leah e do Jake)
Olhei para Lilly tentando passar a mensagem. Eu falo, fica quieta. Ela negou com a cabeça abrindo a porta de casa e vimos tio Sam parar de conversar com o Juan – enquanto a Mada estava lá, toda linda prestando atenção na conversa com aquela carinha concentrada.
Que diabos eu tô pensando? Ah cara, eu não posso ficar todo bobo não, ainda não esqueci o fora que levei no ano novo.
─ Mada, posso falar contigo? – Perguntei ainda me sentindo encorajado pela Lilly. Ela tinha razão, sou homem e posso lidar com um fora se eu levar um.
─ Fala, Har. – Ela disse se encostando na árvore ainda perto de sua casa e eu mantive meus olhos bem firmes nos dela para não olhar para as pernas bonitas dela e perder o fio da meada, de novo.
─ Hãn… Jhúlia você podia… sumir?
─ Vixi, agora que eu não sumo mesmo! – Ela riu e eu bufei constrangido quase implorando.
─ Por favor? – Pedi olhando para ela e a beta cruzou os braços, fazendo que não com o dedo indicador. Suspirei, é vai ser na frente dela mesmo.
─ O que você queria me dizer, Harry? Vai no rápido e indolor. Juro que não vai doer. – Mada piscou para mim e eu sabia que ela usou aquele tom tranquilizador só para eu dizer menos preocupado.
─ Bora, Harry. – Jhúlia me apressou rindo e eu a fuzilei antes de fixar meus olhos na Mada.
─ Gosto de você.
─ Eu também te adoro, primo. – Mada riu se virando para entrar na floresta.
─ Não! Mada, espera. Você não entendeu.
─ Ih! Saquei. Tô sumindo! – Jhúlia disse e explodiu as roupas, se transformando numa loba marrom claro. Bufei, ah, agora ela quer sumir?
─ Ué… ela sacou o quê, Har? – Mada se virou e a merda toda bateu no ventilador.
Eu vi seus movimentos lentamente. O farfalhar das folhas no fim de tarde, seu cabelo voando e ela o tirando do rosto. Os olhos grandes e castanhos olhando para mim com curiosidade, a pele morena que parecia reluzir e me chamar. Tudo nela me chamava e agora eu entendia. Eu não estava apaixonado pela Mada, eu estava enfeitiçado e amaldiçoado pelas lendas.
Muitos dos nossos realmente estão no amor agora, sei pouco sobre isso, mas meu pai me disse que lutou pela minha mãe, mas que se ela fosse seu imprinting, ele teria ficado feliz e acatado com todo o seu coração.
Eu quero acatar Mada com todo o meu coração. Eu já sei o quão incrível ela é e eu sou o alfa por direito, não me importa que ela continue liderando, nossos filhos serão os mais fortes numa linhagem de sangue mais poderosa que qualquer outra.
─ Harry?
─ Eu estava apaixonado por você e… e…
─ Oh… esqueça, ok? – Ela me disse mostrando choque em seu rosto lindo e brilhante.
─ O quê? – Perguntei chocado, sentindo fisgadas por todo o meu corpo. O meu lobo interior caiu e uivou com dor. Passei a mão no peito, no lado do coração, tentando aliviar as fisgadas e parei depois de uns 20 segundos.
─ Não quero te magoar, mas esqueça isso. Sou sua prima e te respeito muito, Harry, mas tudo o que sinto por você é companheirismo de irmãos.
─ Você não sentiu? – Perguntei agora verdadeiramente constrangido e lembrei de Lilly e da conversa que tive com meu pai quando virei lobo. Será que ela me perdoa se eu usar ela como o tio Seth usou a tia Rox? Posso perguntar.
─ Senti o quê? – Mada piscou os olhos para mim e eu queria tocar seu rosto, mas me controlei a muito custo. Não foi fácil, doeu muito, parecia que correntes com fogo me puxavam para ela.
─ Nada. Esquece. – Eu me virei para sair e ela me chamou dessa vez. – O que é?
─ Não fica chateado, ok?
─ Tudo bem, só não se arrepende.
─ Eu não vou. – Eu caminhei para longe dela. Precisava contar para a Lilly e perguntar.
[…]
─ Nossa. – Lilly me disse e respirou fundo. – Eu topo. Não tenho namorado, você sabe e bem… eu gosto de estar contigo.
─ Eu também. Poderia ter acontecido com você, eu não me importaria. – Lhe disse olhando o penhasco. As dores aumentavam a cada cinco minutos, mas eu estava melhor aqui com a Lil do que em casa.
─ Ia sim, você não me viu acordar ainda. – Ri, ela estava se esforçando para ser engraçada, devia ser uma consequência à minha cara. Eu não devia ter contado das dores.
─ Vixi, retiro o que disse. – Ela me bateu dizendo “Harry!” daquele jeitinho fofo e fiz charme. ─ Ai!
─ Doeu?
─ Não de verdade. – Ela me bateu mais forte e eu anotei mentalmente “Avisá-la para parar com os soquinhos”. Eu me virei para ela e a beijei devagar, me acostumando à sensação de “coisa errada” e ela correspondeu do mesmo jeitinho doce e lento de sempre.
─ Dói muito? – Me perguntou me deitando e me olhando fundo nos olhos. Tentei sorrir, mas não rolou. Eu só tentei expor meus sentimentos para ela:
─ Mais ou menos. Estou me acostumando e depois daquele primeiro beijo as dores estão diminuindo. E cara, desculpa aquela mordida, sério. – Tomei uma respiração e continuei. ─ Vou perguntar ao meu pai como quebrar e vejo o que faço.
─ Se quiser posso ir com você.
─ Não, aí ele saberia que estamos namorando e você não quer que teu velho saiba né?
─ Só por enquanto, mas se formos firmar mesmo, bom, não me importo. Quero que fique bem, Harry. Depois eu me vejo com meu pai.
─ Estou bem, não se preocupe. – Eu beijei a testa dela e coloquei os meus braços atrás da cabeça. Ela deitou no meu peito e demorou pouco para sua respiração ficar mais calma.
─ O que houve? – Ouvi a voz profunda do tio Sam perguntar e segurei a mão da Lilly. Ela não retesou e sorriu hesitante para mim. No fim acabei nem falando com meu velho, mais um assunto para resolver com ele e claro, tentar ajudar minha mana também. – Alguém se machucou?
─ Não, não. – Tio Jake disse e vi Mada me encarar meio estática. Não soltei a mão da Lilly nem nesse momento. Ela não me queria, mas a irmã não recusava e eu não ia ficar frouxo só porque a minha alfa estava nos encarando meio… estranha.
─ Tive um imprinting. – Eu comecei e vi a Mada sair correndo de casa. – Oxe, que houve com ela? – Perguntei para a Lilly que deu de ombros. Suspirei e continuei, já que tio Sam parecia querer arrancar minha cabeça, agora que tinha visto nossas mãos dadas. – E a garota não sabe ainda porque decidi lutar contra ele.
─ Decidiu? – Tio Sam perguntou e vi a Lilly girar os olhos para a expressão dele.
─ Ela deu um fora nele, pai.
─ Ouch. Coitado de você, cara. – Juan disse e a irmã dele mandou um olhar para ele que eu não entendi. Ele também não tirava o olhar da Lilly e isso me incomodou um bocado.
─ Então você decidiu lutar. Só pode fazer isso se houver alguém que lhe ofereça uma relação forte o suficiente e a minha caçula não vai fazer isso, rapaz.
─ Pai! – Lilly disse indignada e eu engoli em seco, cara o tio Sam sabe fazer umas expressões assustadoras. E no momento ele olhava para mim como se fosse arrancar minha cabeça. Olhei meu pai, mas ele estava quieto, analisando tudo.
─ Vou atrás da Mada. – Meu pai disse e me olhou fixamente. – Faça o que tem que fazer, filho.
─ O que você… Jake, espera aí! – Tio Sam disse irritado, mas meu pai não parou e saiu da casa. Suspirei e tomei coragem.
─ Estamos namorando tem uns três… meses? Quanto tempo Lil?
─ Quatro, Har. – Ela me corrigiu e ouvimos algo caindo no chão. Olhei só para ver um sorriso grandão esticar o sorriso da tia Emily, no chão, os biscoitos estavam inúteis, prontos para ir para o lixo.
─ Ok, quatro meses e quero oficializar, tio. Relaxa aí. Melhor ser eu do que um tarado mais velho que só quer comer o peixe e sair contando vantagem né?
─ Vou matar você!
─ Sam, pare! – Tia Emily disse quando ele deu um passo na minha direção e eu sorri meio hesitante para a minha namorada oficialmente. – Ai, não creio! A minha mais nova é a primeira a trazer um namoradinho sério pra gente conhecer, amor! – Tia Emily andou para mim e me abraçou. – Não se preocupe Harry, termine os estudos tranquilamente e protejam-se, ok?
─ Mãe!
─ Tia! – Nós dois dissemos ao mesmo tempo e acabamos rindo. Vi Juan sair da casa silenciosamente e me perguntei o que havia de errado com ele, acho que olhei demais porque a Jhúlia começou a explicar:
─ Ele tá cansado da ronda, Harry. Só isso. – Eu ia contradizê-la, mas lembrei do dia que disse para a Mada que gostava dela e a Jhúlia saiu, deve ter ouvido o meu fora, e visto, mas não disse nada. Por isso eu fiquei calado.
Meu pai chegou com a Mada minutos depois e não sei porque ela estava chorando, também não perguntei, não ia dar na cara assim, mas o olhar que ela trocou com a Lilly fez ela soltar a minha mão e ficar gelada comigo, nem passear quis, dizendo que tinha um trabalho atrasado para fazer.
Jacob
─ E então?
─ Então o quê? – Perguntei tentando lembrar. Não tinha esquecido nada.
─ Porque a Liz tá tristinha?
─ Não vi And lá para perguntar, mas…
─ Mas?
─ Mada teve uma impressão no Harry e eu acho que ele teve nela. – Contei para Lee de uma vez. Ela continuou deitada no meu peito, fazendo um carinho circular muito gostoso, mas suas costas estavam tensas.
─ E porque diabos o menino não contou para a Mada isso?
─ Ela o rejeitou e ele ficou daquele jeito retardado que ficamos quando imprimimos. – Lee riu baixinho e relaxou um pouco. – Se ele teve, ele não sabe que ela teve. Foram meses de lá para cá e ele só assumiu que está com a Lilly porque os peguei.
─ Falando em pegar…
─ Como assim, “falando em pegar”? – Perguntei cheio de ciúme, se alguém tentou passar a mão no que é meu…
─ Não é nada do que está pensando, idiota. – Ela disse rindo e ficou estática por uns dois minutos.
─ Amor?
─ Ahn? – Ela disse voltando a si. Era comum esses lapsos nela, não liguei tanto.
─ Lembrou de algo?
─ Foi constrangedor. – Ela disse sorrindo meio vermelha.
─ O que foi?
─ Sabe aquele ano da aposta?
─ Sei, o que tem?
─ Lembrei daquela vez que Rachel pegou a gente se amassando no sofá.
─ Se amassando não, transando mesmo. – Sorri.
─ Se amassando me faz conseguir olhar para a cara dela nos almoços, querido.
─ Vamos voltar ao assunto, senhora Black. – Ela sorriu grande como sempre quando eu a lembrava que ela tinha meu sobrenome agora. – Quem pegou quem?
─ Ah sim! Acho que está na hora de ter a conversa com o Art, Jake.
─ Mas ele só tem 14!
─ E eu tinha 15 quando transei a primeira vez. De amanhã não passa, ouviu?
─ Ou o quê?
─ Ou alguém vai ficar sem sexo matinal por uma semana.
─ De amanhã não passa. Posso falar com ele agora se você quiser. – Brinquei e olhei no relógio-despertador. 22:57.
─ De amanhã não passa. – Ela repetiu sorrindo e sentou em cima de mim. – Porque hoje eu quero outra coisa de você.
Vem pro papai!
Continua!

Que acharam? Eu precisava fazer esse plot enorme do Harry, para explicar rapidamente essas coisas, então espero que tenham gostado =D

Beijinhos, comentem aí e segunda que vem vejo vocês de novo =D

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